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Compra do Independência. Só em agosto? É o que parece

Não deixa de ser instigante. E integrante. Não repercutiu como, pelo menos este jornalista imaginou, reportagem publicada neste final de semana no jornal A Razão, assinada pelo editor chefe José Mauro Batista e pela repórter Elisa Pereira. Leia você mesmo (se ainda não havia lido) e, logo abaixo da notícia, o meu comentário:
     
     Gravação deixa dúvidas sobre Shopping
      Em conversa gravada
      por informais, chefe de
      Gabinete diz que
      prioridade era adquirir
      Independência
      A gravação de uma conversa do chefe de Gabinete da Prefeitura, Alexandre Bento, com representantes do comércio informal, promete gerar polêmica.
      A fita cassete a que A Razão teve acesso na quinta-feira revela trechos de um diálogo que demonstra que mais que resolver o problema do comércio informal, o interesse inicial do Executivo era apenas obter autorização dos vereadores para adquirir o prédio do Cine Independência. No local, conforme informação oficial do governo, seria construído um Shopping Popular.
      Em um trecho do diálogo, Bento garante que “não há nenhuma definição” quanto à utilização do prédio. Ele chega a afirmar que o projeto de lei que autoriza o Município a comprar o Independência precisava de uma justificativa. E dá a entender que essa justificativa seria a utilização do imóvel para a instalação de informais.
      O diálogo teria sido gravado depois de 27 de abril deste ano, data em que o projeto de lei foi protocolado na Câmara de Vereadores, mas antes da apresentação pública, em 27 de junho, da proposta de remodelação do prédio para acomodação dos informais. Na ocasião, o próprio prefeito Valdeci Oliveira (PT) apresentou o projeto arquitetônico com três pavimentos, praça de alimentação, 194 estandes e área cultural.
      O que instiga parte dos vereadores é a inexistência de respostas a alguns questionamentos que eles consideram fundamental para autorizar a compra. O Executivo, por exemplo, não deu respostas claras a perguntas como prazo e custos da reforma, bem como sobre o início das atividades do Shopping. Na conversa gravada, o chefe de Gabinete deixa claro que a Prefeitura não teria pressa, até mesmo por falta de recursos, em iniciar imediatamente a transformação, que não ocorreria este ano. O vereador Cláudio Rosa (PMDB), relator da matéria na Comissão de Serviços Públicos, e que disponibilizou a fita, diz que ficou com mais dúvidas ainda. “Não se tem a garantia da finalidade de quanto vai custar a reforma nem de prazos para o começo e o término das obras”, pondera Rosa, suspeitando que a restauração possa custar mais que o valor de R$ 1,2 milhão previsto para a compra do imóvel.
      Em mais de um momento, na gravação, Bento menciona que a Prefeitura não tinha nada definido para o prédio e que qualquer projeto de utilização daquele espaço seria discutido com todos os segmentos envolvidos.
      Nesta sexta-feira, Bento disse ao Jornal A Razão que permitiu que o diálogo fosse gravado. Ressaltou que a conversa se deu antes de a Prefeitura definir e apresentar como seria o Shopping Popular. O projeto de compra do Independência aguarda parecer de Rosa para ir a Plenário.

     
      COMENTÁRIOS MEUS: Diante de tantas gravações, mais esta parece não ter provocado nada mais interessante. No entanto, alguns pontos merecem ao menos algumas considerações.
      1) Não é curioso que Alexandre Bento tenha, como ele próprio afirmou, se deixado gravar? E, mesmo assim, e considerando que foi bem antes de o projeto ser de fato apresentado aos interessados, ter permitido (incentivado?) supor que talvez o prédio do Independência não fosse utilizado pelo Shopping Popular? E ele sabia, já naquele momento, que seria. Aliás, tooodos sabiam, de vez que o prefeito havia deixado isso muito claro.
      2) Como a fita chegou a Cláudio Rosa, que, é notório, é contrário ao projeto do Shopping Popular, como de resto é contra tuuuudo que venha da administração – mesmo que isso signifique progresso para a cidade? Aliás, Rosa só pensa naquilo, isto é, na eleição de 2006, esquecendo de todo o resto.; e
      3) O que parece é que, ao vazar a fita para a imprensa, no caso a A Razão, Rosa queria apenas um pretexto para o que já havia ele mesmo se proposto. Isto é, não oferecer nesta terça-feira o parecer na comissão que preside e, portanto, atrasar a votação do projeto de compra do prédio, postergando uma decisão só para agosto. Afinal, nossos parlamentares têm, agora, a sua folga de meio de ano.

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