Tem saída? Assembléia de credores rejeita proposta; leilão está cancelado. E agora, Varig?
A pergunta do título desta nota é feita desde a tarde desta segunda-feira, no momento em que encerrou a assembléia dos credores da Varig, a pioneira da aviação comercial brasileira, em crise há muito tempo, e que – salvo uma mudança na qual poucos acreditam – pode ter decretada a falência a qualquer momento.
A proposta que motivaria a realização de novo leilão (o primeiro, em 8 de junho, acabou frustrado pela impossibilidade dos compradores, o grupo TGV, de honrar o pagamento do sinal) foi feita pela Varig Log, uma ex-subsidiária da própria companhia.
Há três classes de credores – dois, na maioria de seus integrantes, concordaram com os valores colocados pela Varig Log; mas um terceiro não. Qual? O que era composto pelas empresas de leasing. Uma delas, inclusive, a GE, é responsabilizada desde já pela falência eventual da Varig, pelo presidente da companhia.
Para saber dos detalhes da assembléia desta segunda, e suas prováveis conseqüências, inclusive a possibilidade de falência (a decisão da 8ª vara empresarial da Justiça do Rio de Janeiro deve ser conhecida a qualquer momento, e pode ser até – olha o otimismo – a manutenção do leilão, previsto para esta quarta-feira), da empresa nascida no Rio Grande do Sul em maio de 1927, leia a reportagem de Clarice Spitz, da sucursal carioca do portal Folha Online, o braço de internet do jornal Folha de São Paulo:
Credores rejeitam plano de recuperação e Varig fica mais próxima da falência
Os credores rejeitaram hoje o novo plano de recuperação judicial da Varig. A aprovação do plano era condição para a realização de um leilão com base na proposta da VarigLog. Os credores participaram de assembléia hoje no Rio.
O resultado da assembléia será agora encaminhado à Justiça do Rio, que deve se pronunciar ainda nesta semana sobre os rumos da companhia. Sem a proposta da VarigLop a companhia fica ainda mais próxima da decretação de falência.
A proposta de recuperação judicial foi aprovada pelos credores da classe 1, que é formada pelos trabalhadores, e contou com o voto favorável das estatais.
A principal rejeição partiu das empresas de leasing, que até então preferiam se abster nas votações.
Para aprovar o plano, a proposta deveria ser aprovada proporcionalmente pela maioria dos detentores de créditos. Deveria ainda ser aprovada por cada uma das categorias dos credores. Na classe 2 de credores, formada pelo fundo de pensão Aerus e pelas empresas de leasing, a proposta foi rejeita por 94,4% na contagem individual -em termos de volume de crédito, o contingente que vetou a proposta correspondia a 5,8% dessa classe.
Já na classe 3, que envolve estatais e também empresas de leasing, embora apenas 18,8% dos credores em volume de crédito tenham rejeitado a proposta, a desaprovação bateu em 57,1% dos votos na contagem per capita.
Os sindicatos dos aeroviários e aeronautas, assim como a VarigLog, disseram que vão entrar com recurso na Justiça para tentar impugnar os votos das empresas de leasing.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, culpou a GE Capital pelo fracasso da assembléia e disse que, se a Varig for à falência, a responsabilidade será dela. Bottini afirmou ter recebido informação prévia de que a GE vendeu créditos a receber para o banco JP Morgan. O presidente da Varig preferiu não atribuir essa venda a interferência de concorrentes do setor.
“A GE está dividida em várias pequenas empresas. No voto por cabeça, ela inviabilizou o resultado hoje. Se a Varig falir, a responsável pela falência é a GE”, disse Bottini.
Crise
Se a oferta fosse aceita, as operações da empresa iriam a leilão na quarta-feira com lance mínimo de US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). O comprador poderia adquirir as concessões, as aeronaves e o programa “Smiles”.
Como a proposta foi recusada, há espaço para a decretação de falência. A Deloitte, administradora judicial da Varig, mencionou em seu último relatório de acompanhamento que a empresa não conseguiria manter as operações até agosto se não fosse vendida.
A crise da Varig se agravou nos últimos meses. O número de aviões caiu de 58 em dezembro do ano passado para 13 em julho. A receita de vôo líquida recuou 83,3% no período.
As operações da Varig têm sido mantidas à custa de uma linha de crédito oferecida pela VarigLog no valor de US$ 20 milhões (R$ 44 milhões). Deste total, a Varig já havia recebido US$ 13 milhões (R$ 28,6 milhões) até a última quinta-feira.
A “velha Varig”, fatia da empresa que não será vendida e que carrega as dívidas de R$ 7,9 bilhões, terá um fluxo de caixa anual de
SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, e outros textos sobre o assunto, pode fazê-lo acessando a página de Dinheiro do portal da Folha Online, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/.
SE DESEJAR ler mais reportagens sobre a situação atual da Varig, inclusive um histórico da empresa, também pode fazê-lo acessando a página de economia do Portal Terra na internet, no endereço http://br.invertia.com/canales/.
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