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Corrupção não é de hoje. E o caso da “Daslu”. Novos tempos

O sempre indignado, inclusive com a mídia estabelecida (e bem que ele tem suas razões, convenhamos), Rogério Ferraz, envia novo e-mail para esta página.
      Fala de tudo um pouco, mas é possível destacar, preliminarmente a justa brabeza dele com a cara de espanto dos jornalistas diante das “denúncias” de Roberto Jeferson e a análise dele (com a qual este jornalista concorda) da ação policial e jurídica contra a Daslu, o templo de consumo dos milionários (e outros nem tanto) deste país.
      Leia a seguir, na íntegra, o texto enviado pelo leitor-internauta.
     
      Novos tempos
     
      O povo brasileiro precisa se acostumar com os novos tempos em que vivemos.
      Durante muito tempo reclamamos da impunidade e que por conta dela, as pessoas se sentiam livres para cometer os absurdos que bem entendessem.
      Pois bem, e hoje, o que estamos presenciando?
      Concordo que ainda está longe do ideal, mas estamos tendo um início.
      Tenho certeza de que você não faz parte do grupo que pensa que a corrupção no Brasil é coisa nova.
      O principal personagem do momento, Marcos Valério (para pegar apenas este caso), disse que tem relações com estatais desde o governo Itamar Franco.
      A diferença é que agora, isto está sendo investigado e vai, sim senhor, até o fim.
      Penso que o governo FHC poderia ter dado esta contribuição à nação.
      Em vez de fazer o que está sendo feito agora, ele e os partidos de sua base, PSDB, PFL, justamente os que hoje posam de guardiões da moralidade, abafaram mais de 60 CPIs.
      Outra coisa difícil de engolir é a cara de espanto de alguns jornalistas renomados, quando o deputado Roubarto Jéferson fez a “incrível” denúncia de que os políticos não declaram na íntegra os seus gastos de campanha. Por favor, vamos parar com esta hipocrisia, qual a novidade nisto?
      Uma coisa é certa, depois desta CPI, certamente mudará o nível das relações entre estatais e a iniciativa privada.
      Outro fato interessante é a onda de criticas que a atuação da polícia federal e do Ministério Público vem sofrendo.
      Estão aparecendo “defensores” dos direitos humanos que nunca haviam se manifestado.
      O governador de São Paulo, senadores, deputados, e como diz o Claudemir: “geeeeeente” até a OAB, todos invocando normas e regras de procedimentos para a atuação da PF.
      Quer dizer que, enquanto a PF prendia apenas os “ladrões de galinha” o procedimento não interessava (pelo menos, não com este alarde todo) e agora que estão indo figuras ilustres da nossa sociedade para a cadeia, passam a interessar os métodos utilizados?
      Ouvi de um deputado federal do PDT, que “bem que a PF poderia utilizar o aparato que usou para prender a dona da Daslu, para subir o morro e prender os traficantes”.
      Ora Sr. deputado, isto nem é atribuição da PF. Está certo que, por conveniência, o senhor tem que ser contra tudo o que o governo federal faz, mas pelo menos, antes de falar asneiras, leia a Constituição, sob pena de cair no ridículo. A segurança do cidadão é atribuição das polícias estaduais. À PF, cabe coibir os crimes contra a ordem tributária, contra empresas públicas, dentre outros.
      Penso que a manifestação de um morador de uma favela próxima à loja Daslu diz tudo: “É a primeira vez que eu vejo a polícia vir aqui e levar um que não seja dos nossos!”
      O fato é que um grande número de pessoas sente uma necessidade imensa de bajular rico.
      Quero deixar bem claro que não tenho nada contra ser rico, desde que tenha enriquecido licitamente. O que definitivamente, não é o caso destas pessoas que estão sendo presas.
      Rogério Ferraz Santa Maria

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