Debate. Lula e Alckmin em confronto aberto. É assim que se avalia, num relato paulista
Os analistas do centro do país, até este momento estão meio encolhidos. Exceção, talvez, a Ricardo Noblat (www.noblat.com.br), que creditou a vitória do debate promovido pela TV Bandeirantes a Geraldo Alckmin, o tom dos primeiros noticiários é, digamos, neutro. Mas há um consenso: houve confronto, enfim, entre o desafiante e o desafiado, o candidato à reeleição e à frente nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva.
O ClicRBS, braço de internet do grupo gaúcho de comunicações RBS, por exemplo, em matéria não assinada em sua página de notícias (www.clicrbs.com.br/clicnoticias/), informa que primeiro debate do segundo turno é campo para ataques. Lembra, também, que o confronto foi marcado pela agressividade, tendo o estúdio de tv se transformando em um ringue.
Digamos que essa é a predominância, nas avaliações feitas imediatamente após ao debate encerrado perto das 11 da noite deste domingo.
É muito provável que o texto do ClicRBS seja o principal, ou pelo menos a base, das reportagens que os veículos impressos do grupo no caso gaúcho, a Zero Hora e o Diário de Santa Maria, por exemplo – publica nesta segunda-feira. Então, preferi buscar uma análise mais paulista do confronto televisivo.
É por isso que reproduzo, a seguir, texto editado no Folha Online, o braço de internet da Folha de São Paulo. Ele dá a idéia paulista do que aconteceu no estúdio da Band. Não vou fazer juízo de valor – inclusive porque minha opinião já dei, e você a acompanhou em tempo real. Se quiser reler, confira as últimas notas da noite deste domingo. Enquanto isso, aí vai a reportagem da Folha:
Acusações e ataques dominam debate entre Alckmin e Lula na TV
O telespectador assistiu neste domingo ao debate televisivo mais aguerrido desde o início da campanha eleitoral, com troca de ataques mútuos do primeiro até o último minuto das cerca de duas horas e meia destinadas pela TV Bandeirantes para o confronto entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
O eleitor do tucano provavelmente nunca tinha visto seu candidato tão acalorado em suas críticas, não perdendo quaisquer chances de atacar o governo Lula nos campos da ética ou da gestão pública. Lula, por sua vez, não se manteve na defensiva. Distribuiu seus ataques ora ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ora à gestão de Alckmin no Estado de São Paulo, com menções a escândalos políticos de um e de outro.
Os dois primeiros blocos foram quase que totalmente dedicados à “lavagem de roupa suja”. Ambos os candidatos passaram em revista os escândalos políticos que vieram à tona nos últimos meses. Alckmin perguntou para Lula qual a origem do R$ 1,7 milhão que seria utilizado para a compra de um dossiê contra políticos tucanos; Lula questionou o tucano sobre os 69 pedidos de CPIs estacionados na Assembléia Legislativa de São Paulo.
O ex-governador de São Paulo, no entanto, quase não mencionou o escândalo do “mensalão”, enquanto Lula não se aprofundou nas denúncias que surgiram contra a gestão tucana no Estado.
O “mentiroso” contra o “leviano”
O tom beligerante entre os dois candidatos, no entanto, se manteve controlado e somente em um momento resvalou para a crítica pessoal.
No primeiro bloco, os ânimos se exaltaram quando o tucano Geraldo Alckmin questionou o petista Luiz Inácio Lula da Silva sobre os gastos do governo federal com o cartão de crédito corporativo – uma espécie de cartão de crédito pago com recursos públicos.
“Não seja leviano, não seja leviano, pergunte isso ao FHC [ex-presidente Fernando Henrique Cardoso]”, disse o petista.
“Respeito, respeito”, retrucou o tucano com o dedo apontado para Lula.
O uso dos cartões de crédito corporativos foi autorizado na administração pública ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
No segundo bloco, Lula questionou Alckmin sobre um tema caro aos petistas – as privatizações – o que motivou o segundo momento mais acirrado da noite.
“Todo mundo sabe que foi o PFL e o PSDB que privatizaram esse país. Quando não tiver mais o que vender, o que ele vai fazer? Vai vender a Amazônia? Só posso responder aquilo que eu sei. Não disse que o governador vai privatizar, disse que há setores do PFL e PSDB que querem privatizar até a Petrobras”, disse o presidente.
“Não minta, Lula. Não foi o PSDB nem o PFL que falaram em privatização, foi você que falou. Fico triste com a irresponsabilidade de um presidente da República ter tido isso. Foi você que falou e vou distribuir isso à imprensa no fim do debate. É mentira que vou acabar com o Bolsa Família”, rebateu Alckmin. A insinuação de “mentiroso” motivou o comitê petista a pedir direito de resposta, mas que foi negado pela produção da TV Bandeirantes.
Propostas
O debate de propostas para o país somente começou, realmente, no terceiro bloco do debate promovido pela Bandeirantes. Os ataques mútuos, entretanto, não saíram de cena, em um confronto que continuou acalorado.
O presidente e candidato Lula questionou Alckmin pelos problemas de segurança pública em São Paulo, lembrando os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Alckmin respondeu citando números sobre redução de homicídios e dizendo que o governo federal cortou recursos nos repasses para os Estados na área de segurança. Lula replicou, dizendo que, quando governador, Alckmin havia
SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, e outros textos sobre o assunto, pode fazê-lo acessando a página de Brasil do portal da Folha Online, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/
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