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Derrotado. Alckmin e a história de um desastre

Escrevi mais cedo, na noite de domingo, que Geraldo Alckmin havia alcançado feito inédito: seria o primeiro candidato a, disputando um segundo turno, fazer menos votos que no primeiro. Errei. Isso já havia acontecido antes, com um candidato a prefeito de capital, aliás do mesmo partido dele, o PSDB. Mas isso faz 20 anos. Nunca antes, nem depois, tal fato se repetiu. Exceto agora, com o próprio Alckmin.

Há várias causas para o desenlace. A principal delas, penso, está no próprio partido, que não viu nele um nome suficientemente capaz para disputar e menos ainda vencer a eleição. No entanto, acabou chancelando o nome do ex-governador paulista. E o carregou no turno inicial, quase torcendo para que não passasse para a rodada final. O que, lembremos todos, só aconteceu em função da denúncia do dossiê e, sobretudo, pela exposição das fotos do dinheiro (dado por um delegado a jornalistas escolhidos) no Jornal Nacional. E também, ainda que, acredito, subsidiariamente, pela não participação de Lula no debate final, na Globo.

Tudo isso, claro, fará parte da autocrítica interna do PSDB. Que terá, agora, a tarefa (a ser cumprida não se sabe como) de afastar Alckmin da luta pela candidatura em 2010. Inclusive porque os tucanos já terão que se ver com outra disputa, a que oporá José Serra a Aécio Neves, os dois grãos-tucanos interessados no Palácio do Planalto dentro de quatro anos.

Então, fiquemos apenas com o desastre atual, o fiasco (se fosse um campeonato de futebol, uma goleada fragorosa) da participação de Alckmin no segundo turno. Quem faz o retrato dessa história é o jornalista Ricardo Noblat, em sua página na internet:

”O segundo turno foi um desastre para Alckmin

Alckmin passará à história como o primeiro candidato a presidente da República no Brasil que teve no segundo turno menos votos do que no primeiro. Espantoso, pois não!

Até aqui nas eleições para presidente, governador e prefeito de capital decididas em segundo turno, apenas um candidato havia perdido parte dos votos que teve antes – >B>Amílcar Martins, candidato do PSDB a prefeito de Belo Horizonte em 1986.

No primeiro turno, Alckmin venceu em 11 Estados. No segundo, apenas em sete, informa Gustavo Noblat, repórter do blog.

Em Goiás, onde havia ganhado no primeiro turno, Alckmin perdeu pouco mais de seis pontos – e Lula cresceu 14. No Distrito Federal, emagreceu um ponto – Lula engordou 20.

Sumiram pouco mais de dois pontos de Alckmin em Rondônia – Lula colecionou pouco mais de 10. No Acre, Alckmin teve pouco mais de nove pontos do que Lula no primeiro turno. No segundo, Lula virou e venceu com quase cinco pontos de vantagem.

Com exceção de Roraima, onde mesmo assim Lula subiu 12 pontos, Alckmin perdeu votos em todos os Estados onde ganhara no primeiro turno. Foi o caso de São Paulo, por exemplo. No primeiro turno, Alckmin abriu uma vantagem de quase 18 pontos sobre Lula. Agora, com 96,88% das urnas apuradas, a vantagem era de pouco menos de quatro pontos.

No Rio Grande do Sul, a vantagem de 22,5 pontos de Alckmin no primeiro turno desabou para pouco mais de 10 com 98,56% das urnas apuradas. Em Santa Catarina, com 100% das urnas apuradas, desabou de cerca de 23 pontos para 10.

O Paraná foi um desastre para Alckmin no segundo turno. A frente que ele abrira de mais ou menos 15 pontos sobre Lula no primeiro turno caiu para 1,5 com 99,98% das urnas apuradas. Desastre semelhante ocorreu no Mato Grosso (a frente de Alckmin foi reduzida de 16 pontos para menos de um com 86,64% das urnas apuradas) e no Mato Grosso do Sul (de 20 pontos para 10.)

Lula quase dobrou a vantagem que teve no primeiro turno sobre Alckmin no Rio de Janeiro. Passou de cerca de 20 pontos para pouco mais de 39 com 100% das urnas apuradas. E quase dobrou também…”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço www.noblat.com.br.

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