Aviação em SM. Os 50 anos de uma epopéia

Pouco se fala, e menos ainda se escreve, sobre a aviação em Santa Maria. Aliás, entre os que se preocupam em pesquisar, destaca-se o veterano professor e engenheiro, e piloto, Wilson Aita. É dele, em parceria com outro veterano, Carlos Sérgio Gama, o artigo que resgata um fato histórico da aviação local.

Trata-se da “revoada”, uma festa de 1956 em homenagem ao então cinqüentenário do 14 Bis, o histórico aparelho inventado por Santos Dumont. A promoção era do governo uruguaio. E, claro, o Aeroclube da boca do monte, então em fase fantástica, participou.

Bem, melhor deixar que os próprios Aita e Gama contem essa epopéia. Sim, não há outro termo. Confira você mesmo o texto que o jornal A Razão está publicando em sua edição deste final de semana:

”A REVOADA DO 14-BIS

No próximo dia 23 de outubro, comemora-se no Brasil o primeiro vôo do “mais pesado que o ar”, o 14-BIS, protótipo do avião, inventado por Santos Dumont, consagrado por nós brasileiros como o “Pai da Aviação”.

Em outubro de 1956, esse feito de Santos Dumont comemorava 50 anos da sua realização, ocasião em que a Força Aérea Brasileira construiu uma réplica do 14-BIS que fez então, diversos vôos de demonstração.

O Governo Uruguaio, naquela ocasião, resolveu prestar a sua homenagem ao “Pai da Aviação” e organizou uma Revoada a Punta del Leste, conhecidíssima praia de mar na orla Atlântica. As Revoadas eram festas aviatórias muito comuns naqueles anos 50 e 60, organizadas principalmente para a Aviação Desportiva, na divulgação desta atividade e visando a preparação de pilotos para o transporte aéreo que despontava no mundo moderno.

O Aeroclube de Santa Maria não ficava atrás nesta atividade e tomava parte nestes concursos aeronáuticos, que se realizavam com muita freqüência no Brasil e nos nossos vizinhos limítrofes, a Argentina o Uruguai e o Paraguai.

Assim foi que em 1956, o nosso Aeroclube, em boa fase de progresso, tendo sete aeronaves em vôo, se fez presente na Revoada Uruguaia de homenagem a Santos Dumont e ao Brasil, com cinco aviões: um Piper PA-20 de prefixo PP-GPI, um Cessna 120, prefixo PP-DLZ, um Piper J3 prefixo PP-DQH e dois “Paulistinhas”, respetivamente PP-HAL e PP-HFE. As tripulações que ocuparam essas pequenas aaeronaves, eram compostas pelos pilotos Antoninho Noal, Ernesto Araújo, Leo Guedes, Marco Aurélio Cruz, Octacílio Bondarenko, Paulo Chagas Pinto, Pedro Paulo Gonçalves, Roberto Godinho e Wilson Aita, completando-se os lugares vagos com alunos do Aeroclube. Nossos pequenos aviões não possuíam nenhum dos já sofisticados instrumentos de navegação aérea, mas somente de uma pequena bússola magnética, e o permanente contato com os acidentes geográficos registrados nos mapas de navegação aérea.

Coube à FAB orientar e disciplinar a revoada dos aviões brasileiros e foi assim que nós os santa-marienses fomos orientados a seguir para a cidade de Jaguarão, “pela rota do litoral”, onde… SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.arazao.com.br, ou na versão impressa, nas bancas desde a manhã deste sábado