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‘Mensaleiros’ ainda usufruem do Poder em Brasília

Não chega a ser tão extraordinário assim, não é?! Afinal, dos 19 acusados de receber o “mensalão”, nada menos que 11 foram absolvidos pelos colegas parlamentares na Câmara dos Deputados.

Ainda assim, a sociedade precisa saber que eles, mesmo execrados pela opinião pública (o que quer que seja isso), mantêm boa parte do seu poder intocado no Parlamento. E isso se manifesta, por exemplo, através dos cargos para parentes e apaniguados, normalmente alojados em gabinetes de correligionários. E isso conta, oh, se conta, para quem detêm um mandato ou pretende retomar o que perdeu.

A propósito, vale a pena ler reportagem do jornalista Ranier Dragon, que a Folha de São Paulo está publicando nesta segunda-feira:

”Mensaleiros mantêm poder na Câmara

José Borba, 56, o ex-líder do PMDB que renunciou há sete meses ao mandato de deputado federal (PR) por suspeita de envolvimento com o mensalão, continua a despachar semanalmente na Liderança do partido na Câmara como se nada tivesse acontecido. Dois de seus três filhos e outros seis ex-assessores de seu gabinete mantiveram o emprego no Legislativo com salários de até R$ 7.500.

Para a maioria dos sete deputados federais que perderam o mandato devido à crise (três foram cassados, e quatro renunciaram antes da abertura do processo), a punição não significou o afastamento do Congresso ou da vida pública.

Cruzamento feito pela Folha de S.Paulo entre o nome dos funcionários que trabalhavam nos sete gabinetes e a atual lista de pessoal da Câmara mostra que 45 ex-assessores dos supostos mensaleiros foram alocados, sem concurso público, em gabinetes de correligionários, de suplentes ou em órgãos da Câmara sob influência dos partidos.

Dos 19 deputados suspeitos de envolvimento com o mensalão, 11 foram absolvidos pela Câmara; só falta julgar José Janene (sem partido-PR).

“Estou acompanhando alguns projetos, tenho saldo das emendas remanescentes. Vou aos ministérios aonde estão os projetos, já que tenho tido algumas liberações”, explica-se Borba. As “liberações” são relativas às emendas que cada parlamentar faz anualmente ao Orçamento da União (em geral, destinando recursos a obras em seus redutos eleitorais). Borba está em campanha para se reeleger.

Dos 18 funcionários de seu gabinete, 8 permaneceram na Câmara após sua renúncia. Quatro foram para a Liderança do PMDB, incluindo seu filho Fabio Rodrigues Borba. Outros dois – entre eles, outro filho, Marcelo Rodrigues Borba – foram para a Coordenação de Registro Funcional da Câmara, órgão famoso por abrigar parentes de deputados.

Um foi para a equipe do correligionário Hermes Parcianello (PMDB-PR), e o último, para a da deputada Maninha (PSOL-DF), que não mantém relação política com Borba.

Nem todos os 45 assessores escaparam da degola por influência. Tudo indica que há funcionários que buscaram novo emprego por conta própria e, pelo currículo, foram admitidos sem ajuda do ex-chefe.

Campeão

O “campeão” na tarefa de emplacar ex-assessores foi Carlos Rodrigues (sem partido-RJ), que renunciou para escapar da cassação. Sete ex-funcionários continuaram trabalhando para Reinaldo Gripp (PL-RJ), que assumiu a vaga. Todos, porém, já foram exonerados.

Um deles, Lidio Couto Amorim, migrou para o gabinete de Wanderval Santos (PL-SP), acusado de envolvimento com o mensalão que acabou absolvido. Vieira Reis (PRB-RJ) e Zelinda Novaes (PFL-BA) também abrigaram ex-funcionários de Rodrigues.

O ex-deputado é, talvez, o que menos tenha chance de volta imediata à política – preso, é acusado de envolvimento no escândalo das ambulâncias. Valdemar Costa Neto (SP), ex-presidente do PL, que renunciou, está em campanha. Após deixar a Câmara, abrigou quatro assessores na Liderança do PL. Três outros foram alocados em comissões da Casa.

Roberto Jefferson, autor da denúncia sobre o mensalão e um dos três cassados, teve oito ex-assessores “reaproveitados”: quatro no gabinete de Fernando Gonçalves (PTB-RJ), que assumiu sua vaga, dois…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página da Folha Online na internet, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/I>.

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