Coluna Observatório: “O isolamento do blá-blá-blá”

Articulação quer que o debate em plenário seja só isso: debate
Há encontros nos corredores, em alguns gabinetes bem situados e até em cantos do plenário. Tímidos, mas existem. E são cada vez mais consistentes, é bom que se diga. Até outro dia, ninguém minimamente afeito às coisas do Parlamento Municipal acreditaria. Porém, a conjuntura se modificou. E bastante. E um grupo cada vez mais numeroso de edis parece indisposto a aceitar o gritedo, a falta de argumento, o blá-blá-blá e, sobretudo, a falta de modos políticos no trato das questões legislativas – mesmo que a pretexto de uma suposta sabedoria (que começa a ser tratada, antes, como empáfia e até arrogância).
Conhecida essa situação, pode-se entender o caldo em que começa a se formar uma massa bem sólida, capaz de ser deglutida por uma ampla maioria (por enquanto mais ou menos silenciosa) que pretende impor uma forma mais solidária e compacta em defesa do Parlamento e da Sociedade. Sem ranços, facilmente perceptíveis em qualquer sessão plenária – e que tornam qualquer projeto objeto de discussões estéreis, fundadas menos no interesse coletivo e mais nas picuinhas político-pessoais.
É em torno disso, sem esquecer as diferenças partidárias e/ou ideológicas, fundamentais para o enriquecimento do debate, mas – falando bem objetivamente – deixando a a falta de educação e o brilhareco pessoal confinados às polêmicas internas a cada agremiação ou grupo político.
Enfim, o que se esboça é o debate de uma idéia de unidade na diversidade política. Ou o isolamento do radicalismo ridículo que permeia as manifestações – e atitudes – de uns e outros. Faltam quase dois meses. Mas o diálogo (leia texto a seguir) avança nesse sentido.