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Serra repeteTarso. Abandona mandato ao meio para tentar vencer Lula

O jogo para a Presidência da República é pesado, pesadíssimo, na verdade. Tome-se o PSDB, que nove entre 10 analistas dizem vai polarizar a campanha com um Lula em busca da reeleição. Pois os tucanos lançaram o governador paulista, Geraldo Alckmin, o queridinho dos grandes empresários nacionais (segundo pesquisa feita pela revista Exame).

Seria o candidato, se não houvesse a crise política detonada em junho passado. Seria por que não teria chance contra um Lula forte. Seria porque os grandes bicudos da agremiação preferiam não correr riscos, deixando para mais tarde a tentativa de retomar o poder.

Pois é, mas a crise veio. E com ela apetites escondidos apareceram. Entre eles o do maior nome (eleitoralmente falando) de todos: o do prefeito de São Paulo, José Serra, ex-ministro de Fernando Henrique e que perdeu para Lula em 2002. É verdade que prometeu não se candidatar a outro cargo quando buscou (e conseguiu) os votos que o tornaram prefeito paulistano. Mas a (legítima) ambição política está falando mais alto, e agora não parece ser tão fundamental cumprir a palavra empenhada com o eleitorado da capital paulista.

Aliás, um parênteses: isso já aconteceu no Rio Grande do Sul. Ou alguém já esqueceu Tarso Genro, que havia prometido ser prefeito de Porto Alegre quatro anos, abandonou no meio para ser candidato ao Piratini e dançou em verde-e-amarelo, a partir da cobrança diária de seus adversários? Fechar parênteses.

Voltando a José Serra, a impressão corrente é que Alckmin será passado para trás e terá que se contentar, se quiser, com a candidatura ao Senado, sempre complicada. E terá que ser convencido, de alguma maneira, a fazer de conta que não foi traído. Difícil, mas não impossível ao tucanato – como a qualquer agremiação que busca o poder. A questão, aparentemente, nem mais existe. Serra será o candidato.

Quer mais informações? Leia, a seguir, o que noticia neste sábado o jornalista Josias de Souza, do jornal Folha de São Paulo, em seu site de Internet:

“Serra fecha acordo com PFL para 2006
O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), fechou uma aliança com o PFL para concorrer à presidência da República em 2006. O acerto foi viabilizado há uma semana, em almoço de Serra com o prefeito do Rio, César Maia. Presidenciável oficial do PFL, Maia disse que abrirá mão de sua postulação em favor do tucano.
Em entrevista ao blog, César Maia revelou que já comunicou a decisão à cúpula do seu partido. “A sensação do PFL é a de que o Serra é um candidato fortíssimo. Eu já disse oficialmente ao partido: não seria candidato contra o Serra em hipótese nenhuma”, afirmou o prefeito do Rio. A afinidade entre os dois é antiga. Conheceram-se nos tempos de exílio no Chile, na década de 60.
Em público, Serra faz mistério quanto às suas pretensões presidenciais. Na conversa que teve com Maia, porém, disse estar seguro de que o PSDB o escolherá como candidato oficial à Presidência, em detrimento dos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Aécio Neves (Minas), os outros dois tucanos que postulam o direito de disputar a sucessão de Lula.
Para César Maia, as chances de vitória com Serra são bem maiores do que com Alckmin. “Acho que a candidatura do Alckmin é muito frágil. Ele não participou de nenhuma campanha pesada. Não foi testado na sua capacidade de resistência.”
“A próxima campanha vai violenta”, prevê César Maia. “O PT não vai deixar passar isso. Vai bater forte, vai buscar tudo o que tem e o que não tem. O PSDB saiu salpicado nessas CPIs. Foi salpicado com o (Eduardo) Azeredo, vai ser salpicado nos fundos de pensão e ele vai apanhar muito. Uma coisa é um quadro testado como o Serra, que já foi candidato a presidente, candidato a prefeito de São Paulo, outra coisa é o Alckmin.”
Na opinião de César Maia, “Serra tem a pele mais grossa.” O mesmo raciocínio não se aplicaria ao atual governador de São Paulo. “Não sei qual é a textura da pele do Alckmin. Não gostaria de correr esse risco. Receio que ele apanhe na campanha eleitoral e não resista.” Quanto a Aécio, Maia avalia que pode disputar a presidência em eleições futuras.
O assédio do tucanato a César Maia é intenso. Além de Serra, estiveram com o prefeito do Rio nos últimos dias o próprio Alckmin e Aécio. A romaria é justificável. Integrantes da cúpula do PFL, entre eles os senadores Jorge Bornhausen, presidente da legenda, e o senador Antonio Carlos Magalhães, condicionam o fechamento da aliança com o PSDB à desistência da candidatura presidencial do prefeito, lançada formalmente no ano passado. Ao informar à direção do PFL que abrirá de sua postulação em favor de Serra, César Maia deixou claro que não fará o mesmo se o candidato do PSDB for Alckmin. Acha que, num embate com o governador paulista, tem chances de chegar à frente.
“Se o Alckmin for o candidato, o PFL fica mais assanhado. Eu tenho tido em pesquisas em torno de 5%, o Alckmin tem 13%. De cinco para treze a diferença não é grande. Se você tirar São Paulo dele e tirar o Rio de mim, ele tem cinco pontos e eu tenho quatro. Estamos empatados fora de São Paulo e fora do Rio. Com a candidatura do Serra o PFL caminharia para se somar. O Serra era há algum tempo personagem difícil no PFL. Hoje não é mais.”
”

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