PT, PSB e PC do B num único partido, após as eleições? Esse seria um sonho de Lula
O jornalista Josias de Souza é um dos bons analistas do País, na opinião de quem assina esta página. Normalmente bem informado, com fontes de dentro e fora do Poder, consegue extrair delas as sensações que acompanham a política nacional. Mas, será que ele está certo ao dizer que Lula estaria pensando em propor a fusão do PT com o PSB e o PC do B, e, talvez, o PDT? Não seria imaginar demais ainda que ressalvando que ele tirou isso do próprio bestunto, mas ouvindo pessoas muito próximas ao Presidente?
Pelo sim, pelo não, vale a pena ler o que Josias escreve. Até porque, pelo menos nisso também há concordância deste jornalista, somente quatro partidos – PT, PMDB, PFL e PSDB – estão tranqüilos meeeesmo em relação à cláusula de barreira e a ultrapassarão. Todos os demais, a menos que tomem alguma providência, correm o sério risco de morrer à mingua, sem o troco público do Fundo Partidário, e com espaço nulo no rádio e na TV.
Mas, e sobre a idéia de fusão? Leia você mesmo o que escreveu, e publicou agora há pouco, em seu site, Josias de Souza:
Lula quer negociar fusão do PT com PSB e PC do B
Lula informou a três políticos que privam de sua intimidade que, passada a eleição deste ano, vai articular a fusão do PT com partidos pertencentes ao que chama de campo progressista. Em duas conversas ele mencionou como alvos da fusão o PSB e o PC do B. Em uma terceira incluiu na lista o PDT.
A idéia da unificação das legendas de esquerda é um velho anseio de Lula. Para ele, não faz sentido que, num país como o Brasil, haja três ou quatro partidos no campo progressista. Acha que o mais lógico seria que essas agremiações unissem as suas forças.
O presidente vinha pregando no deserto. Mas, segundo disse na última conversa em que tratou do tema, na última quinta-feira, acredita que as eleições deste ano injetaram no cenário uma novidade capaz de amolecer as resistências: a cláusula de barreira.
Trata-se de um mecanismo que condiciona o funcionamento dos partidos à obtenção de pelo menos 5% dos votos válidos na eleição para a Câmara dos Deputados. Apenas quatro partidos têm hoje a certeza de que vão conseguir superar essa barreira: PT, PSDB, PMDB e PFL. Os demais estão com a corda no pescoço.
Lula parte do raciocínio de que legendas como o PSB, PC do B e PDT dificilmente conseguirão cumprir a cláusula de barreira. Se o presidente estiver certo, esses partidos perderão o acesso ao chamado Fundo Partidário um bolo feito de verbas públicas, que é dividido anualmente em fatias dimensionadas conforme o peso eleitoral de cada partido. Em 2006, o fundo está orçado em R$ 108 milhões.
Sem dinheiro, acredita o presidente, os pequenos partidos de esquerda serão compelidos a considerar com mais apreço a hipótese da fusão. E Lula acha que o PT é o destino natural dos políticos eleitos pelo PSB, pelo PC do B e, talvez, pelo PDT. A fusão, diz Lula, serviria aos interesses dos dois lados. Os náufragos da cláusula de barreira ganhariam uma bóia de sobrevivência. E seu governo, num eventual segundo mandato, passaria a dispor de um partido mais forte no Congresso.
O presidente está obcecado com uma palavra: governabilidade. Ele a repete com freqüência incomum. Embora diga a auxiliares e aliados que a eleição presidencial não está assegurada, Lula considera-se com um pé no segundo mandato. E diz que é preciso trabalhar para que o segundo ciclo seja melhor do que o primeiro. Algo que, a seu juízo, depende do poder de fogo do governo no Congresso.
Além da fusão partidária, o outro sonho de consumo do presidente é a atração do PMDB para um projeto de coalizão com o segundo governo petista. Escaldado pelo escândalo do mensalão, Lula considera vital que seu governo estabeleça com o Congresso uma convivência mais civilizada. Deseja acabar com a negociação atomizada que, segundo diz, conduziu o Planalto para a armadilha da troca de apoio por dinheiro de campanha.
QUEM DESEJAR ler outras notas e informações políticas de Josias de Souza pode fazê-lo acessando o site do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/.
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