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Noiva mais linda vai decidir se casa. E com quem

A mais recente (a última nunca se sabe, em se tratando do maior partido do Brasil) do PMDB é a rejeição, pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, de pedido feito por um obscuro parlamentar do Rio de Janeiro (ou alguém já ouviu falar do deputado federal Nelson Bournier?), para que fosse suspensa a pré-convenção nacional da sigla, marcada para este sábado, no auditório Petrônio Portela, no Senado, em Brasília.

Com isso, e até decisão em contrário, os peemedebistas tendem a decidir se vão manter a candidatura própria a Presidência da República. Ou se vão coligar-se com algum outro partido (o PSDB e o PT adorariam a companhia). Ou, ainda, a hipótese mais provável, se vão mandar para o espaço a idéia de concorrer à sucessão de Lula, em nome das alianças regionais variadas que pretendem fazer.

O fato é que o PMDB é, certamente, a noiva política mais cobiçada da República – por sua presença nacional, o grande número de militantes e o espaço que têm na propaganda gratuita no rádio e na TV, entre outras razões.

Mas, para o PMDB, ao que tudo indica está na hora de decidir o que fará da vida. É exatamente esse o tema do comentário desta sexta-feira, da cientista política Lucia Hippolito, da rede de rádios CBN, e que o jornalista Ricardo Noblat reproduz em seu site (www.noblat.com.br). Confira você mesmo:

”Dia de definir

Amanhã a campanha eleitoral de 2006 poderá dar um passo importante na direção da definição das candidaturas. A noiva mais paquerada dos últimos tempos decide se aceita o pedido formal de casamento feito pelo PT, se aceita o namoro com o PSDB, ou se vai solteira para a eleição.

Em suma, amanhã tem convenção do PMDB em Brasília.

E enquanto o PMDB não decidir que rumo vai tomar, a campanha eleitoral não sai do lugar.

O grande embate será entre os partidários da candidatura própria, liderados pelo ex-governador Anthony Garotinho, e os partidários de um PMDB livre para decidir se aceita a aliança com outros partidos ou se pura e simplesmente não tem candidato nem a presidente nem a vice.

Esta tendência está unindo os governistas, que querem uma aliança com o PT, e vários oposicionistas, que querem uma aliança com o PSDB ou mesmo aliança nenhuma, para que o partido possa se dedicar aos arranjos estaduais.

Com isso, o PMDB pode eleger um bom número de governadores e uma bancada robusta na Câmara. Isto obriga o próximo presidente da República, seja ele quem for, a buscar uma aliança com os peemedebistas.

Mas não é simples derrotar a tese da candidatura própria. A convenção de dezembro de 2004 decidiu que o PMDB teria candidato à presidência da República. E decidiu ainda que qualquer mudança deveria ser aprovada por dois terços.

Os partidários da candidatura própria entendem que são dois terços de todos os delegados do PMDB: 484 dos 726 votantes.

Mas o deputado Geddel Vieira Lima sustenta que são dois terços dos presentes, ou seja, um quórum bem mais baixo. E quem não gostar, que vá reclamar na Justiça. Mas aí, Inês é morta.

Outra tese que também pretende matar a candidatura própria é defendida pelo deputado Jader Barbalho e foi encampada pelo senador Renan Calheiros. Segundo Jader, o estatuto do PMDB determina que uma decisão de convenção pode, sim, ser alterada em convenção seguinte por maioria simples. E quem não gostar, que vá reclamar na Justiça. Mas aí, Inês também é morta.

Com tantos coveiros dispostos a enterrar a candidatura própria, é difícil que ela saia vitoriosa amanhã.

Uma coisa, porém, é certa: é altíssima a chance de tudo descambar para grossa pancadaria.

É como têm terminado as últimas convenções do PMDB. E nada indica que desta vez a coisa vá ser diferente.”

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