Vedoins. Ops. Agora, CPI não fica só em quem comprou, mas também em quem está no dossiê
A situação claramente está se modificando, no que toca à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a máfia das ambulâncias (ou CPI dos sanguessugas). Antes, só se falava em petistas envolvidos na compra de um dossiê para supostamente prejudicar o tucano José Serra e, por tabela, Geraldo Alckmin. Tanto que, lembra?, a grande mídia mudou o nome do tal dossiê várias vezes, sempre buscando proteger uns e outros, a começar pelo próprio Serra, o primeiro apelido do truvisco. Depois passou para dossiê Vedoins e, mais recentemente, a nomenclatura virou Cuiabá. O cristalino (basta ler a revista Veja para saber) é que o alvo era apenas e tão somente o PT – certo ou errado.
Pois, percebe-se agora, pela reportagem assinada por Jonas da Silva, de Cuiabá, para a agência de notícias britânica Reuters, que os petistas não foram deixados de lado e obviamente têm muuuuita culpa no cartório. Esquecê-los não é possível, nem seria correto. Mas também outro viés começa a ser, enfim, explorado: o conteúdo do papelório.
Por conta dessa nova fase da investigação, devem ser chamados a depor, informa o jornalista, também os citados no dito cujo dossiê. Inclusive Abel Pereira (que não é meu parente), que teria negócios pouco claros com Barjas Negri, do PSDB, atual prefeito de Piracicaba, e ex-segundo de Serra no ministério da Saúde, pasta que assumiu quando o então titular foi disputar a Presidência da República e período em que, diz-se, começou afetivamente a funcionar a máfia. No governo de Fernando Henrique Cardoso, aliás.
Geeeente. Finalmente estou começando a acreditar que (1) se saberá de onde veio a dinheirama para comprar o dossiê e (2) será possível conhecer a efetiva participação do ex-ministro da Saúde de FH. Não há anjos nessa história, parece evidente. Ah, leia você mesmo a reportagem do correspondente da Reuters:
CPI ameaça declarar ilícito dinheiro para compra de dossier
O subrelator da CPI dos sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), ameaçou nesta segunda-feira declarar “ilícito” o equivalente aos 1,7 milhão de reais apreendidos pela Polícia Federal em São Paulo com petistas que tentavam comprar um dossiê contra políticos tucanos.
“Ou o PT fornece dados pelo diretório nacional ou vou concluir, como relator, que a origem do dinheiro é ilícita e não declarável”, disse o deputado a jornalistas.
De acordo com ele, não tem mais por que a CPI reproduzir a investigação que a PF vem fazendo, já que isso retardará ainda mais os trabalhos.
“O dinheiro não é declarado. Nenhum dos ouvidos (até agora) informou a origem. A origem é ilícita ou não declarável”, insistiu o parlamentar.
Paulo Rubem Santiago (PT-PE), outro membro da CPI, disse que há indícios de que os recursos podem ter sido arrecadados junto a casas lotéricas, grandes armazéns ou centros comerciais do Centro-Oeste. “A origem do dinheiro pode ter qualquer relação”, afirmou.
Outros parlamentares da comissão informaram que a CPI dos Sanguessugas pedirá a quebra do sigilo bancário e fiscal de todos os envolvidos na operação da compra do dossiê contra políticos tucanos.
Essa decisão pode ser formalizada na terça-feira (hoje), quando a comissão tem reunião marcada em Brasília. Eles podem aprovar ainda a convocação do empresário Abel Pereira, de Piracicaba, para explicar seu envolvimento na negociação do dossiê e nas fraudes de compra de ambulâncias superfaturadas com o uso de dinheiro público.
“Todos os que direta e indiretamente se envolveram no episódio do dossiê serão ouvidos pela CPI”, disse o subrelator da comissão, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), ao incluir nessa condição o empresário Abel, o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso e o ex-secretário do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas.
“Sabe-se que parte do dinheiro é ilícita e parte é oficial. A CPI e o Ministério Público Federal vão…
SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página da Agência Reuters na internet, no endereço http://br.today.reuters.com/news/.
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