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Apoiadores de Lula abrem temporada de formação de alianças para 2006

Num dia de escassas, miseravelmente escassas, notícias, chama a atenção um fato nacional. Os presidentes de PT, PSB e PCdoB assinaram nota, em nome das Executivas das siglas, reafirmando o interesse de partirem juntos na eleição do ano que vem. Não deixa de ser interessante, na medida em que isso pode balizar as alianças que se formarão nos Estados (para governador, deputados e senador) e no País (para presidente), antecipando publicamente um debate que corre no interior de cada sigla.

Parece evidente, ressalvada apenas a possibilidade de mudança de humor dos políticos e partidos, que se esboçam alguns pólos. Além do que une os, vá lá, mais à esquerda, temos, no outro lado, PSDB e PFL – a cada dia mais afinados. No meio, se é que se pode dizer isso, o PMDB – que tende a concorrer sozinho à Presidência. De outro lado, PPS e PDT alinham a possibilidade de subir ao mesmo palanque, provavelmente com o ex-petista Cristovan Buarque pilotando a chapa ao Planalto.

Por fim, ainda que possam exercer alguma influência em determinados estados, o Rio Grande do Sul inclusive, outras agremiações, no âmbito nacional, vão apenas orbitar em torno dos outros partidos. São os casos específicos de PTB, PP e PL – que, aliás, compõem, hoje, a base do governo Lula. Mas isso é mera análise momentânea, que pode, é bom repetir, se modificar ao longo do tempo. Fiquemos, enquanto isso, com a notícia divulgada pelo sita do jornal O Globo, agora no final da tarde, sobre o encontro de socialistas, petistas e comunistas do B:

“PT, PSB e PCdoB estarão juntos em 2006
O Globo
SÃO PAULO – As Executivas Nacionais do PT, PSB e PCdoB se reuniram nesta sexta-feira e decidiram que devem consolidar a aliança entre os três partidos que formam o núcleo de esquerda da base de apoio ao governo Lula. No encontro, que ocorreu na sede nacional do PCdoB, em São Paulo, foi aprovada uma nota política em que os partidos manifestam a disposição de trabalhar em conjunto – com vistas às eleições de 2006 – para construir um projeto nacional fundado no desenvolvimento, na democracia, na soberania e no estímulo aos setores produtivos.
– A idéia é preparar um novo tipo de relação entre os partidos de esquerda da base de governo para poder dar sustentação a um projeto comum de mudanças profundas no país e resgatar o ideário da esquerda democrática brasileira – disse Tarso Genro, presidente nacional do PT, um dos idealizadores do encontro.
Esta foi a segunda reunião das legendas em nível das Executivas – a primeira realizou-se em Brasília -, além dos vários encontros entre os presidentes do PT (Tarso Genro), PSB (Roberto Amaral) e PCdoB (Renato Rabelo). Os três também estiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dia 18 de agosto; com o novo presidente da Câmara, Aldo Rebelo, na quarta-feira da semana passada; e participaram de um debate público sobre a crise política, em 5 de setembro, em São Paulo.
Na reunião desta sexta-feira, estavam presentes além de Tarso Genro, o terceiro vice-presidente do PT, Valter Pomar, o secretário de Formação Política, Joaquim Soriano, e o secretário de Mobilização, Francisco Campos. Representando o PSB estavam o seu presidente, Roberto Amaral, e o primeiro secretário nacional, Carlos Siqueira. Pelo PCdoB, estavam Renato Rabelo (presidente), José Reinaldo (secretário de Relações Internacionais), João Batista Lemos (secretário Sindical), Adalberto Monteiro (secretário de Formação e Propaganda) e Valter Sorrentino (secretário de Organização).”


EM TEMPO: para quem desejar ler a íntegra da nota divulgada hoje à tarde, acesse www.pt.org.br, ou http://oglobo.globo.com/online/plantão/ Eis a íntegra da nota assinada pelos presidentes dos três partidos: “Nota política do PT, PCdoB e PSB “Representações das Comissões Executivas do PT, PSB e PCdoB, reunidas na data de hoje, mantiveram uma discussão sobre a conjuntura política, o governo Lula e as relações entre os partidos de esquerda da base de sustentação do governo, no que refere às suas relações políticas. “Os partidos manifestam, de comum acordo, a disposição de prosseguir no diálogo ora restaurado, intervir de forma articulada na discussão do orçamento público para o próximo ano, através de sua base parlamentar, e aprofundar o debate com vistas às questões programáticas vinculadas às eleições de 2006.Os partidos manifestam, igualmente, a disposição de desenvolver um esforço político no sentido de buscar acordo na formulação de um projeto de Nação que, combinando desenvolvimento com inflação baixa, promova altas taxas de crescimento, inclusão social pelo emprego, acelerada distribuição de renda, redução drástica da taxa de juros e democratização das decisões públicas. “É possível e necessário mudar profundamente o Brasil. “Os partidos manifestam, finalmente, a sua posição de defesa da estabilidade política do país, do governo do presidente Lula, da transparência da vida pública, com o aprofundamento das investigações, para combater a corrupção sistêmica no Estado brasileiro, acelerada nos últimos anos pelas privatizações selvagens, comandadas pelo governo FHC, e pelos financiamentos ilegais das campanhas eleitorais. “O PT, o PCdoB e o PSB assumem o compromisso de manter aceso o diálogo visando à construção de um projeto nacional fundado no desenvolvimento, na democracia, na soberania, no estímulo aos setores produtivos e valorização do trabalho, e, finalmente, no combate ao rentismo especulativo que promove a concentração de renda e o aumento da dívida pública. “São Paulo, 14 de outubro de 2005 “Tarso Genro, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores “Renato Rabelo, presidente nacional do Partido Comunista do Brasil “Roberto Amaral, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro”.

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