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“Um morto, 66 feridos e um enfermo” cujo estado de saúde se agrava pouco a pouco

O jornalista Ricardo Noblato publicou, no final da tarde de hoje, em seu site (www.noblat.com.br) a avaliação mais lúcida da crise brasiliense na semana que passou. Vale a pena ler a reprodução que faço, a partir de agora:

“Tá lá um corpo estendido no chão!
Saldo dos últimos sete dias de crise política: um morto, 66 feridos e um enfermo que vê se agravar pouco a pouco seu estado de saúde. O morto é o ministro Antonio Palocci. O corpo dele está entendido na grama da Esplanada dos Ministérios à espera do rabecão. Que pode até não passar. Nem por isso Palocci sairá da horizontal.
Os 66 feridos são os deputados que assinaram o requerimento para prorrogar o prazo de validade da CPI dos Correios – e que, pressionados pelo governo, retiraram suas assinaturas em troca de promessas. Perderam prestígio e vergonha. Perderão votos. Estão furiosos e condenados a engrossar a fila dos que se sacrificaram em vão e de graça pelo governo.
O enfermo é Lula. Manobrou para deter a apuração de falcatruas depois de haver dito que jamais se meteria com CPIs, e estimulado os brasileiros a denunciarem irregularidades. A manobra foi um fiasco retumbante – um dos mais notáveis desde que ele ocupa a cadeira número um da República.
Palocci morreu porque não soube ou não pôde impedir que ressuscitassem seu passado de administrador municipal conivente com a cobrança de propinas para o PT, e de coordenador da campanha de Lula ocupado em arrecadar dinheiro sujo para pagar despesas. Não é uma vítima do passado: é culpado por ele.
A essa altura, Lula espera que o próprio Palocci assine seu atestado de óbito, assim como o ministro José Dirceu assinou o dele. Lula é um político pragmático que segue por pura intuição a máxima cunhada pelo senador José Sarney:
– No Brasil, a principal tarefa de um governante é sobreviver.
Não será fácil para ele. No mínimo, as CPIs alimentarão a crise política até abril. Ou até junho se não funcionarem durante o recesso do Congresso do fim do ano.
Com receio de que novas revelações comprometam o sonho de reeleição de Lula, que forças políticas estarão dispostas mesmo assim a apoiá-lo no escuro?
O PMDB irá para a sucessão presidencial com candidato próprio. O PDT, também. O PFL fará dobradinha com o PSDB. Fora o PT e os eternos fiéis PC do B e PSB, Lula poderá contar com a turma do mensalão – PTB, PP e PL.
A “aliança do mensalão” será um prato feito para os adversários.
”

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