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Curiosidade: leia aqui o que você não lerá mais amanhã na coluna Observatório

O leitor não sabe – nem tem a obrigação -, mas o processo industrial de confecção de uma coluna como Observatório obriga o profissional a antecipar a busca de informações e a redação do material que será impresso.

Assim, por exemplo, a página que publico semanalmente, aos sábados, em A Razão, fica pronta no máximo até à noite de quinta-feira. Modificações sempre são permitidas, na sexta-feira, na redação. Mas tem que ser algo notável – tudo para não atrasar o tal “processo industrial”.

Não é raro, em nome da boa informação, que notas sejam trocadas ou até suprimidas. É por isso que, aqui, na internet, sempre publico a versão original. Exatamente para permitir, ao leitor e internauta que, se desejarem, façam a comparação.

Nesta semana, porém, aconteceu algo bem diferente. E por isso esta nota.

Na tarde desta quinta-feira, produzi o texto principal, o que abre a página. E ele era sobre o forrobodó proporcionado pela decisão de terça-feira, do TSE. E projetava um inusitado acordo (possível, embora politicamente inverossímel) que uniria forças antagônicas como PT e PP, por exemplo.

Pois bem. Após estar redigido o texto, aliás, coisa como quatro horas depois, o Tribunal Superior Eleitoral voltou atrás (como noticiei logo após às 8 da noite desta quinta) e mandou para o quinto dos infernos todo o trabalho que eu fizera à tarde.

Nem que seja apenas como mera curiosidade – ou até para que você perceba que não é exatamente fácil a vida de um jornalista que lida com política – vou reproduzir agora, os dois textos que foram eliminados da coluna que você lerá sábado, em A Razão (e aqui também, perto das 10 da manhã).

Aviso: os textos abaixo não têm qualquer consonância com a realidade. Mas tinham, até às 8 da noite de quinta. Se bem que o segundo deles, de uma forma previdente (vou puxar a brasa para o meu assado), imaginava a possibilidade de uma reviravolta. Mas, enfim, divirta-se você, já que eu não gostei nadinha de ter que escrever tudo de novo – como você lerá no sábado.

“PTB, PP e PT juntos. Que tal?!
Esse trio unido é algo
politicamente inverossímel
mas nadinha impossível

Ovídio Mayer, José Farret e Valdeci Oliveira. Os três no mesmo palanque, apoiando Luiz Inácio Lula da Silva. Uma fantasia claudemiriana? Um devaneio que advém aos que passam (pouco, mas passam) dos 40? Ou quem sabe, informação influenciada pelo recém passado dia da besta? Hein?

Pois é, pode até ser tudo isso que o parágrafo anterior indica. No entanto, esta é uma possibilidade real. Não os três juntos, que isso é inimaginável, é preciso conceder, mas as siglas que eles representam.

Tudo por conta do que veio exatamente no dia da besta, 6 de junho. A noite já ia longe quando o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo a uma singela consulta feita pelo PL, interpretou a regra da verticalização radicalizando. Isto é: quem é aliado lá, tem que ser aqui. E quem não é parceiro em cima, não pode embaixo.

Resumindo, para ficar nas siglas citadas: o PTB só poderá se coligar no PMDB no Rio Grande do Sul, se o partido de Germano Rigotto for seu aliado na disputa pelo Palácio do Planalto. Só nesta hipótese, nenhuma outra. Como, até aqui, não há indícios de que os peemedebistas e petebistas concorrerão juntos ao Planalto, aqui no Sul ambos podem ter candidatos, mas sozinhos. Agora, imaginem o PTB nacional fechando com Lula. E isto, creia, diante da decisão do TSE, não é algo descabido. Nesse caso, no Rio Grande, o time de Zambiasi se alia ao PT ou concorre apenas ao parlamento. E não poderá, por exemplo, sequer aparecer no horário de TV do PMDB num apoio informal.

No PP, a situação é semelhante. A candidatura no Rio Grande terá que ser solitária, se a sigla não tiver (como não terá) candidato a Presidente. Nada de aliança (nem cedendo o vice, algo hoje improvável) com o PSDB – exceto se este for aliado nacional. Agora, se o PP aliar-se a Lula para o Planalto (algo bem mais fácil de acontecer do que com o PTB), aí, sim, a candidatura própria, aqui, irá para o beleléu. E a situação proposta pelo título desta nota? Simples. Basta que as direções nacionais decidam (não é improvável) que o melhor caminho para a sobrevivência na maioria dos estados está em apoiar Lula e pronto: Ovídio, Farret e Valdeci, querendo ou não, estarão juntos.


Por essas e outras, TSE pode reconsiderar

A situação descrita no texto acima é inverossímel. Mas factível, depois da decisão do TSE, na última terça-feira. Se ela existisse apenas no Rio Grande do Sul, azar dos petebistas, pepistas e petistas gaúchos. No entanto, como acordos politicamente absurdos como esse podem se repetir em muitas outras unidades da Federação, com a união de contrários, apenas por uma necessidade cartorial. Por essas e outras, há quem acredite que o Tribunal que organiza as eleições possa reconsiderar. Nas atuais circunstâncias, mais que uma possibilidade jurídica, é o desejo da maioria dos militantes partidários. Mas…”

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