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Marcelo Michel e a invasão da antiga Ceasa

Publico, abaixo, artigo abaixo, acerca do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e a invasão ao prédio da antiga Ceasa, no Distrito Industrial. Ele foi enviado por Marcelo Dornelles Michel, educador, bacharel e licenciado em Filosofia).
      Como você já deve ter lido na nota logo abaixo, não faço juízo de valor. Isso depende de você, internauta.
      Vamos ao artigo:
      Que ocupação? Que invasão? Que direito têm os pobres de incomodar as elites?
      Na quinta-feira, 4 de agosto, parte da população do município acorda estática com a notícia de que um grupo invade área pertencente ao CEASA, não se sabe se lindeiro ou pertencente ao distrito industrial.
      Mas há outra parte da população, essa talvez a maioria, que recebe a notícia que o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) ocupa área pública pertencente ao Estado portanto pertencente a todos nós, abandonada à dez anos. Ocupação que tem uma clara proposta de desenvolver naquele local projeto que não contempla apenas habitação, mas também geração de trabalho e renda.
      Estranhamente ao meio-dia daquela quinta-feira o presidente da Associação Distrito Vivo divulga a intenção de uma industria de produtos alimentícios, não se sabe qual, de instala-se no local. Ora, os prédios a dez anos abandonados, já corroídos pelo tempo, construídos com o nosso dinheiro, pis público, e justamente neste dia e divulgado a intenção de instalação de uma empresa. Por quê?
      O significado da ocupação realizada pelo MNLM a esta área e a outras ao longo dos últimos meses em todo o Brasil, vai muito além do que apenas construir moradias. Quer também desenvolver projetos de geração de trabalho e renda, pois não basta apenas ter uma casa para morar. É preciso trabalhar, ter renda. O Movimento tem isto claro. O Movimento quer realizar isto. Mas, mais do que isso, a dimensão significativa é ainda maior, e por isso a resistência da elite de nossa cidade. São os pobres, os que andam de chinelos de dedo, mostrando que em meio a crises políticas não perdera a capacidade de organização e a ousadia de, mesmo com suas roupas rasgadas, interferirem na condução das decisões públicas no Brasil. Pois o que é público pertence a Todos e não a apenas alguns. A resistência a esta ocupação por alguns setores de nossa sociedade é impulsionadas por estes motivos. “Como alguém que não anda de terno e gravata, que não participa da vida empresarial e intelectual de nossa cidade, não é meu par nos mesmos círculos sociais, não partilha das mesmas amizades, pode estar lado a lado comigo e ainda em igualdade de condições na defesa de seus projetos” pensa a elite. Pena que estes acabam perdendo a oportunidade de debates para o que será sim o desenvolvimento de nossa cidade com qualidade para todos. pena que eles só pensam em não perder os seus privilégios e esquecem o bem comum. Pena que não se dão conta que a democracia acontece na diversidade, na multiplicidade, no conflito. Quem sabe um dia eles aprendam.
      Exaltada é a atitude daqueles que, no pouco que tem em condições materiais, mostram a grandeza de espírito na luta pelo desenvolvimento político e econômico do nosso município tencionando para as mudanças daquelas velhas prioridades que não fez com que saíssemos do quê somos à décadas.
      Pena que nem todos tem esta compreensão.
      Marcelo Dornelles

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