Analista considera a última semana, a melhor para Lula. E explica por quê

Semanalmente, os conceituados cientistas políticos Murillo de Aragão e Cristiano Noronha, da empresa de consultoria Arko Advice, analisam os efeitos políticos dos atos brasilienses. O site de Ricardo Noblat publica o trabalho. E eu republico, para você. Eis, aqui, a avaliação de ambos:

Aldo e economia reforçam blindagem de Lula
“A semana passada foi a melhor dos últimos quatro meses para Lula. O presidente colheu duas grandes vitórias: a boa receptividade do Brasil junto aos mercados financeiros internacionais e a eleição de Aldo Rebelo para presidência da Câmara (PC do B-SP). Para melhorar, a esperada debandada de parlamentares do PT foi modesta.
Em Washington, por ocasião do encontro anual do FMI, Antonio Palocci foi a estrela. Choveram exagerados comentários elogiosos ao Brasil. Foi dito que o país vive o melhor momento desde a independência. Não chega a tanto. Mas não se deve brigar com as expectativas do mercado nem se deixar embriagar por elas.
O fato é que o Brasil está na moda nos mercados e ninguém quer que esse bom momento acabe por conta da crise política do mensalão.
O outro fato é a eleição de Aldo Rebelo. Com ele à frente da Câmara, Lula passa a ter proteção da melhor qualidade. Para tanto, vai ter que entregar o que prometeu aos aliados que elegeram Aldo. O que, convenhamos, não é garantido.
Rebelo não pode tudo, mas pode muito. Com ele, o governo não corre o risco de ver relatorias de medidas provisórias importantes parar nas mãos da oposição e Aldo pode segurar requerimentos de informação constrangedores que deputados fazem a autoridades.
A debandada do PT não ocorreu da forma esperada. Apenas 5 deputados federais deixaram o partido que continua sendo o maior da Câmara. Poucos dissidentes abandonaram o barco. O PMDB, que jogou para ser o maior partido da Câmara, sonhava com 110 deputados, mas não conseguiu atingir sua meta.”