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O Hospital Regional e o Distrito Industrial (13). Desabafa o presidente do Coredes

O delegado da Receita Estadual e presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento – Corede Central, Antonio Carlos (Caio) Jordão, também se manifesta acerca da polêmica em torno da instalação do Hospital Regional em área do Distrito Industrial. Aliás, ele afirma, no texto a mim enviado, que o terreno, de 27 hectares, na verdade, pertence à Secretaria da Saúde do Estado. Em tom de desabafo, Jordão participa ativamente desse debate. Leia, a seguir, as palavras dele, na íntegra.
     
      Caro Claudemir:
      Fico entristecido, abismado e até irritado quando vejo pessoas como Amílcar Fagundes e Atílio Silvestre Paiva, se manifestarem sobre a construção do Hospital Regional, conforme publicaste em tua coluna, sem terem estas pessoas a mínima noção do assunto.
      Este Srs. Atílio e Amílcar (nota do jornalista – que enviaram e-mails a respeito do tema, que você pode ler mais abaixo), falam em construção de um hospital dentro do Distrito Industrial. Que grande inverdade. É muito fácil querer enganar a opinião pública dizendo que a construção seria dentro do Distrito Industrial, mas na verdade ele será construído numa área que não pertence ao Distrito Industrial e sim à Secretaria Estadual da Saúde e que fica à margem da BR-287, no sentido Santa Maria – São Pedro do Sul, nada tendo a ver com o DI, nem o acesso é o mesmo. Isto é de conhecimento público há muito tempo.
      Depois eles falam que não combinaria manter pacientes próximos a locais que emitem gases, barulho, etc… mais uma inverdade. Se fosse por isso o Hospital de Caridade deveria estar fechado. Imaginem a quantidade de gases poluentes que os milhares de veículos que transitam diariamente em frente ao hospital emitem? Sem contar com poluição sonora de dia e de noite. A fábrica de baterias que falam, se olharmos do local onde será construído o hospital, fica tão distante que seu tamanho fica bem reduzido pela grande distância que os separam. Vejam bem, é uma área com 27 hectares, se fosse construído na ponta oposta onde será construído aí sim ficaria próximo, mas são 27 hectares, vejam a distancia que isto representa. É muita maldade.
      Até podemos entender que estas pessoas por desconhecimento, maldade ou algum outro interesse digam estas inverdades, mas aceitar que um empresário diga na imprensa, conforme notícia recente, que a obra do hospital ficaria a 15 metros do terreno onde tem uma fábrica de baterias, aí já é brincadeira de mau gosto e não se brinca com saúde pública. O terreno vai até próximo deste local, só que maldosamente não disseram que a obra seria na outra ponta, ou seja, muuuuuito, mas muuuuuuuito distante mesmo.
      Talvez estas pessoas não conhecem a realidade caótica de oferta de leitos pelo SUS em Santa Maria, onde considerando somente a Região Central do Estado existe uma defasagem de aproximadamente 400 leitos e se considerarmos a fronteira oeste junto que também é atendida por Santa Maria, esta defasagem sobe para 800 leitos.
      Talvez estas pessoas não tenham tido a infelicidade de ter um familiar ou parente que precisasse de leito para uma enfermidade ou cirurgia. Seria bom que estas pessoas dessem uma passada no Hospital Universitário para verem a situação sub-humana das pessoas que ficam dias e dias nos corredores em cima de macas ou em cadeiras de roda. O hospital universitário e a Casa de Saúde não conseguem atender a demanda da região. Muitas vezes até com bons convênios ou com pagamento em espécie não se consegue leitos. Tenho recebido muitos pedidos para conseguir leito para pessoas com cirurgias marcadas, querendo pagar e não conseguem.
      Por isso não consigo entender como algumas entidades ou empresários (ainda bem que são poucos, pois existem outros que realmente têm visão de futuro e que estão ajudando o processo), que estão na contra-mão da história, conseguem prestar um grande desserviço para a saúde pública de Santa Maria e da Região. É por estas coisas que a gente começa a entender o porquê das dificuldades de se empreender um processo de desenvolvimento local e regional mais acelerado, pois esta obra, além de minimizar um pouco o grave problema de leitos também irá gerar renda e emprego, pois serão injetados em torno de 40 milhões de reais no comércio e na prestação de serviços da construção civil, fora a grande quantidade de empregos diretos, onde, conforme dados técnicos, para cada leito existe a necessidade de três (03) funcionários. Se num primeiro momento forem liberados 120 leitos, serão 360 empregos diretos. São estas visões míopes que entravam o desenvolvimento de Santa Maria e região.
      Não existe nada igual no mundo: o governo querendo construir um hospital para amenizar os problemas de saúde pública e algumas pessoas ou entidades não querendo. Aliás, dizem que querem, mas no fundo, no fundo não querem não, pois fazem tudo para atrapalhar o processo. Se estas pessoas, por algum motivo ou outro não querem ajudar, não precisa não, mas, por favor, pelo menos não atrapalhem e deixem os outros fazer. Se tivessem intenção de ajudar teriam procurado as entidades encarregadas para discutir o assunto e não fazer um bate boca pela imprensa, pois com diálogo franco e aberto se resolvem muitas situações.
      Vamos tratar as coisas com seriedade.
     
      Caio Jordão

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