KISS. Familiares que participaram da manifestação “Dia do Escracho” lançam nota e contestam versões
Pelo que o editor conseguiu entender, a nota distribuída para toda a mídia (e não apenas para este sítio) responde questões colocadas nos veículos de comunicação e, também ou principalmente, à NOTA emitida ontem pela Prefeitura Municipal.
O julgamento é do leitor. Eis aqui o documento, na íntegra:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE AOS ATOS OCORRIDOS EM FRENTE À PREFEITURA MUNICIPAL
Nós, familiares, sobreviventes e amigos integrantes do Movimento Santa Maria do Luto à Luta esclarecemos alguns fatos ocorridos veiculados, em função disso apresentamos os seguintes esclarecimentos:
Em relação aos fatos noticiados que o ato foi organizado fundamentalmente por partidos políticos é uma informação errônea, uma vez que, desde as manifestações ocorridas a partir do dia 22 de junho, culminando com a ocupação da Câmara Municipal, a sociedade santa-mariense tomou conhecimento da formação do Bloco de Lutas, que é formado por diferentes movimentos sociais e entidades de classe, o qual o Movimento Santa Maria do Luto à Luta se associa.
Salientamos que cada organização ou pessoa que adere a essa causa, deva ter suas motivações ideológicas, mas os protestos que abordam a questões da Boate Kiss, tem sua raiz na luta por JUSTIÇA, uma vez que os familiares e sobreviventes concluíram que os poderes constituídos, Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como o Ministério Público, falharam em suas funções, antes, durante e agora no que tange a fiscalização e responsabilização dos apontados culpados pela tragédia que destruiu emocionalmente centenas de famílias.
Ainda esclarecemos que lamentavelmente ocorreram atos isolados desrespeitosos com algumas mães de vítimas da tragédia de 27 de janeiro e prestamos total solidariedade, bem como repulsamos os atos e agressões físicas ocorridos por parte da Guarda Municipal em familiares e integrantes do Ato.
Salientamos que rechaçamos qualquer atividade ou ação que promova a desordem e a violência, representamos cidadãos de bem que estão na luta pela Justiça e iremos continuar com nossas atividades de forma pacífica e ordeira, apoiando qualquer ação que tenha o mesmo fim, até pelo fato que qualquer cidadão é assegurado por nossa Carta Magna ao direito de manifestação.
Agradecemos a todos que manifestam solidariedade e apoio a nossa dor, na certeza que, com o apoio da comunidade iremos ficar vigilantes para que todos os envolvidos diretamente ou indiretamente com a tragédia ocorrida no dia 27 de janeiro sejam responsabilizados nas esferas cabíveis.
“Sem justiça não tem paz e sem paz eu sou refém A injustiça é cega e a justiça enxerga bem Mas só quando convém” Gabriel O Pensador”
Ainda prefiro o escracho ao silêncio vergonhoso, conivente com a má-gestão, a negligência e o escárnio para com os familiares e vítimas.
Considero válido o “Dia do Escracho” mas não concordo com o método utilizado. Sou apenas alguém perdida no meio do povo que não gostou do resultado da intervenção e que não vai mais “curtir” as intervenções ou ações que estimulem o ódio e a vingança. Chega de violência, vamos mudar o mundo com atos de amor. Os jovens morreram e é claro que se deva fazer justiça. O prefeito está sendo um péssimo prefeito quando apenas advoga a seu favor e desde o início da tragédia entrincheirou-se com os seus aliados atrás de um muro de “leis”. Mesmo assim a vida continua e muitas outras pessoas estão anonimamente perdendo as suas vidas pelas mesmas causas que vitimaram os jovens na boate Kiss. Apoio qualquer manifestação que leve em conta o respeito a todos os seres humanos pois se as mortes aconteceram por uma série de fatores que possuem em sua origem a ignorância humana, também devemos ter em mente que todos somos passíveis de cometermos erros. Que tal fazer um Dia do Escracho” pacífico e que deixe no coração das pessoas um sentimento de amor e paz e não de ódio e violência?
