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Primeira pesquisa Ibope confirma 1ª e 2ª divisões na disputa pelo Governo do Estado

Reproduzo, a seguir, e a pedidos, artigo de opinião que publiquei na manhã deste domingo, 25 de junho, acerca da primeira rodada de pesquisas do Ibope para o governo do Estado, encomendada pela RBS e divulgada nos veículos do maio grupo gaúcho de comunicação:


“Recebi alguns recados entre o brabo e o desaforado, a respeito do que escrevi na coluna Observatório de sábado, e que reproduzi aqui. Nada mais grave, na verdade, mas dois ou três, entre o irado e o emocional, esqueceram de um fator fundamental para a análise: a racionalidade. Quando se pensa com o coração pode-se até acertar, mas a probabilidade de erro é considerável.

Aliás, quem não entendeu nada de manhã (vá ao calendário, clique 24 e releia ”Coluna Observatório: “Um trio aqui. Outro na segundona”), talvez tenha se desesperado completamente à tardinha, quando a televisão e o jornal divulgaram a primeira pesquisa do Ibope, contratada pelo grupo RBS, sobre a eleição para governador do Rio Grande do Sul.

Não. Este jornalista não é um bidu. Apenas observa, como pode, o que acontece aqui e alhures, na política estadual. E estuda bastante – que é o que conta, também – a história dos partidos e das pessoas que os lideram. Só isso. Apenas isso. Nada além disso.

Aos fatos. Germano Rigotto e o PMDB, Olívio Dutra e Yeda Crusius e a dobradinha PSDB/PFL são hoje a primeira divisão do pleito de outubro. Os demais são coadjuvantes. E beeeem coadjuvantes. A exceção, no cenário da Segundona talvez seja Alceu Collares. Por força exclusiva de sua sigla, o PDT, ainda consegue índice de 8%, contra os 11% de Yeda e os 26% da dupla lá de cima. Mas, pode apostar, enquanto as forças conservadoras que se colocam em torno da deputada tucana podem ampliar (embora não muito, e talvez de forma insuficiente) os votos, o trabalhismo collarista está meio que confinado aos 10% dos votos, pouco mais ou menos.

Já os demais da Segundona (e, perdão a quem torce, vota ou faz campanha pelos minúsculos, a começar pelo PSol – pois estees estão em divisão ainda mais inferior, do ponto de vista estatístico) padecem, de um lado, pela falta de Partido a segurar suas pretensões (caso específico de Nelson Proença e seu PPS) ou da limitação, embora a qualidade, do discurso (caso de Francisco Turra e seu PP, de tradição, estrutura e força). Ambos, Proença e Turra, têm comportamento eleitoral pífio, nessa primeira rodada de pesquisas

Como escrevi no sábado, antes da pesquisa, não está dito em lugar algum que quem está na Segundona é fadado ao insucesso. Mas as possibilidades de êxito, se existem, são bastante acanhadas. A ponto de não ser impossível uma adesão a quem esteja no andar de cima.

Nelson Proença, que terá seu nome homologado na tarde deste domingo, em Porto Alegre, além do PPS, reuniu meia dúzia de siglas nanicas em torno do seu nome – buscando, menos que coerência política ou programática, ampliar o espaço na propaganda gratuita no rádio e na TV. E, em tese, está descartada sua união com um nome da Primeirona. Ele vai sozinho.

Já a situação de Francisco Turra é razoavelmente diferente. Setores importantes do seu PP querem coligar-se com o PMDB de Germano Rigotto. E setores minoritários, inclusive por familiaridade ideológica, gostariam de atrelar a sigla aos desígnios de Yeda Crusius, aqui, e Geraldo Alckmin, lá.

Essa segunda hipótese está descartada, em princípio. Mas a primeira, não. A oferta do cargo de Vice-Governador na chapa do PMDB seduz a não poucos pepistas. A situação, porém, não é fácil – inclusive porque a rejeição a Turra e ao PP pode ser até localizada, mas é forte no PMDB de Rigotto. O que pode inviabilizar a aliança – além, claro, da férrea vontade até aqui demonstrada pelo candidato do PP, um homem de princípios rígidos e grande aceitação, sobretudo na militância ligada ao setor primário da economia.

O risco, bem perceptível, que corre Turra, é ser cristianizado. Parte da militância com ele, e o restante com Rigotto (mais) e Yeda (menos). Isto é, deixado de lado em meio a uma campanha em que faltará dinheiro para bancar tudo o que será necessário a uma candidatura competitiva. E troco não faltará, por exemplo, a Yeda Crusius – embalada pelo apoio de boa parte do PIB gaúcho. Se há um candidato das elites, não há dúvida, é Yeda. Nem Rigotto, muito menos Olívio, conseguem agradar esse grupo minoritário mas (inclusive por isso) muito rico.

Só que, a história ensina, nem sempre ser o ungido da classe AAA (ou mesmo “apenas” da AA) traz o principal: popularidade. É o que diz a primeira pesquisa Ibope, com clareza. Assim, ou Yeda Cruzius, antes mesmo do espaço eleitoral no rádio e na TV, transforma os $$$ que sobram em votos, ou será também ela uma candidatíssima a cair para a Segunda Divisão.

Essa é uma avaliação ainda preliminar. Até porque a campanha começa de fato na semana que vem. Mas são nítidos os sinais. Só não os percebe quem não quer. Ou é tolhido pela emoção. O que não é um crime, mas certamente compromete qualquer análise.”

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