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Fim do sonho. Prestes se mexe, de novo, no túmulo. De PCB a PPS e, agora, um tal de PMD

Que o comunismo, assim como a gente estudava (e não como nos diziam, pois seria algo assustador), esse não existe mais. Pelo menos não combina muito com a modernidade, ainda que se respeite (é o meu caso) profundamente quem professa a teoria e louva a prática – ainda que ela seja, com o perdão da redundância, impraticável.

Agora, que respeito é bom, isso é. E os egressos do Partidão, exceto aqueles que procuram manter a sigla e as idéias a todo custo, que me perdoem, mas perderam totalmente a vergonha. E o ideário.

Fundador do antigo partido comunista, o gaúcho Luiz Carlos Prestes tem boas razões para se remoer no túmulo. Primeiro, por puro oportunismo político-eleitoral, viu seu partido trocar de nome. De PCB para PPS (Partido Popular Socialista). Depois, assistiu serem banidos os símbolos históricos – a foice e o martelo. Mais adiante, viu-o recebeu gente que, convenhamos, é tudo, menos comunista.

Mas, pelo menos, possuía um líder histórico, que brigou e lutou contra o regime militar numa hora bastante difícil, o pernambucano Roberto Freire. No entanto, até este extrapolou, levando o antigo partidão a, de repente, virar capacho político de um partido que, cá entre nós, e respeitando profundamente quem pensa igual, é tudo, menos progressista, no sentido ideológico do termo. No caso, o PFL, que reboca o PPS nesse pleito de 2006.

Mas não era o fim. Agora é. Por conta da impossibilidade de continuar usufruindo as benesses legais (e legítimas) dos partidos que suplantaram a cláusula de barreira (5% dos votos nacionais, distribuídos em nove estados), e não tendo alcançado o índice mínimo, para sobreviver, mais uma vez abre-se mão de tudo, inclusive da sigla.

É verdade, está nascendo um tal de PMD (Partido da Mobilização Democrática) que, desconfio, ainda vai provocar desconforto aos peemedebistas, pela sonoridade muito próxima. Mas isso é o de menos. O que interessa é que não é mais, ou não será, PPS. Como já não era PCB. Saiba mais sobre o que está acontecendo, lendo notícia divulgada pelo site Congresso em Foco, que relata a forma como está nascendo essa nova agremiação política:

”PPS fecha fusão com PMN e PHS

Em reunião na capital paulista, líderes do PPS, PMN e PHS decidiram, no início da tarde, criar um novo partido: o Partido da Mobilização Democrática (PMD). A soma dos votos nacionais das três siglas atinge 5,5% dos votos nacionais – meio ponto acima do exigido pela cláusula de barreira. O PV, segundo integrantes da cúpula do PPS, também estuda unir-se à nova legenda.

A bancada do PMD na Câmara terá 27 deputados a partir da próxima legislatura – 22 do PPS, três do PMN e dois do PHS. O novo partido terá o mesmo número de cadeiras que o PSB, mais que o PDT, que elegeu 24 nas últimas eleições, e mais que o PTB, que elegeu 22 e estuda a fusão com o PAN, que terá um deputado no ano que vem.

Segundo o site do PPS, o secretário-geral do partido, Rubens Bueno, justificou a fusão pela proximidade ideológica, sentimento ético “da coisa pública” e visão republicana”. Já o líder do partido na Câmara dos Deputados, Fernando Coruja (SC), declarou que a nova legenda terá uma “faceta mais humanista, algo em evidência na esquerda mundial”. “Foi uma boa alternativa e nossa proposta é continuar a ampliar o grupo”, disse o deputado ao se referir às conversas que o seu partido mantém com o PV, que também não alcançou os 5% dos votos para deputados federais…”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, inclusive o protocolo de intenções firmado pelos três partidos, pode fazê-lo acessando a página do “Congresso em Foco” na internet, no endereço http://www.congressoemfoco.com.br/Ultimas.aspx?id=11122.

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