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Eleições 2006. Como foram os presidenciáveis no primeiro dia de propaganda no rádio e na TV

São apenas mais 21 programas, dos sete (ou seis, se o PCO – leia nota anterior – não apresentar substituto ao titular, cuja candidatura foi indeferida, como publiquei na noite desta terça) candidatos à Presidência da República, até 28 de setembro, quando encerra o espaço gratuito no rádio e da tv, no primeiro turno. Quer dizer: há o que apresentar, mas o tempo não pode ser perdido.

Mas… E como foi o primeiro dia? Previsivelmente, os pretendentes se apresentaram ao eleitorado. Mais os desafiantes, obviamente, mas também o atual ocupante do cargo, que busca a reeleição. Previsivelmente, porém, se alguém esperava alguma farpa mais afiada, esqueça. Não foi isso que aconteceu.

Para que ninguém fique apenas com a minha opinião, reproduzo, aqui, artigo a respeito publicado, em sua página na internet, pelo jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo:

”Candidatos adotam discurso soft na televisão:

Começou nesta terça-feira a propaganda eletrônica. Os presidenciáveis levaram à TV discursos suaves. Apresentaram-se ao eleitor. Realçaram a “origem humilde”. Lula, Alckmin e Heloísa Helena, os três candidatos mais bem-postos nas pesquisas afagaram o eleitor nordestino. A a corrupção fez as vezes de tema coadjuvante. Não houve artilharia pesada.

Dono de sete minutos e 23 segundos, o comitê de Lula (PT) apresentou-o como o menino pobre de Caetés (PE) que chegou à Presidência. E passou a jogar com a idéia de que, a despeito do sucesso, o presidente não deu as costas para o seu passado: “Lula tem a cara do Brasil e o Brasil tem a cara do Lula”. O Bolsa Família esteve entre as iniciativas governamentais festejadas pelo petismo na propaganda eleitoral.

Não por acaso, o programa petista foi apresentado por três personagens de feições marcantes: uma apresentadora negra, um índio e um branco. As três raças que, miscigenadas, deram “cara” ao povo brasileiro. Exaltaram-se as “realizações” do primeiro mandato. E jogou-se no ar uma tese que deve ser martelada até o dia da eleição: “Peço que reflitam”, disse Lula, de viva voz, “é melhor avançar ou começar do zero como querem alguns candidatos?”

Sem mencionar pelo nome o principal escândalo que marcou a sua gestão –“mensalão – Lula disse ter a “consciência tranqüila”. Listou entre suas prioridades a reforma política. Em outros tempos, Lula esforçava-se para apresentar o seu PT como uma legenda pura, diferente das demais. Agora, joga na indiferenciação: “(…) A crise de ética que observamos é uma crise de todo o sistema político e não só de partidos”.

Dono de um tempo mais generoso –10 minutos e 22 segundos -, o tucanato apresentou o seu candidato pelo pré-nome: Geraldo. A forma que programa encontrou para estabelecer vínculos do paulista de Pindamonhangaba com o Nordeste foi exibir depoimentos de migrantes nordestinos. Foram apresentados como “brasileiros de São Paulo”, um Estado que é o retrato do Brasil.

Alckmin (PSDB) comprometeu-se a priorizar o desenvolvimento econômico e os investimentos em saúde, educação e infra-estrutura. Numa tentativa de anular aquele que parece ser o o principal diferencial a sustentar a liderança de Lula nas pesquisas, Alckmin prometeu manter e ampliar o programa Bolsa Família.

Sem mencionar o nome de Lula, Alckmin roçou o tema das perversões éticas: “Queremos um país mais justo, com mais oportunidades, sem corrupção e mensalão. Se a gente tem dinheiro para o desperdício, por que não temos dinheiro para ajudar os que precisam?” No rádio, o tema também foi abordado sem menções diretas a Lula: “O novo conceito de ética é a competência, a eficiência. A primeira coisa que vou fazer é o respeito pelas pessoas, varrendo a corrupção.”

Com escasso um minuto e 11 segundos, Heloisa Helena (PSOL) também evitou os ataques frontais aos adversários. Apresentou-se como filha de uma família humilde, uma cidadã comum, uma mãe que “ensinou seus filhos a não roubar”. Se eleita, disse, cumprirá a obrigação de ser honesta, combatendo qualquer tipo de corrupção…”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

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