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Possível adesão do PP a Rigotto preocupa setores da base do PMDB gaúcho

Noticiei aqui, na madrugada desta quarta-feira, a possibilidade de o Partido Progressista voltar atrás em sua decisão de concorrer com “chapa pura” em outubro, optando por coligar-se com o PMDB e o PTB, indicando o candidato a vice-governador de Germano Rigotto.

Mais ainda, e ressalvando que minha fonte era a newsletter do normalmente bem informado jornalista Políbio Braga, escrevi que a definição se dará até o dia 29, próxima quinta-feira, data em que acontecerão as convenções estaduais das três siglas envolvida nesta eventual negociação.

Pois bem. Ao longo desta quarta, recebi várias manifestações de peemedebistas santa-marienses. Todos reconhecendo que, eleitoralmente, a idéia pode ser muito boa – ainda que alguns duvidando que o PP pudesse mudar de opinião. Aliás, lendo os jornais do dia, não se percebe a intenção de meia-volta, quanto mais volta inteira, dos pepistas em sua intenção de concorrer sozinhos.

No entanto, percebi que há uma clara e nítida resistência ideológica de parte da base do PMDB. Houve um militante, inclusive, bastante destacado na agremiação, que enviou um e-mail com informações relevantes e que dão bem o tom dessa dificuldade que poderia advir dessa aliança. Que, é bom que se diga, nada teria de inusitada. Ou alguém esqueceu, por exemplo, que Antônio Britto, em 1994, quando ainda era do PMDB, elegeu-se governador coligado com o PP (acho que na época ainda era PPB, perdoa o lapso, se for o caso), que indicou José Otávio Germano como seu vice? Pois é… Pois é…

Reproduzo, aqui, parte da correspondência eletrônica, tomando a liberdade de não informar o nome do autor. Isso é irrelevante. O que interessa é a qualidade da informação. Leia e tire, você mesmo, a sua conclusão – quem sabe não é a mesma que procurei demonstrar no título desta nota:

”Prezado Claudemir:
Ao ler teu comentário acerca da análise de Políbio Braga, gostaria de contribuir para o debate fazendo o seguinte exercício de pensamento: pode até ocorrer o fato (aliança com o PP), porém, acredito que o PMDB deva apresentar ao eleitor gaúcho uma coligação mais comprometida com uma postura de centro-esquerda (origem do MDB, com partidos forjados em movimentos mais populares).
Esse discurso nos colocaria em uma posição mais ligada a nossa história e trajetória. E também por acreditar que o PP, que é um importante aliado, já deu demonstrações de que não se contenta somente em ocupar uma vice-governadoria… A história está aí, para todos verem e pensarem: quando foi (o PP) vice do PDT(imposto por Brizola), em 1986, e mais recentemente, em 1994, do PMDB (imposto pelo Britto).
Ao que nos parece a base pepista não está motivada na busca da vitória quando ocupa lugar secundário. Soma-se a isto o fato de a base peemedebista também refutar ter o PP ocupando o que pra nós seria um espaço importante na coligação.

Na derrota de Antonio Britto isso ficou muito claro. Centenas de militantes peemedebistas sentiam-se desmotivados em eleger o projeto do Britto e de José Otávio Germano.
As vezes, um pouco de atenção ao pensamento da base faz diferença quando o processo de eleição em um estado como o Rio Grande do Sul é bastante acirrado, em qualquer conjuntura. Lembra que o Britto perdeu por menos de 1%, justamente por não ouvir a base do partido?”

OPINIÃO CLAUDEMIRIANA: alguém aí acredita que o pensamento exposto no e-mail acima reproduzido é único no PMDB? Este jornalista, não. Pode ser uma boa aposta eleitoral, mas está sendo conduzida certamente pela cúpula – corretamente preocupada com os números e, sobretudo, com a ameaça representada por Yeda Crusius. A candidata tucana poderia, na avaliação de não poucos, comprometer eleitoralmente Rigotto, muitíssimo interessado, portanto, em fortalecer a aliança. Aí entra, além do PTB, também o PP. A base peemedebista vai atrás. Mas não toda. Ou não?

Para fechar: até é possível que o acordo seja firmado (faltam alguns dias para as convenções) para o primeiro turno do pleito de outubro. No entanto, este jornalista custa a crer que isso venha a acontecer. Não exatamente pelo pensamento das “bases”, mas da cúpula. E não do PMDB, mas do PP. Se bem que, em política, nunca se sabe.

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