Observatório. Confira a versão original da coluna publicada neste sábado, 21 de fevereiro

 “SCHIRMER NÃO ESCAPA DA TAXA DE ILUMINAÇÃO”

 

 

APOSTE – goste-se ou não da medida, mude-se ou não a nomenclatura, algo é certo, talvez ainda neste ano: o prefeito Cezar Schirmer enviará à Câmara proposta de criação da Taxa de Iluminação Pública. Em tempo: esta coluna é a favor.

 

 

 

“TITULAR MANDA; SUPLENTE OBEDECE. NÃO ADIANTA BERRAR. É ASSIM. E PONTO.”

 

 

A informação é simples e direta: o titular de um cargo legislativo é o “dono” dele. E a transferência para um suplente implica em negociação sobre o aproveitamento de cargos de confiança. Isso já aconteceu, por exemplo, com Cezar Schirmer, que, como suplente, teve que atender a pedidos feitos por Osmar Terra, o eleito para a cadeira que o santa-mariense ocupou na Câmara dos Deputados.

 

É o que aconteceu agora, na Câmara de Vereadores, com Cláudio Rosa, do PMDB. Ele é suplente. O titular é Tubias Calil, chamado para compor no secretariado do prefeito Cezar Schirmer. Pelo menos dois dos assessores de Rosa são indicados por Calil. É assim que funciona. É da política. Há pouca margem para a recusa em pedidos dessa natureza. Ponto.

                       

 

 

“NEPOTISMO. O QUE É. E O QUE NÃO ɔ

 

 

A decisão do Supremo Tribunal Federal é rigorosamente clara. Para haver o chamado nepotismo cruzado, tem que haver uma compensação. Assim, não há dúvida em relação ao caso de Daniela Farret, que está na equipe de cargos de confiança do vereador Sérgio Cechin, do PP. A situação somente se configuraria como irregular se algum parente do vereador estivesse empregado como CC no Executivo, onde está alojado o vice-prefeito José Farret, pai de Daniela.

 

Da mesma forma o sobrinho do prefeito Cezar Schirmer, Leonardo. Ele pode perfeitamente assessorar o vereador Cláudio Rosa. Desde que o edil não tenha algum familiar como CC na Prefeitura. O que não é o caso.

 

Portanto, não há dúvida, o nepotismo cruzado não se configura.

 

EM TEMPO: situação bastante diversa é a de um sobrinho do vice-prefeito, que está em função de confiança no Executivo. Por mais competente que ele seja (e é, o colunista pode asseverar, porque conviveu com ele na Prefeitura, no agora longínquo 1995), somente poderia ser CC se fosse secretário de município.

 

 

 

“CONTRATOS DE ESTÁGIO PRORROGADOS NA CÂMARA. MEDIDA BASTANTE POSITIVA”

 

 

Talvez seja conveniente aguardar mais um pouco para festejar, mas são boas as notícias que têm surgido da Câmara de Vereadores, nesse início de Legislatura.

 

Uma é a aparente disposição de reduzir sensivelmente o número de homenagens, medalhas, comendas e quetais, situações banalizadas em época recente e que só desprestigiam o parlamento e, não raro, até mesmo os laureados.

 

Outra é a disposição de, além de cumprir a nova “lei do estágio”, concedendo benefícios aos ocupantes das funções, também renovar por mais um ano o contrato dos atuais estagiários, escolhidos por concurso em meados de 2008. Não haverá, portanto, seleção este ano. Melhor que isso, para a comunidade, só se a Prefeitura seguir o mesmo caminho.

 

 

“CURSO PARA OS VEREADORES E OUTROS, EIS AQUI MAIS UMA EXCELENTE IDÉIA”

 

 

Quando elegeu-se vereador pela primeira vez, há três legislaturas, João Carlos Maciel, do PMDB, por conta própria, fez uma espécie de curso rápido para conhecer o funcionamento da Câmara de Vereadores. O objetivo era claro: não cometer erros. Pelo menos não os formais. Uma boa medida, embora houvesse quem risse do então estreante edil.

 

Pois, agora, na condição de Presidente do Legislativo, Maciel toma a iniciativa oficial de realizar um curso de Técnica Legislativa. Vale para vereadores, assessores e servidores do quadro geral do Parlamento. Será na próxima sexta-feira.

 

Cá entre nós, uma boa idéia. Resta saber quantos participarão. Deveriam ser todos, inclusive os veteranos. Uma reciclagem não faz mal a ninguém. Inclusive porque, creia, nas últimas legislaturas (e há “repetentes” por lá, com mandato concedido pelo povo) havia edis que sequer o regimento interno conheciam. Exemplos existem, podem acreditar. E nem são tão poucos. A interpretação de normas próprias da Câmara também faz parte da atividade parlamentar, pode acreditar.

 

 

 

“UM ANO EM QUE OS POLÍTICOS PODEM FAZER UM RETIRO NOS DIAS DE FOLIA”

 

 

A seção “Não custa lembrar”

 

Em 21 de fevereiro de 2004:

 

“* Quatro dias de festa, nos salões e na avenida. Ou, para quem não gosta, retiro e descanso, antes que o “ano efetivamente comece”, na quarta-feira de cinzas. 

