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Preferência. Se depender dos grandões da mídia, Geraldo Alckmin pode encomendar a faixa

Já escrevi aqui, e não tenho razão alguma para mudar de idéia, inclusive porque para mim é questão de princípio: os veículos de comunicação têm o direito de apoiar qualquer candidato. Desde que deixem isso explícito em editorial, mantendo as páginas de notícias e reportagens com a isenção merecida pelo leitor e/ou telespectador.

Em 2002, por exemplo, o jornal O Estado de São Paulo declarou apoio a José Serra, o candidato do PSDB. E a revista Carta Capital explicitou em editorial assinado por seu diretor de redação, Mino Carta, a opção pela candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.

Passados quatro anos, a Carta Capital renovou sua opção por Lula. E o OESP preferiu a matreirice: apóia desbragadamente Geraldo Alckmin, sem porém esclarecer aos seus milhares de leitores. E a chancela ao candidato tucano se dá nas reportagens altamente direcionadas a combater o concorrente à reeleição, e a enaltecer seu desafiante. Do ponto de vista jornalístico, penso eu, uma vergonha. E uma desonestidade. Mas, enfim, é apenas o que elocubra o meu bestunto.

De todo modo, o Estadão não está sozinho. Ao contrário, a quase totalidade da chamada “grande mídia” está com Alckmin. Problema algum, repito – pena que não deixe claro para seus clientes (leitores-telespectadores).

Você dirá: é devaneio desse analista do interior da província. É? Não, se quem leu até aqui também freqüenta com os olhos as páginas dos jornais, inclusive os gaúchos. Em todo caso, para quem gosta de números, nem sempre definitivos (é outro pensamento exclusivamente meu), não custa nada acompanhar o trabalho sério, e reconhecido pelo meio acadêmico, feito pelo Observatório Brasileiro de Mídia. O OBM faz um acompanhamento do noticiário eleitoral. Veja o resultado de seu último levantamento, que o “Comunique-se”, site especializado em comunicação, colocou na rede nesta terça-feira:

”Lula: o campeão de reportagens negativas

O Observatório Brasileiro de Mídia divulgou nesta terça-feira (10/10) não só o relatório de acompanhamento da primeira semana do segundo turno (02/10 a 06/10), como também um relatório especial feito no final de semana da votação (30/09 e 01/10). Os dois relatórios têm um ponto em comum: o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva continua com o maior número de notícias na mídia brasileira e é também o mais citado negativamente.

Com relação aos jornais, na pesquisa realizada no fim de semana das eleições, Lula apareceu em 68,2% das reportagens e foi citado negativamente em 65,5% do total. Já Geraldo Alckmin teve bem menos aparições na mídia, 20%, destas, 35,3% não falaram do tucano de forma positiva.

Entre as revistas, o presidente Lula alcançou um alto índice de reportagens acusativas ou de impugnação: 88,9%. Já o candidato Lula teve 62,5% e 16,7% para Alckmin. Nesta primeira semana do segundo turno, a amostragem da mídia brasileira de jornais pesquisada pelo Observatório dedicou 537 reportagens a Lula candidato e presidente e a Geraldo Alckmin. Lula continua sendo o mais citado e apareceu em 317 destas. O número de matérias positivas não chegou aos 30%.

O candidato tucano foi mencionado em 199 reportagens. Ele teve um maior percentual de positivas (40,7%) do que negativas, 30,7%. O Observatório da Mídia analisa semana a semana a cobertura de cinco jornais…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do Comunique-se na internet, no endereço http://www.comunique-se.com.br/.

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