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Com verticalização mantida, emagrecem chances de PMDB ter candidato à sucessão de Lula

Esgotou ontem o prazo para o Tribunal Superior Eleitoral analisar o fim da verticalização (atendendo consulta do minúsculo PSL, Partido Social Liberal), o que somente poderá ser feito, se for, em fevereiro. Como resultado – e dado o fato de o Congresso não ter deliberado nada – é muito improvável que a medida, aprovada na eleição de 2002, venha a ser revogada agora.

Com tudo isso, o maior atingido é o PMDB. A agremiação – pelo menos a parte oposicionista – quer a o fim da verticalização pois seria a única forma de apresentar uma candidatura à Presidência sem riscos maiores de fraturas (se isso fosse possível), pois poderiam apresentar candidatos aos governos dos Estados fazendo qualquer tipo de coligação. Da forma como está, se a convenção decidir-se por concorrer, a sigla estará irremediavelmente rachada – parte apoiando o candidato escolhido, e o restante com Lula, ou com outro nome qualquer, de outro partido.

Na hipótese, por exemplo, de Germano Rigotto manter sua postulação e ser indicado, teria o apoio de quem? Por isso tanto quer o PMDB, e outras siglas menores ou nem tanto, acabar com o instituto da verticalização.

Aliás, o tema mereceu o comentário desta terça-feira, da cientista política Lucia Hippolito, da rádio CBN, reproduzida no site de Ricardo Noblat, e que publico imediatamente abaixo:

“Confusão e incerteza Qualquer eleição é sempre um momento cercado de alto grau de incerteza. O político tem que decidir se disputa o mesmo cargo ou se se arrisca a vôos mais altos.
Deputados que decidem correr o risco de uma eleição majoritária como senador, governador ou presidente da República, por exemplo, atiram-se no desconhecido.
Mas poucas vezes se viu uma eleição cercada de tanta incerteza como esta que o país vai enfrentar no ano que vem. Há menos de dez meses da eleição, ninguém sabe nada sobre coisa nenhuma.
Até hoje, ainda não se conhecem as regras da eleição, porque esta novela da verticalização não acaba nunca. Existe uma emenda constitucional já aprovada no Senado, derrubando a verticalização, mas a Câmara não consegue reunir 308 deputados para aprovar a medida.
Se a verticalização não for derrubada, as alianças formadas para eleger o presidente da República têm que se reproduzir obrigatoriamente nos estados.
Esta violência, como os eleitores estão cansados de saber, foi imposta pelo então presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, nas eleições de 2002. Sozinho, ele interpretou a Constituição de 88 e decidiu monocraticamente que a verticalização era obrigatória. E pronto.
PT e PSDB são a favor da verticalização, porque reduz o número de candidatos à residência da República. Mas o presidente Lula quer derrubar …
”

QUEM DESEJAR ler a íntegra, acesse a página de Ricardo Noblat na Internet, no endereço www.noblat.com.br.

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: os partidos, já se escreveu aqui, pensam apenas no seu interesse imediato. Que, no caso, é a eleição de 2006. Os interessados em uma democracia permanente, com regras fixas, têm outro entendimento. É o meu caso, por exemplo, que só acredito em partidos fortes, uma base da democracia parlamentar, se eles tiverem unidade nacional. E, dado o caráter pouco dado à permanência, de nossos operadores políticos, há, sim, a necessidade da imposição da verticalização. Pelo que, sou favorável a ela. Até porque, o prejudicado de hoje pode ser o beneficiado de amanhã. Mas quem ganha, agora e no futuro, é o sistema democrático. Isso é o que conta. E ponto.

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