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Casa de Saúde. Notícias péssimas ou ruins. Ah, e o leilão não teve comprador. Por enquanto

As internações continuam suspensas na Casa de Saúde. Até a tarde desta terça-feira, havia apenas 12 pacientes ocupando leitos no hospital, pouco mais de 10% da capacidade. Falta alimento para ampliar esse número. Essa é a parte péssima da situação. Há ainda a ruim: falta dinheiro para qualquer despesa adicional. Mas tem também a mais ou menos: foram desbloqueados R$ 125 mil, dos R$ 195 mil enviados pelo Sistema Único de Saúde e retidos para pagamento de uma dívida trabalhista da Cooperativa dos Ferroviários, mantenedora da Casa de Saúde. Com isso, foi paga parte do salários dos médicos, o que anima os dirigentes do estabelecimento a acreditar que os anestesistas, hoje parados, voltem ao trabalho e as cirurgias possam ser retomadas nesta quinta-feira.

A grande verdade é que a grave crise financeira que atinge a Casa de Saúde a torna, na prática, agônica. Não se sabe como isso poderá terminar, embora se diga que negociações estejam acontecendo paralelamente à luta para receber recursos atrasados pelo Governo do Estado (algo como R$ 820 mil), que, com a Prefeitura e o SUS, banca o hospital. Ah, e ainda tem a situação da Coopfer, que deve “os tubos” para o governo, seja em tributos ou para a Previdência ou para o FGTS. É dívida que não acaba mais, para usar uma linguagem popular.

Por conta de um desses débitos, R$ 1,1 milhão para o FGTS, todas as dependências da Casa de Saúde foram a leilão nesta terça. Não houve comprador para o lance mínimo, fixado em R$ 7,5 milhões. Mas um novo leilão já está marcado, para o dia 29, quando o preço cai em 40%. O que acontecerá até lá? Ninguém tem condições de responder. E depois dele? Há menos respostas ainda.

A propósito da crise da Casa de Saúde, do leilão e de todas as demais incidências no caso, leia reportagem assinada por Elisa Pereira, que o jornal A Razão está publicando nesta quarta-feira:

”Casa de Saúde não teve comprador
Nova venda pública do hospital ocorrerá no dia 29 quando o lance mínimo será de pouco mais de R$ 4, 5 milhões

Não houve batida do martelo no leilão de ontem da Casa de Saúde que durou 10 minutos e no qual o valor mínimo para a aquisição do complexo hospitalar foi de R$ 7.526.495,12. A ausência de comprador apenas adiou em duas semanas a possível venda pública da instituição, pois um segundo leilão ocorrerá no dia 29 deste mês. O lance mínimo será de 60% do valor de avaliação, o que corresponde a R$ 4.515.897,07. Esse também é o preço que valerá para os outros quatro leilões agendados pela Justiça Federal referentes à Casa de Saúde. Eles estão marcados para 19/09, 10/10, 31/10 e 21/11 e só serão efetivados se a venda não ocorrer antes.

O leilão de todo o hospital, incluindo terrenos e prédios, foi determinado pela Justiça para honrar o pagamento de uma dívida de R$ 1,1 milhão da Cooperativa dos Ferroviários de Santa Maria (Coopfer) com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A penhora ocorreu porque a Casa de Saúde é o principal patrimônio da cooperativa. O débito trabalhista é anterior a 2001, ano em que foi celebrado o convênio que permitiu a reabertura da instituição através de parceria entre a Prefeitura, Governo do Estado, Coopfer e Universidade Federal de Santa Maria. Desde então, a Casa de Saúde funciona em instalações privadas, cedidas pela cooperativa, mas com gerenciamento e financiamento públicos.

Entre as pessoas que acompanharam ontem a tentativa de venda da Casa de Saúde, realizada no Depósito Leiloeiro, estava o advogado da Coopfer, Máximo Trevisan, a médica e diretora administrativa do hospital, Rosa Wolf, a diretora de enfermagem da instituição, Sueli Guerra, e a diretora geral da Secretaria Municipal de Saúde, Sueli Barrios.

O leilão das instalações do hospital iniciou às 14h30 com a leitura de tudo que estava incluído no lote, que poderia ser arrematado integralmente ou em partes. Às 14h40, o leiloeiro José Lazaro Ribeiro Menezes perguntou: “Temos alguma oferta para o lote ou parte do lote?” Após alguns instantes sem resposta ele encerrou o leilão.

“Ganhamos mais 15 dias”, comentou aliviada Rosa Wolf. A diretora da Casa de Saúde acredita que haverá comprador no segundo leilão. “Há pessoas ligando para o hospital para se informar, alguns indo lá para olhar as instalações. São interessados daqui e de Porto Alegre. Nosso principal temor é que quem compre não seja da área de saúde, porque o local tem infra-estrutura para se transformar em um hotel ou spa. O segundo maior temor é que o comprador seja do setor de saúde privada e com isso a Casa de Saúde deixe de atender a população de Santa Maria pelo SUS”, ressalta.

Rosa Wolf informa que o Conselho Municipal de Saúde, que também representa os usuários do hospital, procurou o Ministério Público Federal para questionar se o novo prédio de apoio da Casa de Saúde, construído recentemente com verbas públicas dos governos federal e municipal, poderia ter sido incluído no patrimônio da Coopfer que está sendo leiloado. Dependendo da resposta do MP a esse questionamento poderá haver a suspensão, mesmo que temporária, do…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.arazao.com.br, ou na versão impressa, nas bancas nas primeiras horas desta quarta-feira.

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