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Camelôs. Vender contrabando é crime e deve ser punido. Agora, tem jeito e jeito pra isso

Antes de qualquer coisa, é preciso que se diga: vender produto contrabandeado é crime. Passível, portanto, de punição legal. Coibir esse tipo de comércio, portanto, é obrigação das autoridades em todos os níveis: municipal, estadual e federal. O que é discutível? A forma como o trabalho de repressão é feito. E nada mais. Aliás, a própria legislação prevê como isso deve acontecer.

Constranger comerciantes a fechar as portas, impedir a passagem de carros particulares, inibir o direito de ir e vir na via pública. Tudo isso é crime também. Passível, portanto, da repressão da autoridade legalmente constituída. O que é discutível? A forma como a repressão é feita. E nada mais. Aliás, também aqui, a legislação prevê como devem agir as autoridades nessas circunstâncias.

É exatamente o que penso, nem uma letra a mais ou a menos. Não cabem, aqui, outras considerações – ao menos não neste momento em que a emoção supera a racionalidade. E abre-se espaço vigoroso para a demagogia. E eu não sou demagogo. Dito isto, sugiro a leitura da ampla reportagem, aliás muito bem feita, pela jornalista Elisa Pereira, que o jornal A Razão está publicando em sua edição desta terça-feira, sobre os acontecimentos de ontem, no centro de Santa Maria:

”Clima de guerra urbana no Centro
Operação da Receita Federal causou protesto de camelôs que foi reprimido pelo Batalhão de Operações Especiais

Um cenário de guerra urbana em pleno centro de Santa Maria, com lojas fechadas, ruas interrompidas, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e pessoas detidas. Essa foi a principal conseqüência de uma ação da Receita Federal, feita com o apoio da Polícia Federal e Brigada Militar, que recolheu na manhã de ontem mercadorias suspeitas de contrabando em várias bancas do Camelódromo.

A confusão ocorreu porque os camelôs resolveram protestar contra a ação da Receita Federal, que teria sido a maior desde a inauguração do Camelódromo, no início dos anos 90, e envolveu 46 agentes do órgão, 20 policiais federais e mais de 60 policiais militares, incluindo integrantes do Batalhão de Operações Especiais (BOE) de Santa Maria.

Inconformados por terem as mercadorias levadas, os camelôs ficaram em dúvida se deveriam fazer uma manifestação de protesto em frente à Prefeitura ou no comércio formal. “Vamos lá protestar na Prefeitura, pressionar o prefeito Valdeci”, defendiam alguns. “Ir na Prefeitura não adianta nada. Vamos fazer o comércio fechar as portas. Vamos pra frente das lojas fazer fechar”, argumentavam outros, que acabaram convencendo a maioria.

Às 10h20, o grupo de manifestantes seguiu para o Calçadão Salvador Isaia aos gritos de “fecha, fecha”, “tem que fechar tudo” e “queremos trabalhar”. Os lojistas que não fecharam imediatamente seus estabelecimentos tiveram as grades de ferro das portas baixadas pelos próprios manifestantes, que em alguns poucos lugares encontraram resistência dos proprietários. Entretanto, após alguns minutos praticamente todo o comércio do Calçadão fechou durante o protesto. “E a polícia onde está quando esse pessoal vem aqui e obriga a gente a fechar a loja?” comentou a lojista de uma relojoaria.

Depois de percorrerem toda a extensão do Calçadão, os manifestantes seguiram para a Rua do Acampamento onde iniciaram o mesmo procedimento de forçar os comerciantes a fecharem as portas. A passagem de veículos na primeira quadra da Acampamento foi barrada em alguns momentos pelos camelôs. Também no local quase todas as lojas fecharam imediatamente durante a passagem dos manifestantes.

Quando eles estavam na metade da quadra da Acampamento, situada entre a Astrogildo de Azevedo e a Tuiuti, o Batalhão de Operações Especiais chegou ao local para conter o protesto. Às 10h45, munidos com cacetetes, escudos e cães adestrados, os policiais do BOE se posicionaram, um ao lado do outro, nas proximidades das Lojas Mainardi. Após a ordem do capitão que coordenava a ação, foram…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.arazao.com.br, ou na versão impressa, nas bancas nas primeiras horas desta terça-feira.

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