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Farmácia popular não agrada aos estabelecimentos tradicionais

A criação da Farmácia Popular, que venderá medicamentos a preços menores que o mercado, não poderia mesmo agradar “ao mercado”. Que, segundo conta reportagem assinada pela jornalista Mariangela Rechia, na edição de hoje do Diário de Santa Mariaq, pretende barrar na Justiça o empreendimento. Ou, então, pedir indenização pelos prejuízos. É verdade que não são todas as farmácias, mas há os indignados.

Reproduzo, aqui, a reportagem, para que você mesmo tenha condições de fazer a avaliação:

Farmácia popular assusta concorrência
Venda de remédios com até 90% de desconto está causando polêmica na cidade. Empresários entrarão na Justiça para impedir abertura do empreendimento

Ontem à tarde, três funcionários trabalhavam na reforma de um prédio na Rua Roque Calage onde a prefeitura, em parceria com o governo federal, promete abrir a farmácia popular do Brasil até o fim deste ano. Ao mesmo tempo, pelas farmácias comerciais de Santa Maria, passava um documento que falava em concorrência desleal entre empresários e governo, já que a nova farmácia terá isenção de impostos. A maioria dos donos das 150 farmácias da cidade promete entrar na Justiça, na próxima semana, para impedir a abertura do empreendimento que promete vender medicamentos no balcão com até 90% de desconto.
Se no dia 28 de outubro – quando a prefeitura assinou a autorização para as obras da nova farmácia – a população comemorou a possibilidade de comprar remédios com até 90% de desconto, os empresários não receberam a notícia com entusiasmo. Eles temem pelo futuro das cerca de 750 pessoas quem trabalham hoje nos estabelecimentos comerciais.
Uma gerente de farmácia do Centro afirma que, de cada 10 pessoas que entram no estabelecimento, nove são para comprar remédios de uso contínuo (veja ao lado) – os mesmos que serão ofertados pelo governo por valores abaixo do mercado. Como a venda destes medicamentos representa 90% do faturamento, se os consumidores migrarem de estabelecimento, muitos empregados podem ser demitidos, dizem os empresários.
Em outra farmácia do Centro, a responsável pela venda dos remédios afirma que a concorrência é desleal.
– Não dá para competir. O governo vai vender o preservativo a R$ 0,30, quando nós recebemos o produto a um preço de custo de R$ 0,90 – diz ela.
Outra reclamação é sobre a isenção do ICMS, o que não é dado às farmácias comerciais.
O advogado Ricardo Vollbrecht está reunindo a documentação necessária para mover a ação. Para ele, a abertura da farmácia popular vai contra dois princípios da Constituição.
– Um deles é o da livre concorrência. A Constituição proíbe órgãos públicos de participar de concorrência econômica – diz Ricardo.
Outro argumento contrário é de que o mesmo tipo de medicamento que será vendido deve, por lei, ser fornecido gratuitamente ao povo.
– Já reunimos a procuração de 20 das cerca de 100 farmácias que estão interessadas em participar. Se não conseguirmos barrar a abertura, vamos pedir a indenização pela quebra de faturamento – afirma o advogado.
Empresários se reúnem hoje para debater o assunto
O presidente da Associação das Farmácias, Plínio Denardin, não concorda com a ação, mas garante que vai aderir ao voto da maioria. Hoje haverá uma reunião com os empresários para discutir o tema.
– Acho que a ação não trará resultado algum. Quando o governo quer algo, acaba enfiando goela abaixo na gente – afirma Denardin.


OBSERVAÇÃO: Para ver mais informações, inclusive a palavra do secretário de Saúde do município, Luiz Carlos Bier, acesse www.clicrbs.com.br/jornais/dsm

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