Jannah Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.
Arquivo

Para não dizer que não falei de Copa do Mundo

Talvez você não saiba. Pelo menos você que tem menos de 40. Os que têm mais (mesmo que pouco), é provável que lembrem (mas se não, também não há problema). Durante 10 anos, mais ou menos, fui cronista esportivo. Me orgulho daquela época – 80 e poucos a 90 e poucos. Especialmente das jornadas esportivas na Rádio Imembuí com Vicente Paulo Bisogno, meu primeiro professor de rádio (azar o dele, hehehehehe), e de algumas viagens para transmitir o clássico Gre-Nal. Foram bem mais de uma dúzia, sem uma derrota sequer do Grêmio (que, àquela época, nenhum ouvinte sequer desconfiava ser o time da minha preferência).

Mas, reminiscências à parte, estou “aposentado”. Láááá de vez em quando, algum colega da época relembra e até me entrevista. E se decepciona: não opino mais. Apenas torço. E me informo via rádio, TV e jornais. Nooossa, é um gasto e tanto de “peiperviu” – se bem que em 2005 foi mais caro, tendo que comprar as duas divisões, mas enfim…

Campo de futebol faz tanto tempo que não compareço. Para você ter uma idéia, a última vez o Inter-SM ainda era Santa Maria FC. Logo, não sou o sujeito mais indicado a dar palpite sobre o que quer que seja da Segundona Gaúcha. Mas, o que interessa isso?

Simples. Embora meu afastamento profissional e pessoal, continuo sendo um apaixonado pelo esporte em geral, e pelo futebol em particular. Atenção: pelo espoooorte. Muito mais que pela competição. Sempre foi assim, aliás, desde os tempos em que era cronista esportivo. Então, não tenho como ignorar a Copa do Mundo, embora não vá (com já aconteceu antes) ver tooodos os jogos, ouvir tooodas as emissoras de rádio, ler toooodas as críticas.

Em todo caso, não sou cego nem surdo. Muito menos idiota de não perceber que o mundo brasileiro gira em torno de uma bola, nos próximos 30 dias. Um evidente (observando assim, “isentamente”) exagero. No entanto, para não dizer que este site não vai falar em Copa, decidi reproduzir aqui um texto sobre tema, digamos, correlato.

Você lerá agora uma crítica de televisão que tem a ver com o evento em gramados germânicos. É mais ou menos futebol e tudo de televisão e mídia. E muito de família e da relação marido e mulher, ambos profissionais. E a distância. E… Bem.. Lia você mesmo o texto publicado na Folha Online, no final da tarde desta quinta-feira, pelo editor de cultura do Portal de internet da Folha de São Paulo, o jornalista Sérgio Ripardo:

”Crítica: “Jornal Nacional” adoça Copa com bate-bola de casal 20

A Copa do Mundo deixou o “Jornal Nacional” mais adocicado com a entrada ao vivo de Fátima Bernardes, direto da Alemanha, para falar com o marido, “abandonado” no estúdio do Rio. Diante da imagem de sua mulher na tela, do outro lado do oceano, a voz de William Bonner muda, flertando com um tom meloso, reforçado pela expressão de rosto de homem “carente”, pai de três filhos. É um dos trunfos de audiência da Globo antes do início do campeonato: a vida privada do casal 20 e seus “sacrifícios” em nome da notícia. Para compensá-los, o espectador fica ligado na história paralela dos dois, em meio a dramas insólitos e futebolísticos, como as bolhas nos pés de Ronaldo e machucões nas nádegas de Ronaldinho.

Bonner brinca com o interesse do espectador por intimidades de famosos: “Onde está você, Fátima Bernardes?”. A pergunta parece mais um bordão típico de casais tomados pela saudade e pela vigilância. Por alguns segundos, o telejornal de maior audiência do país se rende ao momento “Namoro na TV”, extinto programa de Silvio Santos no SBT, em que anônimos tentavam descolar um par conversando diante das câmeras. Vale ponderar: não há vulgaridade na modulação diferente da voz de Bonner, mas se estimula a expectativa do público, ótima estratégia para recuperar o ibope, ameaçado pela novela “Prova de Amor” (Record) no início do ano. Até o final da Copa, o “drama conjugal” ficará mais explícito?

A Globo incentiva o toque familiar no “JN”. Aspectos da vida pessoal do casal são divulgados para a mídia de celebridades, inclusive a “Quem”, revista do grupo. “Casseta & Planeta”, humorístico da Globo, também explora, com freqüência, o ambiente caseiro na bancada do “JN”. Fátima vira “Ótima Bernardes”. Não é uma sátira nova. Nos anos 80, após o regime militar e os tempos de censura, havia o quadro “Casal Telejornal” na extinta “TV Pirata”, no qual Regina Case e Luiz Fernando Guimarães imitavam o casal 20 da época, os jornalistas Leila Cordeiro e Eliakim Araújo – no humorístico, o telejornal era apresentado em um balcão da cozinha. No “JN”, a narração formal e sisuda de Cid Moreira só saiu do ar em em março de 1996 –na época, ele foi substituído por Bonner e Lillian Wite Fibe.

Nos telejornais de outras emissoras, a fórmula do “âncora humanizado como celebridade” também é testada. No SBT, a mudança de penteados de Ana Paula Padrão é um chamariz fútil de audiência. Atualmente, a ex-Globo usa cabelos mais longos, pretos como os da personagem “Mortícia Adams”. Na emissora de Silvio Santos, Carlos Nascimento tenta “ressuscitar” a figura do âncora opinativo celebrizado por Boris Casoy. Na Rede TV!, Marcelo Rezende (aquele da entrevista-show com o Maníaco do Parque) elogia no ar a gravata do comentarista esportivo Fernando Vanucci (‘Alô, você!’). Na Band, Ricardo Boechat e Joelmir Betting também abusam de sorrisos, gracinhas e metáforas. Na TV Gazeta, Maria Lídia chama atenção pela narração arrastada, radiofônica, nada de tom coloquial, como manda a velha guarda.

Com a Copa, os apresentadores dos telejornais vão disputar quem é mais carismático, cada um com sua arma e atrativos pessoais. Por trás de tantos sorrisos “Colgate” e timbres vibrantes das vozes, há o inevitável jogo do ibope, da sobrevivência de rostos e grifes no vídeo, do marketing, em uma TV infestada de novelas mexicanas e “reality shows”. O que menos importa é o futebol.”

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo