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Jornalismo ruim e comprometido. Assim faz a revista Veja, que agora entrou em fria

A revista Veja faz o possível e o impossível para desconstruir o presidente Lula. E nem é necessariamente ilegítimo que tente – desde que com fatos comprovados por evidências, ou, o que seria ainda melhor para o leitor, provas. Não está sozinha nisso, obviamente. Mas é a que mais fundo foi, não raras vezes se utilizando das práticas jornalísticas menos adequadas, para dizer o mínimo. Denúncia sem prova – apenas baseando-se em palavras de fontes nem sempre as mais legítimas, também para dizer o mínimo. Joga na capa o que quer – não necessariamente o mais correto.

Para ficar num exemplo: alguém acredita mesmo que R$ 2 milhões de dólares de Fidel Castro vieram mesmo para financiar a campanha de Lula? Os cubanos não têm dinheiro nem para as suas necessidades básicas. E ainda mais: dinheiro que teria chegado em barris de rum – ou seria de charutos, nem lembro mais? Aliás, ninguém mais lembra, sequer a Veja, que esqueceu a própria história.

Agora, neste final de semana, a (que faz questão de dizer) maior revista da América Latina e a quinta do mundo, editada por uma empresa que deve 1,2 bilhão de reais (e não conseguiu, como pretendia, empréstimo de R$ 300 milhões do governo – como escrevi, neste sábado, aqui mesmo – releia “Santos? Em Brasília? Nem os furibundos acusadores. E, agora, as listas. Não uma ou duas, mas três”), conseguiu se superar na avidez em tentar desestabilizar eleitoralmente Lula (o governo, convenhamos, está mais que desestabilizado, e não pela mídia, mas por ele mesmo e suas falcatruas mais que óbvias). A história que a própria revista admitiu a possibilidade de não ser comprovada é um pontapé no baixo ventre do jornalismo, para ser razoavelmente cordato.

Atenção: essa opinião é do editor deste site, mas não só dele – é suficiente que se observem outros analistas das coisas políticas nacionais. Abaixo, está a opinião de um deles, Ricardo Noblat. Trata-se de um dos mais brilhantes jornalistas do País e é tudo, menos um lulista – basta que se leia o que ele escreve, para entender. É apenas o que muitos da profissão, a maioria esmagadora aliás, é: isento. Só isso. Confiram o que ele escreveu agora à noite, no seu site (www.noblat.com.br):

“O que Lula tanto pediu a Deus

Com a reportagem sobre supostas contas no exterior de cabeças coroadas do governo, a VEJA deu a Lula o que ele tanto queria desde o início do escândalo do mensalão – a oportunidade de tentar desacreditá-la.

Se a reportagem em questão ruir, Lula, governo e PT ficarão à vontade para dizer que tudo o mais publicado pela VEJA sobre eles não tinha procedência. Não passava de campanha da revista para derrubá-los.

A VEJA reconhece que não conseguiu comprovar a veracidade das informações contidas no dossiê que o banqueiro Daniel Dantas montou contra o governo. A certa altura da reportagem, está escrito:

– Se pelo menos uma parte desse material for verdadeira, o governo Lula estará a caminho da desintegração. Isso, é claro, se o Brasil ainda mantiver as aspirações a se tornar um país sério. Se o material for fruto de falsificação, Dantas vai afundar-se ainda mais na confusão policial na qual se meteu desde que contratou a Kroll para montar dossiês de seus adversários dentro do governo.

Fica a pergunta: era o caso de se publicar denúncia tão grave sem indícios veementes de que pode ser verdadeira?

A reportagem dá conta dos esforços da VEJA para comprovar a veracidade das informações reunidas por Dantas – e do seu insucesso. Mais que isso: da fragilidade das informações. E assim justifica a publicação:

– Revelar agora que Dantas (…) está por trás de uma lista em que o presidente Lula aparece como dono de uma conta num paraíso fiscal viabilizará, acredita VEJA, que investigações oficiais sejam abertas. Ao mesmo tempo, isso impedirá que o banqueiro do Opportunity venha a utilizar os dados como instrumento de chantagem em que o maior prejudicado, ao final, seriam o país e suas instituições.

A justificativa poderá salvar a revista da condenação em algum eventual processo – mas por si só ela é insuficiente para sustentar a decisão de publicar a reportagem.

A imprensa brasileira publicou durante mais de um ano farto noticiário sobre o “Dossiê Cayman” – um papelório a respeito de supostas contas no exterior de Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Márcio Covas e Sérgio Motta.

Concluiu depois que o dossiê era falso. Mas a honra dos alvos do dossiê havia sido atingida cruelmente.

O dossiê de Dantas pode até ser verdadeiro no todo ou em parte – mas ele não passou sequer no teste da VEJA, como ela própria reconhece.”

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