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Tubias e Maciel ignoram pedido de unidade, vetam nomes, montam chapa e vencem sozinhos. Já o PMDB…

Não há dúvida: a menos que uma grande operação seja montada, envolvendo os maiores nomes do partido, a começar por Cezar Schirmer e, talvez, uma intervenção política do Diretório Estadual, o PMDB de Santa Maria pode sucumbir às futricas internas e se enfraquecer – para delírio de seus adversários.

Este jornalista tem em seu poder um documento, que os que o assinaram chamaram de “Manifestação” (cuja íntegra reproduzo no final deste texto). Nele, se pregam a “unidade e o consenso”, que se evite “qualquer tipo de disputa interna”, e que se busque uma forma de fazer com que todos os segmentos internos do partido “sejam contemplados no próximo Diretório Municipal”.

Convenhamos: são palavras bonitas, idealistas até. E que denotavam o interesse da maioria das lideranças peemedebistas que, sinceramente, intentavam uma direção consensual, negociada. Ah, e numa negociação, como qualquer pessoa medianamente inteligente sabe, é preciso ceder. Todos necessitam perder algo, em função do todo.

Sem esse desprendimento coletivo, qualquer unidade é impossível. O tal documento foi assinado por todos os ocupantes de chefias locais do Governo do Estado: Antonio Carlos Saran Jordão (Delegacia da Fazenda), Walmir Dressler (Delegacia da Saúde), Tancredo Cardoso (Coordenadoria da Agricultura), Norma Rolim (Secretaria do Trabalho e Ação Social), Sérgio Severo (Coordenadoria da Fepam), José Vilmar Viegas (Superintendência da Corsan), Odair Acosta (Secretaria da Habitação), Márcia Estivalet (Coordenadoria da Educação) e Mario Oneide Ribeiro (Emater).

Também firmaram o mesmo documento, cinco ex-presidentes partidários, além do “de honra”, a saber: Abdo Mottecy, Arnildo Muller, Luiz Celso Giacomini, Luis Eliton Cordenuzzi, Carlos Evanói Vieira e João PTB. A proposta de unidade foi igualmente chancelada pelos chamados setores pára-partidários: Juventude Estadual (Maicon Di Giacomo), Juventude Regional (Gustavo Saldanha), Juventude de Santa Maria (Marcelo Acosta) e PMDB Mulher (Márcia Estivalet).

E o documento, por sinal redigido no dia 24, segunda-feira passada, deveria ser assinado também pelos quatro vereadores. E aí, bem, aí é que começou a se esboçar a desconfiança de que algo “estava errado”; só puseram seu nome em nome da aliança interna, Cláudio Rosa e Magali Adriano. De todas as lideranças locais e regionais do PMDB, apenas duas, os vereadores Tubias Calil e João Carlos Maciel, se recusaram a assinar.

Mais tarde, no sábado, para a maioria ficou tudo claro, como me disse uma fonte agora há pouco, por telefone: “eles, Tubias e Maciel jogaram até o fim, mas queriam mesmo o confronto”. Vetaram os nomes de todos os líderes da Juventude, Di Giacomo, Saldanha e Acosta. Como, perguntaram a Tubias, considerado o líder (e subscritor da chapa afinal inscrita) vetar setores representativos do Partido? “Só por que não concordamos com eles, ou por que não conseguimos derrotá-los no foro apropriado”?, como me falou a mesma fonte, há menos de meia hora.

Por conta disso, e, consta, com o apoio de Cezar Schirmer, que teria avalizado a decisão final, boa parte dos históricos (leia as duas notas imediatamente anteriores a esta para saber quais alguns dos que ficaram de fora do Diretório), inclusive vários ex-presidentes (que constam na chapa apenas por imposição estatutária), decidiu se retirar do processo. Com o que Tubias (e Maciel) serão vitoriosos. Vão, os dois, formalmente dominar o partido. Não se sabe bem que tamanho o PMDB terá, mas será menor, certamente, na avaliação de um por enquanto quieto ex-dirigente que está muito irritado com a situação, e com o qual também falei esta noite.

Não se sabe, ainda, qual a reação. Há quem defendia, hoje, que esse grupo se afaste da agremiação, pelo menos até a convenção – da qual não participariam. Mas uma reunião, que deve acontecer entre amanhã e terça, vai definir a posição oficial do grupo.

Leia, agora, o manifesto assinado por todos os citados mais acima, exceto os vereadores Tubias Calil e João Carlos Maciel. E você, leitor, tire sua própria conclusão:

“MANIFESTAÇÃO:
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB – de Santa Maria ao longo de sua história revelou grandes lideranças que ocuparam ou ocupam funções importantes no Estado e no País.
Por sua história e por sua importância na região central do Estado, entendemos que o PMDB de Santa Maria deve servir como uma referência positiva, bem como para o sucesso do PMDB na região no próximo pleito eleitoral.
Considerando o momento atual em que vive o Partido, tanto a nível Federal, Estadual e Municipal, nós abaixo assinados, vimos manifestar o que segue:
– Para que isso aconteça, é de extrema importância que na eleição do próximo Diretório Municipal, o Partido construa uma unidade, buscando de todas as formas o entendimento e o consenso, evitando qualquer tipo de disputa interna, visto que tal situação seria extremamente nociva aos interesses do Partido.
Entendemos que existe espaço para que todos os segmentos do Partido possam ser contemplados no próximo Diretório Municipal, bastando para isso que os companheiros e companheiras tenham consciência, que acima de qualquer interesse pessoal está o interesse coletivo do Partido.
– Assim, reiteramos nosso desejo de unidade e que se busque de todas as formas o entendimento e o consenso, elementos tão salutares ao Partido neste momento. Santa Maria, 24 de outubro de 2005.
”

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