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Prefeitura. Werner e a “maldição dos vices”

Está assumindo nesta manhã a Prefeitura de Santa Maria, para um período que pode se prolongar por 110 dias, o vice Werner Rempel. Afora o bom relacionamento político e pessoal com o prefeito Valdeci Oliveira – que deixa o cargo para coordenar, no estado, a campanha de Lula à Presidência da República -, é inevitável que surja a velha, mas verdadeira, história da “maldição dos vices”.

Não sei, ou não lembro, pois se soubesse ou lembrasse diria, quem cunhou a expressão. Mas, de qualquer forma, ela cabe como luva na Prefeitura de Santa Maria, ao menos nos últimos 25, 30 anos. Na verdade, exceção feita à dupla Evandro Behr e Luiz Carlos Druzian, no fim dos anos 80, início dos 90, em que as divergências não chegaram a prejudicar o andamento administrativo, todos os outros prefeitos e vices se confrontaram em alguns, ou muitos, momentos. Houve casos, mesmo, em que a convivência física se tornou impossível.

Cronologicamente, do presente para o passado, tome-se o primeiro governo Valdeci. O vice, Paulo Pimenta, exerceu funções de alta relevância. Mas apenas por dois anos. Nos seguintes, já eleito deputado federal, deixou o prefeito na contingência de entregar o cargo, sempre que viajava, se licenciava ou tirava férias, ao presidente da Câmara – nem sempre, ou quase nunca, alinhado politicamente com o PT.

Na administração de Osvaldo Nascimento, então no PTB (hoje no PMDB), correu tudo as mil maravilhas com o vice, o pefelista Marineu Ziani. Claro, até as primeiras férias do titular – quando o vice tomou atitudes que desgostaram o prefeito. Dali em diante, até o final do mandato, até mesmo o gabinete antes posto à disposição, simplesmente foi fechado. A briga foi feia. Feíííssima, aliás.

Antes, no segundo mandato de José Haidar Farret, se a convivência pessoal talvez fosse boa com o vice Sérgio Cechin – e era, pelo menos nos cinco meses em que este profissional lá esteve – não se pode dizer exatamente o mesmo da relação política. Que tem reflexos até hoje – como se nota na divisão existente no PP, a ponto de ambos, Cechin e Farret, disputarem os mesmos votos para deputado estadual.

E, descontada a gestão Behr-Druzian, já referida, vai-se um pouco mais atrás, entre 82 e 86 e tem-se o mesmo Farret, trocando-se apenas o vice, Erony Paniz. A exemplo do que ocorreria 15 anos depois, também Farret não tirava folga alguma. Tudo para impedir que Paniz pudesse dar as cartas, por poucos dias que fossem, à frente do Executivo.

Como o leitor pode perceber, não faltam razões para se falar da “maldição dos vices”. Que pode continuar ou não, a depender do que ocorrerá nos próximos três meses, quem sabe quase quatro. Pode parecer pouca coisa, mas, enfim, história é história. Que Werner e Valdeci poderão desmentir. Ou não.

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