Arquivo

É a economia. Números que ajudam a explicar a liderança de Lula nas pesquisas eleitorais

Já foram publicadas reportagens a respeito. Aqui mesmo você leu uma delas, editada pelo jornal A Razão. Os demais veículos de comunicação também deram destaque, maior ou menor. A própria Zero Hora, em sua edição deste domingo (www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/), trouxe duas páginas a respeito.

No entanto, parte da revista Veja o retrato mais significativo da “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios”, divulgada na semana passada pelo IBGE. É da Veja, que sinuosamente, parece estar dando a volta no tempo, se acomodando a uma situação que ela combateu (e como combateu, inclusive com reportagens, pensa este jornalista, de conteúdo pra lá de tendencioso, para dizer o mínimo – vide “reportagem” sobre os dólares cubanos), a reportagem, vejam (com o perdão pelo trocadilho infame) mais simpática para com o governo Lula.

Duvida? Então confira você mesmo o texto assinado pela repórter Daniela Pinheiro, na edição que está circulando em todo o País, inclusive Santa Maria:

”O show dos números
Os bons resultados nos indicadores de emprego, renda e consumo explicam o favoritismo de Lula

Com a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo IBGE na semana passada, ficou patente que a vida do brasileiro melhorou nos últimos anos. A Pnad é o melhor retrato para medir as recentes mudanças do país. Ela não deixa dúvida: em 2005, houve aumento do emprego, da renda e do consumo. O salário médio do trabalhador, por exemplo, cresceu pela primeira vez desde 1996.

Mais: comparados aos resultados do começo do governo Lula, os números da Pnad mostram que os brasileiros estão mais alfabetizados e há mais casas com luz elétrica, esgoto, coleta de lixo e água canalizada. Esses indicadores, mais do que quaisquer outros, podem explicar de maneira cristalina o porquê da folgada vantagem nas pesquisas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre seus adversários.

A preferência por Lula nas pesquisas feitas no Nordeste – onde ele tem 70% das intenções de voto – é reflexo quase direto do crescimento de 16,5% das vendas no comércio na região no último ano. É o maior porcentual de crescimento de vendas do país, segundo uma pesquisa inédita da MB Associados. Evidentemente, esse aumento do consumo tem origem nos programas assistenciais do governo, como o Bolsa Família, que atinge 11 milhões de lares brasileiros.

Segundo as pesquisas, proporcionalmente o maior contingente dos eleitores do presidente Lula ainda se concentra entre os mais pobres e os menos escolarizados. Entre os que ganham menos de dois salários mínimos por mês e completaram apenas o ensino fundamental, a preferência por Lula chega a 59%, conforme mostrou o instituto Datafolha na semana passada. “A vida melhorou. Pode não ter sido o espetáculo do crescimento, mas foi um show indiscutível, principalmente para quem está na base da pirâmide”, afirma o economista Marcelo Néri, da Fundação Getulio Vargas.

O levantamento da MB Associados aponta que o trabalhador desfruta hoje mais crédito, tem maior poder de compra de alimentos e bens duráveis do que há quatro anos. Diz o cientista político Rogério Schmitt, da Tendências Consultoria: “É isso o que conta para o pobre. Mensalão, sanguessuga, isso não quer dizer nada. Ele está preocupado com a queda no preço do cimento e do arroz, o que de fato aconteceu. Qualquer candidato com uma bandeira dessa se beneficiaria nas urnas”.

Bem, todos os indicadores são positivos, então estamos no melhor dos mundos, certo? Não. Há o que comemorar, mas também há com o que se preocupar. Boa parte desses bons resultados está lastreada no aumento dos gastos públicos. Portanto, no fim das contas, é um resultado que custa caro. E, pior, não é sustentável. “Reajustar o salário mínimo em padrões muito acima da inflação, como tem sido feito, aumenta o gasto público, principalmente na Previdência Social”, diz a economista Tereza Fernandez, diretora da MB Associados.

Economistas de bom senso, o mercado financeiro internacional e representantes de organismos internacionais têm alertado sobre a gastança. Na quinta-feira passada, véspera, portanto, da divulgação da Pnad, o vice-diretor do departamento de pesquisas do FMI, Charles Collyns, criticou publicamente o Brasil. Diz Collyns: “Os gastos públicos cresceram. Deveriam ser realizados de forma mais eficiente. Há ainda uma grande agenda de reformas a serem feitas”.

Esse é o ponto. Há no governo quem pense (e não são poucos) que se pode prescindir de uma agenda firme de reformas e partir para a “retomada do desenvolvimento” – para usar um chavão tão caro a um certo grupo. Na semana passada, o ministro Luiz Fernando Furlan tocou novamente nessa tecla. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Furlan defendeu a fixação de uma meta entre 5% e 6% nos próximos quatro anos. Como intenção, meritório. Evidentemente, o ministro não explicou como o governo deveria fazer para atingir esse porcentual.

O crescimento brasileiro tem sido medíocre na última década. Todos concordam. Assim como há consenso sobre ser vital crescer mais. Não se deve, porém, querer soluções mágicas. São medidas que normalmente passam pela gastança e pelo mantra dos desenvolvimentistas – “crescimento com um pouquinho mais de inflação”, sabidamente o primeiro passo para o abismo. O caminho para uma taxa chinesa e sustentável, queira-se ou não, é mais duro. Passa, por exemplo, por:..”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página da revista Veja na internet, no endereço http://www.veja.com.br. Observação: se não for assinante, talvez necessite a senha do comprador em banca. No caso, a expressão “BANACH”.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo