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Chavez pode ser o que for, mas tem apoio popular. E enfrenta Bush, ao contrário de um e outros

Neste momento, ainda não se sabe o resultado da eleição venezuelana. Mas é improvável que outro resultado senão apoio maciço ao presidente Hugo Chacez, não lhe garanta ampla maioria parlamentar – a mesma que o reelegerá para o terceiro mandato à frente do Executivo da Venezuela.

As elites de uma maneira geral, inclusive a brasileira, torcem o nariz para Chaves. A venezuelana, mais que isso, intentou – sem sucesso – um golpe militar. Populista, autoritário, e outros ários, já foram ditos a respeito do Presidente – que, conceda-se, parece uma caricatura. Mas o povo da Venezuela o quer, até prova em contrário. E isso assusta George Bush, ele mesmo, que não gosta de quem o confronte. Por isso, por exemplo, prefere Lula a Chavez, que não dá a mínima para os Estados Unidos e, mais que isso, o ameaça, do jeito que pode – inclusive com petróleo, o ouro negro que abunda em terras e mares venezuelanos.

Por que Chaves dá uma de valente? Simples: tem apoio de sobra entre a população, a maioria dela – e não a minoria privilegiada que, entre outras coisas, lá como cá, comanda a mídia – mas não a mente do povo.

Ok, ok. Esta página devota um “quê” de admiração em relação a Hugo Chavez. Não pelo que ele é, mas pelo que representa. Enfim, um corajoso chefe de Estado e Governo em terras latino-americanas. Pode ser meio “demodê”, mas que é bonito de ver, ah, isso é. Ele não se achica. Ao contrário de uns e muitos outros.

Mas há perigos, e não são poucos – especialmente quando vem dos líderes dos “irmãos do norte”. Confira, para não ficar só com a deste jornalista, a opinião de um dos mais respeitados (e certamente não esquerdista, como se poderia supor) analistas políticos do Brasil, o jornalista Elio Gaspari, que escreve, entre outros jornais, no insuspeitíssimo O Globo, em sua edição dominical:

Um golpe anunciado na Venezuela
Há um cheiro de golpe vindo da Venezuela. Num cenário pré-eleitoral em que o presidente Hugo Chávez teve 70% das preferências nas pesquisas, os quatro grandes partidos da oposição decidiram boicotar a eleição parlamentar de hoje.
Chávez batalha para conseguir dois terços do Congresso, bancada necessária para lhe dar um terceiro mandato de seis anos. A oposição diz que abandonou a disputa porque as urnas eletrônicas podem estar viciadas. Ela demonstrou que a coleta de impressões digitais dos eleitores permitiria a quebra do sigilo do voto, mas o procedimento foi suspenso.
É difícil entender que um presidente queira sujar um resultado que não tem razões para temer. Mais difícil, sabendo-se que a eleição está monitorada pela União Européia e pela Organização dos Estados Americanos.
Chávez é um histrião com votos. Já a plutocracia venezuelana, que em 2002 se associou a fraudes jornalísticas e a um golpe militar liberticida, é mais popular em Miami do que em Caracas. Em agosto passado, Chávez venceu um referendo com 58% dos votos. Seus adversários governam apenas dois dos 23 estados do país. Boa parte do vigor político do resultado de hoje virá do comparecimento dos 14,5 milhões de eleitores venezuelanos.
Quando a oposição abandona a disputa eleitoral, prenuncia a contestação da legitimidade do resultado. Os oposicionistas que abandonaram o pleito considerarão ilegítimo o Congresso que poderá dar a Chávez o direito de buscar (nas urnas) um novo mandato. Mais um passo, acharão legítima a idéia de derrubá-lo com a ajuda de dois generais, dez caixas e alguns mensalões. Aí é que entra o companheiro Bush com prepotência messiânica. Primeiro …
OBSERVAÇÃO: Para ler a íntegra do artigo, acessar a coluna de Gaspari no jornal O Globo, na internet. O que pode ser feito através do endereço http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gaspari.asp

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