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Internauta critica comportamento da mídia. Talvez devêssemos pensar

Um leitor desta página e da minha coluna (Observatório)e telespectador da Pampa (onde faço meu comentário diário, às 7 da noite), envia e-mail falando de um assunto sobre o qual deveríamos, no mínimo, pensar.
      Afinal, convenhamos, ele faz ponderações muito interessantes do que seria o comportamento da mídia – especialmente porque fatos semelhantes têm cobertura diferente. Talvez devêssemos, todos, refletir. Desconsiderando os elogios (agradeço, claro), que talvez sejam demasiados, eis o e-mail:
     
      Prezado Claudemir!
      Sou leitor assíduo da tua coluna e, quando posso, assisto teus comentários na TV Pampa.
      Como sei do teu grande conhecimento sobre política e também da tua isenção em comentar os fatos, gostaria de compartilhar contigo uma constatação que fiz e se possível, tornar público, até para que seja aberto o debate.
      Trata-se da recente manifestação dos agricultores, o dito tratoraço.
      Vamos aqui deixar as paixões de lado e tentar firmar o debate apenas nos fatos.
      Diz a lei que somos todos iguais.
      Então, por que os próprios seres humanos dão tratamento diferenciado aos seus iguais em situações semelhantes?
      Quando há uma manifestação de pobres, trabalhadores reivindicando melhores salários ou melhores condições de vida e para isto “ousam” a bloquear estradas, a imprensa de um modo geral evidencia sempre o lado negativo, questionando sobre o direito de ir e vir que esta manifestação negou aos demais cidadãos, torcendo para que a polícia tenha pulso firme e faça bom uso dos seus cacetetes. Se a manifestação apresentar algum tipo de briga ou ânimo mais exaltado, aí, então, é um prato cheio.
      Pois bem, a manifestação dos arrozeiros bloqueou estradas por este Rio Grande a fora. Foram atos que tumultuaram o trânsito em várias cidades do país. Lotaram ônibus para ir a Brasília, segundo consta a maioria não era de produtores mas sim de peões de fazendas. Proporcionaram um grande quebra-quebra na frente do palácio do planalto.
      E qual foi o tratamento da mídia?
      Trataram os manifestantes como heróis, que foram a Brasília buscar seus direitos legítimos e conseguiram tirar do governo, segundo eles, um valor muito aquém do desejado.
      São pessoas que este ano não conseguiram repetir os bons ganhos de outros anos, devido à estiagem e também ( em grande parte) pela variação do dólar.
      Ouvi reportagens que estas pessoas diziam que a “vida está difícil, pois não conseguimos matricular nosso filhos em colégio particular”.
      Meus filhos nunca estudaram em colégio particular e nem por isto fui a Brasília pedir ao Presidente que retire dinheiro de programas sociais para solucionar o meu caso.
      A pergunta que fica é a seguinte:
      Hoje somos chamados a socializar o prejuízo (ou o dito prejuízo) desta classe de trabalhadores. Será que numa próxima safra, quando esta for “gorda”, seremos chamados para repartir os lucros?
      Isto já aconteceu na safra 2001/2002 eles prepararam toda a lavoura com o dólar em baixa e quando negociaram, o dólar estava nas alturas e eu não lembro de terem procurado entidades assistenciais, asilos, creches etc… para repartir o seu grande lucro.
      E aí??? Somos mesmo todos iguais?
      Um abraço!
      Rogério Ferraz
      Santa Maria-RS

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