Sair por paz? O esnobe nunca sairá e não acho que ele deva ser reconhecido pelo seu passado. Sempre foi arrogante e petulante. A tragédia apenas potencializou sua personalidade mesquinha.
Leiam as entrevistas dele onde ele afirma que quem NÂO concorda com ele deve sair. Ele não escuta.
E se ele sair, confirma sua responsabilidade.
Sinuca de bico. Ele deveria ser SAIDO e não ter ou sair.
Reflexão profunda e valiosa está do João Flores. Sai totalmente do lugar-comum e da estreiteza de visões. Tem meu humilde apoio
Como podem algumas pessoas ainda se importarem com o que teremos que pagar? Diariamente, nós pagamos para morrer! Somos sugados por impostos que nunca retornam para na mesma proporção para a população. Nós frequentamos locais, que não cumprem as mínimas exigências de segurança! Começa que a lei é porca, mal formulada, porque é feita por pessoas, que muitas vezes não ocupam seus cargos por terem competência e sim, por esses ridículos acordos partidários, que estão nos matando, um a um, à míngua, bruscamente. Das escolas aos bares, não há segurança, não há qualidade dos serviços prestados. Então, não consigo entender porque muitas pessoas manifestam sua preocupação com “o que teremos que pagar” somente quando acham que pessoas que tiveram seus filhos assassinados estão cometendo atos de vandalismo. Cara, somos roubados todos os dias! Nós pagamos para sermos roubados e explorados! E pagamos muito caro, muitas vezes com dinheiro e, as vezes com a própria vida…
Orgulhosa de ter sido aluna do professor João Rodolpho. Sem acusar ninguém, muito menos culpar, vai ao cerne da questão.
Espero que todos leiam, autoridades, familiares, manifestantes e sobretudo os que agem de forma cartesiana, mesmo sem saber o que isso significa.
A dor das famílias não pode ser mensurada cartesianamente, como se existisse prazo para o final do luto e da tristeza. Algo assim: tudo seria zerado em determinado momento, e a vida continuaria na sua “normalidade”, como se nada tivesse acontecido.
Por outro lado, a “lei”, a legislação e as justificativas apresentadas de conduta correta da Prefeitura, do MP, da Câmara de Vereadores, dos Bombeiros também não pode ser interpretada como cartesiana,friamente. Todos sabemos que muitos erros foram cometidos.
Seres humanos pereceram; outros tantos viverão com sequelas. Portanto, são legítimas as manifestações em função do episódio e compreensível o sentimento de dor de tantas pessoas. E isso também deve ser melhor compreendido pela sociedade.
O tempo nunca apagará o acontecido, pelo menos nos próximos anos. Sendo assim, ainda que tente resistir e demonstrar atitudes de superação, tenho certeza que o prefeito Schirmer nunca mais será o mesmo.
Deve ser reconhecido que ele sempre foi um político trabalhador e sério, mas a fatalidade que marcará para sempre a história de Santa Maria, infelizmente, aconteceu em seu governo.
Como gesto de dignidade e de humildade deveria renunciar. Não como atitude de assumir culpa, porque se existem culpados somos todos nós – como gestores ou como cidadãos – quando nos omitimos em escolher os melhores/melhor preparados, e quando estes não tem competência e seriedade para cargos de tamanha responsabilidade.
Seria uma renúncia em busca da paz de espírito, o que da mesma forma confortaria as famílias, deixando-se de lado nesse momento vinculações político partidárias e ideológicas que são secundárias, considerando-se a dimensão da tragédia.
Em verdade, além da superação desta dor imensa e sentimento de impunidade sentida e percebido pelos santa-marienses, precisamos um novo tempo em relação à política municipal, independente de interesses políticos e econômicos, que possa agregar uma proposta de retomada de gestão em curto prazo de tempo. Por enquanto, somente vemos acomodação de interesses, sem maiores novidades.
Dia do Escracho já diz tudo. Mais ou menos como aconteceu em POA, galera tirando a roupa dentro da Camara de Vereadores. Mesmo povo. Pichações na prefeitura e todos teremos que pagar a repintura.
Se os familiares querem assinar ficha no PLUA, é direito deles, mas passarinho que dorme com morcego acorda de cabeça para baixo.