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Coluna Observatório: “A hora é de Schirmer. Só dele”

Estava prevista para a tarde desta sexta-feira a formalização, em Porto Alegre, da renúncia de 38 (ou 39? Ou 40, como jurou alguém à coluna?) integrantes do diretório local do PMDB. É o clímax da balbúrdia em que se tornou o partido, com mais de dois terços do diretório querendo a saída de Cláudio Rosa da Presidência. O que deverá acontecer, com a nomeação de uma direção provisória – que organizará a convenção de outubro.
      Observatório conversou com vários militantes. Mesmo preferindo a discrição, com a exceção de Robson Zinn (leia nota na seção Luneta), todos têm uma idéia comum: só Cézar Schirmer é capaz de resolver o problema, agindo diretamente no forrobodó.
      Historicamente, o deputado, o mais vitorioso entre todas as estrelas do PMDB, jamais perdeu pleito proporcional. Foram quatro mandatos na Assembléia e já está fechando dois na Câmara. Não tem muito jeito em eleição majoritária (perdeu duas para prefeito aqui, outra em Porto Alegre e uma para o Senado), mas é, de longe, o grande líder da sigla.
      O problema é o estilo. Manda, mas não aparece. Envia representante. De maneira que, publicamente, “não se queima” – queixa-se um. E mais: essa forma de liderar tem prazo de validade vencido. Não há mais quem queira ou possa sair – como já aconteceu várias vezes. Os exemplos mais citados são Sérgio Blattes (candidato a prefeito cristianizado em 1996) e Werner Rempel. Este foi para o PT e, com Valdeci, derrotou Schirmer no ano passado.
      São ausências sentidas por muitos que, no entanto, se calaram diante de Schirmer. Só que agora a crise tornou-se maior. E a própria liderança do deputado é posta à prova. Não negada, loooonge disso. Menos ainda contestada – que poucos são os corajosos. Mas testada. Afinal, dizem, este é o momento de o deputado mostrar que é, meeeesmo, um líder. Ou corre o risco de, vejam só, ser abandonado. E colocar a própria reeleição a perigo. E na casa dele. Onde ele manda. E é obedecido. Pelo menos em público.

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