A CPI é “dos bingos”? Ou “do fim do mundo”?

Diz-se, da CPI dos Bingos, que ela investiga tudo (especialmente o que puder causar constrangimento ao governo de Lula), menos o fim para o qual foi criada. Aliás, por conta disso, e por mais nada, na verdade, é que sistematicamente Paulo Okamoto, que garante ter pago despesas de seu amigo Lula e da filha dele, Lurian, tem conseguido seguidas vitórias no Supremo Tribunal Federal. Ele alega que o assunto que motiva o pedido de quebra de seu sigilo bancário não é o foco original da CPI. E tem razão. Ou, pelo menos, o STF tem-lhe, até aqui, dado razão.

Aliás, já há, em parte da mídia analítica, uma expressão que é colada à Comissão: a “CPI do Fim do Mundo”. Quer porque quer criar problemas para Lula, e nada mais. Bingos, por exemplo, passam ao largo de qualquer investigação. Pior, para a CPI e para a própria sociedade, penso eu, é ter que ler – e achar graça – de notas como as que reproduzo a seguir. Elas foram retiradas do Magazine Terra, uma grande sacada do portal Terra, já citado aqui nesta página, na segunda-feira, quando fez sua estréia em grande estilo e com três grandes entrevistas – Eros Grau, Tasso Jereissati e Tarso Genro.

Leia as duas notas, extraídas do “Blog do Dia” (http://blog.terra.com.br/blogdodia/), uma das seções do Magazine (http://terramagazine.terra.com.br/):

“Bingo 1
Deu-se no Pará, já há mais de mês, a operação Cassino II. Foram apreendidas 507 máquinas caça-níqueis. Luiz Antonio Drumond, filho e herdeiro do banqueiro do bicho Luizinho Drumond, foi então preso, por porte ilegal de arma.
A informação chegou à CPI dos bingos através de homens da Polícia Federal que a assessoram. O assunto não interessou à CPI. Eram apenas bingos.

Bingo 2
No último dia 10 a Operação Vegas I apreendeu 900 máquinas em 3 bingos de Niterói: o Central, o Icarai e o Piratininga. O assunto não interessou à CPI. Eram apenas bingos. ”