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Reta final 2. “Bombas”, se existiam, não foram jogadas contra Lula.E olha que havia o Lulinha

Se dependesse do que imaginavam, e divulgavam, os boateiros, as revistas de circulação nacional divulgariam “bombas” neste final de semana, capazes de desestabilizar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. Mais que isso: poderiam provocar uma virada em favor de Geraldo Alckmin.

Está certo que a grande mídia nacional, já escrevi isso aqui, apóia qualquer candidato que se oponha a Lula. Mesmo que seja um inodoro (como tem se mostrado) Alckmin. Também é certo que, ao contrário do que seria ideal, essa mesma mídia, o que seria correto, aceitável e até aplaudível (será que existe esta palavra?), deveria dizer isso com clareza – em vez de editorializar a notícia, o que é absolutamente condenável e até despudorado.

Tudo isso é correto. Mas também é impossível inventar fatos. Pode-se, no máximo, edulcorá-los. Ou tomar versões e as publicar, mesmo sem as devidas provas. Esse é o método da revista Veja, por exemplo, que transforma uma intriga em notícia de capa, sem comprovação. O leitor, porém, acaba se acostumando. E nem dando mais muita bola.

Ao ponto de, e esse é meu ponto de vista pessoal, um caso que pode ser muito grave, o enriquecimento rápido do filho do Presidente, e que mereceria a devida investigação jornalística, se tranformar em capa da Veja e… pfffff.. nada acontecer. É o tal negócio: você briga tanto com os fatos, os transforma tanto, tanto, tanto, que quando, taaalvez, você esteja falando a verdade, ninguém acredita. E, se essa era a bomba sobre a qual se faziam as mais disparatadas cogitações, estourou no colo de alguém. Mas não do alvo.

Não é desta maneira, mas sobre isso também, que escreve o analista Etevaldo Dias, em sua página na internet. É o que passo a transcrever:

”Boatos falsos: não existem “bombas” contra Lula.

Boatos espalhados pela internet ao longo da semana alardeavam que a Veja viria com bomba que iria desestabilizar a candidatura de Lula na última semana de campanha. Uma onda que chegou a impressionar políticos e agentes do mercado financeiro temerosos de que um novo escândalo pudesse ameaçar a governabilidade neste final de mandato.

Os boatos eram infundados. A capa da revista veio com matéria sobre os negócios do filho de Lula,sem dúvida,um tema pessoalmente desgastante para o presidente, mas que, nem de longe, ameaça seu favoritismo eleitoral.

A matéria não tem nada bombástico. A chamada não impacta o eleitor:”O Ronaldinho de Lula”.E completa: “Porque não pode todo mundo ser Ronaldinho”, frase do próprio Lula, em entrevista a Folha, ao responder perguntas sobre o sucesso empresarial de seu filho.

Lula disse a Folha que seu filho estava subordinado a Lei como qualquer brasileiro, portanto, se houvesse praticado algum crime teria que pagar por isto. Mas atribuía as denúncias a inveja: “Deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é Ronaldinho. Porque não pode todo mundo ser Ronaldinho”, sentencia.

Este foi o mote da capa que relembrou o histórico empresarial do filho do presidente que se associou a empresa Gamecorp que, mais tarde, foi vendida a Telemar por R$15 milhões. A matéria insinua que a Telemar comprou a empresa para usar Fábio Luis como lobista, mas não contém novas provas que possam ser consideradas bomba jornalística.

A matéria sobre o “dossiegate” de onde, segundo a boataria, viria denúncias gravissímas sequer mereceu chamada de capa. Limitou-se a reproduzir o noticiário da sexta-feira nos jornais.

A matéria relata as ligações entre Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente, e de José Dirceu a Jorge Lorezentti, supostamente o mentor da operação, mas não avançou nas denúncias.

Abriu um bom espaço para Gilberto Carvalho explicar que as ligações foram realizadas após a apreensão do dinheiro e que nunca teve qualquer vínculo com a operação.

Veja, em lugar de destruir a campanha de Lula, como pregava a boataria, pelo contrário, publicou matéria mostrando que Lula está praticamente reeleito: “Salto na reta final”, aponta com números do Datafolha que será praticamente impossível Geraldo Alkcmin ultrapassar Luis Inácio Lula da Silva, nesta última semana.

Mais ainda, Veja acaba com a versão de que só os mais pobres pretendem votar em Lula. “A poucos dias da eleição, Lula cresce e consegue atrair voto até de quem escolheu…”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, pode fazê-lo acessando o blog do jornalista Etevaldo Dias na internet, no endereço http://blogdoet.blig.ig.com.br/.

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