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Palocci vai ao Senado, mas crise fica do mesmo tamanho

Por várias horas, hoje, a partir das 3 e pouco da tarde, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado ouviu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Poderia, aqui, dar apenas a notícia. Prefiro, no entanto, dispor ao leitor/internauta a análise de um dos mais lúcidos jornalistas políticos do País. No caso, Josias de Souza, em seu site, ele que é colunista do jornal Folha de São Paulo.

Eis o texto que ele publicou agora há pouco, às 8 e 29 da noite:

Problemas de Palocci ficam do mesmo tamanho
O depoimento de Antonio Palocci, que havia sido momentaneamente interrompido, já foi retomado. Está completamente esvaziado. Já deu o que tinha que dar. Eis o resultado do encontro: Palocci sairá da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado do mesmo tamanho que entrou.
Autoridades do governo dizem que Palocci foi o máximo. A oposição acha que deixou a desejar. De concreto, restou a impressão de que o ministro continua enfrentando questionamentos em duas frentes: a técnica e a ética.
No front técnico, Palocci guerreia com colegas do próprio governo. Enfrenta uma investida para flexibilizar a política de cintos apertados. O ministro deixou muito claro o que pensa a respeito: disse que só fica no governo se suas idéias prevalecerem sobre as teses dos que pensam de modo diverso. O grupo adversário, momentaneamene personificado na figura de Dilma Roussef, não se limita à chefe da Casa Civil.
Quanto aos questionamentos éticos, a estratégia do governo foi minada por um contragolpe da oposição. O petismo esperava que o depoimento de Palocci colocasse uma pedra em cima do tema. Não foi o que ocorreu.
Num gesto combinado pela manhã, PSDB e PFL decidiram que não entrariam no jogo do “fato consumado” armado pelo governo. Deliberaram que não fariam na Comissão de Assuntos Econômicos perguntas que, acreditam, devem ser feitas numa CPI. Retiraram toda a eletricidade que se havia formado em torno do depoimento do ministro.
Palocci passou em revista todas as acusações que lhe fazem. Rebateu-as uma a uma. Mas, ao evitar o questionamento, a oposição adiou convenientemente o estabelecimento do contraditório. Por ora, tem-se a palavra de Palocci contra as acusações de ex-auxiliares dele e do Ministério Público de Ribeirão Preto.
O próximo movimento da oposição será tentar aprovar na CPI dos Bingos um requerimento de convocação de Palocci. É tudo o que o ministro gostaria de evitar. Mas ele próprio afirmou que não está “acima de qualquer suspeita”. E colocou-se à disposição do Congresso.
Assim, remanescem tanto as rusgas internas entre Palocci e colegas de ministério quanto a tática da oposição de arrastar o ministro para uma CPI. Palocci desferiu alguns golpes. Mas foi mantido no córner do ringue político. Um lugar que não convém a um ministro da Fazenda.

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