* Uma coisa, porém, é absolutamente certa: onde houver aglomeração popular, seja onde for, haverá pelo menos um candidato. Seja a vereador ou prefeito.

* Ou, na pior das hipóteses, um cabo eleitoral. É do jogo. É da vida. Ou alguém duvida?”

 

Hoje:

 

Com a ausência da folia de rua, os políticos, ao contrário de exatos 5 anos atrás, quando eram publicadas as notas ao lado, na seção Luneta, devem-se concentrar mesmo é nos salões dos clubes – que pretendem promover ativas noites (e tardes, para as crianças) burlescas. Mas há algo fundamental, e que pode fazer toda a diferença. Como não é ano eleitoral, eles podem optar por um retiro. Afinal, não precisam ser notados.

 

 

 

“ESTÃO ESPALHANDO QUE FARRET NÃO SERÁ CANDIDATO. A IDÉIA DO PP É MORRER?”

 

 

A seção Luneta

 

 

Anny Desconzi é o único integrante do primeiro escalão de Valdeci Oliveira que segue em função de confiança na Prefeitura – de cujos quadros faz parte como concursada.

 

Inclusive por sua competência e conhecimento na área, e dona da memória de inúmeros projetos da gestão passada, permanece como Procuradora Geral do Município.

 

Pelo que se vê pela cidade, seria interessante alguém sugerir (ou mandar, talvez fosse melhor) a leitura do Código de Posturas. Inclusive para cumpri-lo. Afinal, é lei.

 

O secretário Jorge Pozzobom é corajoso. Deveria receber uma medalha (não igual as da Câmara, por favor) da governadora Yeda Crusius.

 

Está certo que o ex-edil é do partido de Yeda, mas há outras siglas, beeem maiores, que também são governo. E não a defendem tanto quanto Pozzobom  – sempre pronto na hora boa e, tambééém, na ruim.

 

Palpite claudemiriano: será um ato suprapartidário a homenagem que se pretende prestar ao ministro Tarso Genro, que faz aniversário em 6 de março e fará a festa em Santa Maria, no dia anterior.

 

A organização do festerê é do escritório do deputado (e correligionário de Tarso) Paulo Pimenta. Que, por sinal, nos mesmos dias realiza seminário regional para prefeitos e outras autoridades municipais da região.

 

Afora o ministro da Justiça, haverá representação de oito ministérios, que poderão ser questionados pelos dirigentes das comunas do centro gaúcho.

 

Incrível: tem gente graúda que continua a espalhar que o secretário de Saúde (e vice-prefeito) José Haidar Farret não será candidato a deputado estadual em 2010.

 

Se isso acontecesse, mais um partido (além do PDT, de boas, mas antiiiiigas, lembranças) estará fadado à morte política na cidade. Mas tem gente que acredita. A coluna, não. Mas, de repente…

 

E então, Fabiano Pereira, do PT, será mesmo candidato à Câmara dos Deputados? Isso é que se chamaria confiança no próprio taco.

 

Farret (se concorrer mesmo) e Valdeci Oliveira agradecem. Além, claro, de Tubias Calil – se bem que este busca, a todo custo, expandir-se pela região também.

 

Você também pode encontrar este colunista diariamente às 7h45, e ao meio dia, na rádio Antena 1; e a qualquer momento no site www.claudemirpereira.com.br.

 

 

 

“UM OUTUBRO QUENTÍSSIMO NO CALENDÁRIO DO PT E DO PMDB DE SANTA MARIA”

 

 

Nas disputas de PMDB e

PT, Nicoloso terá vida

mais tranqüila que Valdir

 

A idéia era prorrogar até 2010 os mandatos que terminariam este ano, das direções municipais do PMDB. A pressão de dirigentes que perderam o pleito de 2008, cansados ou sem condições políticas para seguir nas funções, está a indicar uma mudança, pelo menos no Rio Grande do Sul. Uma reunião do Diretório Estadual, em abril, deve confirmar convenções para outubro de 2009.

 

No caso específico de Santa Maria, o que acontecerá? Muuuita discussão. Não mais por posições dentro do partido, mas, provavelmente, no governo, agora peemedebista. E vai mudar, então, o comando? Dá para apostar que não. E é bem possível que Renato Nicoloso continue presidente. Não sem antes, claro, algum tipo de negociação. Pode atrapalhar a gestão do PMDB na Prefeitura? Nunca se sabe.

 

Em todo caso, nada muito complicado, se o observador virar os olhos para a oposição. Ali, a briga será das grandonas. O PT, atualmente presidido por Valdir Oliveira, enfrentará as suas sempre eletrizantes (para quem vê de fora) eleições diretas, com a participação da maioria dos filiados.

 

Também em outubro, pode apostar, haverá uma briga de foice no escuro entre as principais correntes petistas, personificadas por Valdeci Oliveira, Paulo Pimenta e Fabiano Pereira. É difícil acreditar, muito pelo contrário, que algum deles seja hegemônico. Mas podem se formar novos pólos de poder. E ninguém pode garantir, diferente do PMDB, que Valdir Oliveira seguirá Presidente.

 

De tudo isso, uma coisa é certa: vem aí um outubro pra lá de quente, nos principais partidos políticos que atuam em Santa Maria.