Fé “de menos”. Eleitores reduziram em 75% a bancada evangélica na Câmara dos Deputados

A chamada bancada evangélica era poderosíssima, na Câmara dos Deputados. Distribuída nas mais variadas siglas, à esquerda e à direita, era fundamental no apoio ou rejeição de qualquer projeto que passasse pelo parlamento. Avariada, porém, pelo sem número de escândalos em que muitos de seus integrantes se envolveram, ao longo dos últimos quatro anos, não foi perdoada pelo eleitor.

O resultado é que, dos 60 integrantes da dita “Frente Parlamentar Evangélica”, apenas 15 renovaram seu mandato, segundo levantamento feito pelo site Congresso em Foco, citado em reportagem publicada na página especial de Eleições do portal Terra.

Como resumo da ópera é possível afirmar que a influência dos que adoram uma reza (e outras coisas mais, lamentavelmente se comprovou nesta legislatura que está se encerrando) ficará reduzida em pelo menos um terço do que era – na medida em que se elegeram novos evangélicos, que deverão totalizar 40, pouco mais ou menos.

A propósito desse fenômeno para não poucos inesperado, confira o texto bastante explicativo que o Terra tornou disponível:

”Bancada evangélica sofre redução de 75% na Câmara

As investigações da CPI dos sanguessugas reduziu drasticamente o percentual de deputados ligados a igrejas evangélicas na Câmara Federal. Dos 60 deputados que compõem atualmente a Frente Parlamentar Evangélica, apenas 15, ou 25%, continuarão no cargo a partir do ano que vem. O levantamento foi feito pelo site “Congresso em Foco”.

Mesmo com a eleição de novos evengélicos, a Frente Parlamentar Evangélica não deve ultrapassar os 40 integrantes. Uma redução significativa para uma bancada que vinha em constante ascensão desde as eleições de 1989 e chegou ao auge em 2002, com 60 deputados e três senadores, sem contar os parlamentares evangélicos que não aderiram à frente.

Entre os deputados que não se reelegeram ou não se candidataram, 16 foram denunciados pela CPI dos Sanguessugas por envolvimento com o esquema de compra superfaturada de ambulâncias. Nenhum dos reeleitos estava sob suspeita da Justiça.

Atualmente, a Assembléia de Deus é a igreja evangélica com a maior representação na Câmara, com 22 deputados. Em seguida, vem a Universal, com 16 congressistas. Todos os deputados ligados à Assembléia de Deus se candidataram à reeleição, mas somente cinco garantiram vaga na próxima legislatura. Entre os que não se reelegeram, dez são suspeitos de participação na máfia das ambulâncias.

Outros dois deputados federais de primeiro mandato, ligados à igreja, têm vaga garantida na Câmara a partir de 2007: Jurandyr Loureiro (PSC-ES) e Filipe Rio de Cara Nova (PSC-RJ). A bancada pode chegar a ter oito membros se for confirmada a eleição de Doutor Nechar (PV-SP). Ou ele ou o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, perderá a vaga em razão do deferimento da candidatura de Dimas Ramalho (PSB-SP), que estava sendo contestada.

A Universal havia proibido a candidatura à reeleição de parlamentares sob suspeita. Com isso, perdeu 14 postulantes a mais quatro anos na Câmara. Apenas dois membros da igreja tentaram – sem sucesso – a…”

SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página de Eleições do Portal Terra na internet, no endereço http://noticias.terra.com.br/eleicoes2006/