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Docentes da UFSM querem apoio da comunidade ao movimento paredista

“O Comando Local de Greve participou nesta segunda, 21, à tarde, de um Seminário promovido pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul junto com os Coredes (Conselhos Regionais de Desenvolvimento) das regiões Centro e do Vale do Jacuí sobre alternativas de desenvolvimento para o Estado.

Os docentes aproveitaram o encontro, que ocorria no auditório do Centro de Ciências Sociais e Humanas da UFSM para expor suas reivindicações e buscar apoio da comunidade na luta pela valorização das instituições públicas de ensino. Foi entregue um documento aos participantes do encontro, entre eles, o prefeito Valdeci Oliveira, o reitor da UFSM, Paulo Sarkis, deputados, vereadores e secretários de município.

A professora Ester Nogueira, diretora do sindicato, lembrou que a UFSM é um agente importante para o desenvolvimento de Santa Maria e região e que, por isso, a valorização do trabalho docente era um assunto pertinente para a reunião. Já o professor Diorge Konrad, também da SEDUFSM, falou das dificuldades enfrentadas pelas universidades federais e da necessidade da retomada das negociações por parte do governo federal.

O deputado estadual Ronaldo Zulke (PT), que na ocasião representou a Assembléia Legislativa, solidarizou-se com os professores e reforçou que essa é uma luta legítima. Os Coredes são entidades civis cujo objetivo é analisar problemas e potencialidades de cada região do Estado e propor estratégias de desenvolvimento sustentável, respeitando as peculiaridades regionais.”

OBSERVAÇÃO: o material acima foi divulgado pela Assessoria de Imprensa do Sindicato Docente. Abaixo, a íntegra do documento entregue pela entidade. Mais abaixo, a opinião dsste jornalista:

“À comunidade santa-mariense e regional
A greve nacional nas Instituições Federais de Ensino, deflagrada há mais de 70 dias, alcança hoje 39 instituições. O governo federal é o único responsável por esta situação que coloca em risco o processo de formação de milhares de estudantes, demonstrando mais uma vez sua incompetência, impotência e arrogância na resolução de problemas que afetam a sociedade brasileira.
Insensível à grave situação salarial dos professores, o governo concedeu no início do ano um reajuste de 0,1%. Em 06 de junho o sindicato protocolou no MEC nossa pauta de reivindicações que não foi respondida pelo governo, levando a categoria a deflagrar a greve cerca de 90 dias após esta data. Durante o processo de negociação entre o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN, que começou somente 31 dias depois de deflagrada a paralisação nas IFES, o MEC reapresentou três vezes uma proposta com as mesmas bases conceituais, ignorando a rejeição categórica das assembléias gerais realizadas em todo país.
O Comando explica que a proposta do governo não resolve nem aponta para uma solução de problemas históricos da categoria, como a perda gradativa do salário diante da inflação, a distorção salarial entre ativos, aposentados e pensionistas e a desigualdade, também salarial, entre docentes dos 1º, 2º e 3º graus. Além disto, as gratificações formam a maior parte do salário que, ao contrário do que alardeia o governo, são baixos e incompatíveis com a natureza do trabalho fazer acadêmico. Na verdade, a proposta do governo mantém a lógica de valorização de gratificações em detrimento do salário básico, ampliando distorções e dificultando ainda mais sua correção no futuro. No tratamento dispensado aos aposentados, fica evidente que o governo os considera um mero ônus orçamentário.
Por isso, o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN reafirma seus princípios de luta em defesa da universidade pública e gratuita, pela valorização do trabalho docente e pelo aumento da dotação orçamentária para as instituições federais de ensino, os quais só se concretizam por meio da valorização do salário, da remuneração igual para trabalho igual (isonomia), da equiparação dos salários entre ativos e aposentado (paridade) e da realização de concursos públicos para reposição e ampliação do quadro de professores. Pelo atendimento a essas reivindicações, a greve continua.
Outrossim, O Comando Local de Greve (CLG) recebeu inúmeras manifestações de docentes inconformados com a não prorrogação de prazos do PROLICEN em decorrência da greve.
Sensível pela inconformidade manifesta pelos docentes, causa-nos estranheza a manutenção dos prazos e datas veiculados através do Edital 001/2005, uma vez que, por força da greve, outros eventos, como a JAI, foram transferidos. Convém lembrarmos, ainda, que a não prorrogação dos prazos do PROLICEN acarretará prejuízos a muitos alunos da UFSM que viajaram para as suas cidades, o que vem inviabilizando a continuidade de muitos projetos, ferindo, então, o objetivo ao qual se propõe o Programa das Licenciaturas, ou seja, a possibilidade de iniciação científica discente.
Solicitamos, portanto, providências no sentido da revisão e protelação de prazos que envolvem as atividades do corpo docente e discente como forma de evitar prejuízos maiores, incluindo aí, os relatórios parciais e finais dos projetos de ensino, pesquisa e extensão, bem como as atividades do PEIES e a data estabelecida para a realização do Vestibular 2006.
Comando Local de Greve (CLG) dos Docentes da UFSM
”

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: Não há um só reparo a fazer ao documento divulgado pelos grevistas. É até possível que, salvo raríssimas exceções, qualquer dos presentes ao evento da tarde desta segunda, independente de sua cor ideológica ou partidária, poderia assiná-lo.
O problema, porém, é outro. Não há, de um lado, a mínima disposição do governo federal, via Ministério da Educação, de negociar além do que já foi – por menor, e quem sabe constragedora, que tenha sido a proposta. E, de outro, restam poucas condições (não razões, certamente) objetivas para a manutenção da greve. Aparentemente, o que se trata, na verdade, é a tentativa, aliás legítima e correta, de abrir caminho para propor o fim do movimento com dignidade – algo que, de resto, mais que sobra aos docentes.

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