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Mídia. Revista IstoÉ mostra como fez a reportagem que detonou o “Escândalo do Dossiê”

Quem lê essa (nem sempre) humilde página de internet já sabe: não morro de amores pela revista IstoÉ. Pelo menos não com a atual fase dessa que já foi uma das grandes, em todos os sentidos, da imprensa nacional. Lembro de, recentemente, ter chamado a atenção para o fato de a IstoÉ ter se submetido, por exemplo, a publicar pesquisa sobre o pleito presidencial notoriamente paga pela turma do Anthony Garotinho (onde ele anda, por sinal???), como se fosse dela.

Semana passada mesmo, quando a revista publicou reportagem, com base em entrevista dos simpáticos Vedoins, imediatamente foram pra cima dela insinuando (houve quem afirmasse) que ela também faria parte de um complô armado pelos petistas. Estes, viu-se facilmente, tiveram culpa no cartório.

Cento e poucas horas depois do episódio, porém, duas coisas sobressaem. Uma, a imprensa graúda preferiu dar ênfase ao lado do petismo envolvido (o que é verdadeiro), com a nítida vontade de demonstrar sua preferência por Geraldo Alckmin. O que não é proibido, aliás. Mas melhor que seja aberta e oficialmente, não, em vez de esconder-se numa ridícula (porque irreal) “neutralidade”.

Outra, o “esquecimento” de um fato óbvio: com malandragem ou sem, com a participação da revista ou não, a bandalheira dos sanguessugas começou, meeeeesmo, na gestão de José Serra, do PSDB, e seu fiel escudeiro, hoje prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, do mesmo partido.

E a IstoÉ, nessa história toda? Pois é, ficou esquecida. Era algo menor – e para falar do periódico da Editora Três só mesmo o Diogo Mainardi, da revista Veja,, que acusa a IÉ abertamente de participar do escândalo. Parênteses: a Veja, que abriga a coluna de Mainardi, só começou a meter o cacete em Lula apeeeenas quando este, por sua equipe econômica, deixou de bancar os empréstimos de bancos públicos à endividadíssima Editora Abril, que a publica. Tudo muito jornalístico, como se percebe.

Por todas essas razões, com as quais você pode ou não concordar, é um direito seu, pelo menos aqui a IÉ terá espaço para, pelo menos, colocar a sua posição.

Reproduzo, a seguir, a versão da IstoÉ para a forma como se deu a reportagem que pode estar dando novos rumos à eleição presidencial. Confira o texto do editor Mário Simas Filho, que está na edição da revista que já está nas bancas:

Por dentro da reportagem
Os bastidores da entrevista dada pelos Vedoin acusando Serra e Barjas Negri de envolvimento com a máfia das ambulâncias

No feriado de sete de setembro, recebi na redação de ISTOÉ um cidadão que se identificou apenas pelo primeiro nome – Hamilton -, como costumam fazer diversas pessoas interessadas em passar informações a jornalistas e se manter no anonimato. Calmo, Hamilton informou que os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, os donos da Planam, entregariam novos documentos à Justiça capazes de comprovar a participação dos ex-ministros da Saúde José Serra e Barjas Negri com o esquema dos sanguessugas.

Afirmou que eram documentos bancários, mas não sabia precisar exatamente quais e disse que tanto Darci como Luiz Antônio estariam dispostos a conceder uma entrevista. Tratava-se, claro, de um fato jornalístico importante que merecia ser melhor investigado, pois desde que o escândalo das ambulâncias foi flagrado pela Polícia Federal os depoimentos dos Vedoin têm norteado as investigações.

Chamei outros três jornalistas para participar da conversa e concluímos que a Revista teria, sim, interesse em entrevistar os chefes do esquema sanguessuga. Alertamos, porém, que ISTOÉ somente publicaria o que pudesse ser comprovado com documentos, pois, como ambos vinham entregando parlamentares a conta-gotas, não poderíamos nos ater unicamente às suas declarações. Hamilton disse que falaria com os Vedoin e faria novo contato com a Revista. Em nenhum momento da conversa tida na redação foi feita “negociação” ou qualquer tipo de “acordo”. Houve, na verdade, uma condição imposta pela Revista: a de que teríamos acesso aos documentos entregues à Justiça.

Hamilton só voltou a fazer contato na manhã da terça-feira 12, por telefone. Informou que os Vedoin haviam concordado em nos mostrar os documentos que seriam entregues à Justiça e que dariam a entrevista em Cuiabá (MT). Eles estavam em uma fazenda perto da capital do Estado. Perguntei o endereço e Hamilton respondeu dizendo que chegando a Mato Grosso eu deveria fazer contato com um certo Oswaldo ou um certo Expedito, e forneceu o número do telefone de cada um deles.

No mesmo dia, eu e o editor de fotografia de ISTOÉ, Biô Barreira, embarcamos para Cuiabá no vôo JJ 3780, da TAM. Com o atraso para decolar de Congonhas, desembarcamos na capital mato-grossense pouco antes de meia-noite (horário local). De táxi, fomos ao Hotel Paiaguás, onde tínhamos reservas feitas pela Revista. Da própria recepção do hotel liguei para o celular do tal Oswaldo.

O propósito era o de fazer uma rápida conversa ainda naquela noite, pois planejava entrevistar os Vedoin logo pela manhã seguinte. Oswaldo e Expedito estavam hospedados no mesmo hotel. Conversamos por cerca de cinco minutos no hall de entrada do hotel. Ficou combinado que por volta das oito horas da quarta-feira 13 o advogado dos Vedoin, Otto Medeiros, entraria em contato conosco para passar o horário e o endereço de onde seria feita a entrevista.

Até as 10 horas da quarta-feira nenhum contato foi feito. Liguei, então, para o celular de Oswaldo e ele informou que os empresários só nos receberiam após a entrega dos documentos à Justiça, pois temiam que se a entrevista fosse feita antes poderiam ser prejudicados nos benefícios obtidos pela delação premiada. Por volta das 13 horas, estávamos almoçando no próprio hotel quando o advogado Otto telefonou informando o endereço de onde iríamos nos encontrar com os Vedoin. Pegamos um táxi e nos …”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página da revista na internet, no endereço http://www.terra.com.br/istoe/.

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