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Comando docente reafirma movimento paredista na UFSM

Uma nota a ser publicada nos jornais de Santa Maria nesta quarta-feira confirma a continuidade da greve iniciada, aqui, em 5 de setembro, além de manter a conclamação para que a sociedade defenda a universidade pública no Brasil. Afora se referir a veículos de comunicação, sobrou mesmo crítica é para o governo que, na prática, “quer deixar de fora (de sua proposta) os aposentados, pensionistas e os professores de 1o e 2o graus das Universidades”. E mais: diz que, na opinião dos grevistas, “a questão não é apenas de recursos. É falta de vontade política” das autoridades de Brasília.

Leia, a seguir, na íntegra, a nota mandada publicar pelos grevistas. Ela é assinada pelo “comando local da greve dos professores” e pela Sedufsm (Seção Sindical dos Docentes da UFSM). Ei-la:

“Considerando a desmobilização das mesas de negociação sobre a pauta do Movimento Docente, patrocinada pelo governo, aos Docentes das IFES restou indicar seu descontentamento através da greve deflagrada em 5 de setembro.
Após considerável período de silêncio oficial, no dia 13 de outubro, a Rede Globo anunciou em horário nobre que o governo havia oferecido um reajuste de até 25% aos professores das Universidades Federais, com o objetivo de acabar com a greve antes do dia do Professor. Ou seja, estaria dando um presente à categoria. Na realidade, a proposta feita pelo governo, na ocasião, não só não dá reajuste a ninguém no nível anunciado como é extremamente discriminatória. Acentua distorções salariais e cria um grande mal-estar entre professores titulados e não titulados, ativos e inativos. Os reajustes nos incentivos à titulação propostos pelo governo representam de fato: 9% para os professores doutores, 6% para os mestres, 3% para os especialistas e 1,5% para os professores com curso de aperfeiçoamento. Docentes que têm apenas curso de graduação não serão contemplados. Situação que o governo tenta amenizar com correções diferenciadas nos valores das gratificações. A criação da classe de Professor Associado, embora seja uma reivindicação da categoria, na proposta do governo não está clara sua forma, nem a época de sua implantação. Para os aposentados, o governo acena com um pequeno reajuste na gratificação a partir de julho de 2006. A assembléia local, realizada no dia 20 de outubro, rejeitou tal proposta, da mesma forma que as demais assembléias regionais realizadas no país.
O Comando Nacional de Greve, com base nas assembléias regionais, apresentou ao Ministério da Educação uma contraproposta que prioriza a paridade e a isonomia, além de um reajuste linear para todos os docentes.
Na sua edição do dia 21 de outubro, um jornal de Santa Maria noticiou que o MEC havia informado o aumento da verba para atendimento às reivindicações da categoria de R$ 500 milhões para R$ 950 milhões. Essa notícia gerou uma expectativa positiva de que o impasse estaria chegando ao fim.
Lamentavelmente, tal expectativa não se confirmou, uma vez que o governo em sua contraproposta apenas ratificou a verba anteriormente anunciada de R$ 500 milhões e apresentou a mesma proposta anterior, “aprimorada” segundo a sua avaliação. Mantendo todos os seus aspectos discriminatórios e propondo a criação de “grupos de trabalho com prazos previamente estabelecidos para a discussão da carreira do magistério federal”. Ou seja, o governo não avançou em nada na proposta rejeitada pela categoria.
Na realidade, o governo quer deixar de fora os aposentados, pensionistas e os professores de 1o e 2o graus das Universidades. A questão não é apenas de recursos. É falta de vontade política, já que a Educação Pública, em especial a de nível superior, não é relevante para o atual governo, o que significa um alinhamento com as políticas do Banco Mundial.
Desta forma, o Comando Local de Greve da Universidade Federal de Santa Maria, ao mesmo tempo em que reafirma sua disposição em dar continuidade à greve, conclama a todos a cooperar na mobilização das lideranças políticas locais, estaduais e nacionais em defesa da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade.”

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