Sinprosm, embrabecido, responde ao jornalista. Agora, com histórias romanas. E outras mais

Veja bem, em seu comentário publicado no site em 31 de agosto, o senhor diz que professores e alunos ficarão em casa ao invés de irem ao desfile. Aqui temos a primeira falácia de seu discurso. Na verdade, o Sinprosm, que segundo suas próprias palavras é o sindicato mais atuante e combativo da cidade, não realiza atividades para que seus membros fiquem sentados acompanhando de suas poltronas a cidade deixar de investir em Educação e Cultura.

Nossas atividades são voltadas, pelo contrário, ao bem-estar dos alunos e sua formação,acreditamos que servirem de massa de manobra para os eventos da Prefeitura não significa formar cidadãos. Assim, para comemorar a “Independência”, estaremos realizando uma ampla programação nas escolas, com atividades que irão proporcionar verdadeiras discussões sobre democracia, ética, liberdade e o futuro da educação. Este ano, os professores decidiram em assembléia de forma unânime,não deixar que os estudantes atuem como soldadinhos de chumbo em defesa dos ideais de quem ocupa o governo. Veja bem, o conjunto dos professores decidiram e o sindicato está organizando a categoria para que essa decisão seja colocada em prática, gostaríamos de lembrá-lo que são os nossos associados que tomam as decisões fato que, pelo que temos notado deve ser desconhecido pelo nobre jornalista. Além disso, o senhor utiliza conceitos como o de que as crianças estarão sendo retaliadas por não participar dos desfiles. Muito bem, gostaríamos de convidá-lo a visitar conosco as escolas municipais ver, na prática como elas funcionam e as dificuldades pelas quais passam educandos e educadores da cidade e aí rever seus conceitos diante do que significa sofrer uma retaliação. Vivemos uma “política de pão e circo” onde educar o povo não é de interesse dos nossos governantes. E, já que foi mencionado o nosso release onde, provavelmente por “desconhecimento da história”, nossa conceituação de cidadania foi chamada de “uma salada greco-cidadã”, gostaríamos de salientar que não se trata de nenhum tipo de pedido de desculpas e sim de deixar claro nossa posição: não permitiremos que a Educação desta cidade seja usada para propaganda governamental. Afinal, os governos passam, os resultados desta educação ficam.

Já que nossa salada greco-cidadã não lhe agradou, podemos usar talvez o exemplo romano, quem sabe ele lhe seja mais familiar. Na Roma da Antigüidade Clássica, César dava à massa pobre e faminta os espetáculos vividos no Coliseu; era a chamada política do “Pão e Circo”. Ao povo fornecia-se pão, para saciar a fome, e shows de combates entre gladiadores, para embrutecer a mente e evitar as manifestações e revoltas. A massa, por conseguinte, dificilmente se rebelava contra os governantes daquela cidade, uma vez que estava alimentada tanto física quanto mentalmente. No Brasil de hoje, também acontece a política do “Pão e Circo” e isso, indubitavelmente acreditamos ser do seu conhecimento. E, se ainda não é, podemos dizer que já foi confessado pelos próprios dirigentes municipais que em artigo publicado sobre o boicote à Feira do Livro teve a coragem de dizer que os alunos estavam perdendo o único evento cultural do qual têm a oportunidade de participar e também de comer um sanduíche oferecido pela Prefeitura. Lamentável. O que farão dessa vez para atrair as crianças ao desfile? Oferecerão outro sanduíche e descontarão da merenda escolar?