Arquivo

Colóquio. A eleição acabou. Sim, e daí? Ah, o que vem por aí, no seminário da Sedufsm

Leia, a seguir, o relato da primeira noite do “Colóquio sobre comportamento e instituições”, que lotou o auditório da promotora – a Seção Sindical dos Docentes da UFSM – e ainda contou com a transmissão ao vivo, pela internet. O texto é produzido pela assessoria de imprensa da Sedufsm. Confira:

”Colóquio político lota auditório da SEDUFSM
e é transmitido pela internet


O I Colóquio sobre comportamento e instituições iniciou na noite desta terça, 21, no Auditório da SEDUFSM, como mais uma atividade em comemoração aos 17 anos do sindicato dos docentes. O tema do evento, que é realizado em parceria com o Núcleo de Estudos Legislativos da UFSM, trata de um “balanço das eleições e as perspectivas do novo governo.” Os convidados da primeira noite foram os professores Álvaro Oxley da Rocha, cientista social e professor de Direito da Unisinos e Reginaldo Perez, cientista político e professor de Ciências Sociais da UFSM. A coordenação ficou a cargo do professor Luis Gustavo Mello Grohmann, do curso de Ciências Sociais da UFSM.

O auditório ficou lotado – cerca de 95 pessoas assistiram a primeira noite de debates-, com uma novidade importante: graças ao trabalho do Centro de Processamento de Dados da UFSM, o Colóquio foi transmitido “ao vivo” pela rede mundial de computadores, bastando para isso acessar a página www.sedufsm.com.br, onde há um link para assistir às palestras ou diretamente no endereço www.ufsm.br/cpd. Foram identificados 25 acompanhamentos pela internet no primeiro dia do Colóquio, com a participação de internautas de municípios como São Pedro do Sul, São Leopoldo e Porto Alegre.

Otimista “pero no mucho”

O professor da Unisinos na área de Direito, que também é cientista social- Álvaro Oxley da Rocha-, destacou o seu “otimismo crítico” em relação ao quadro político atual. Para ele, ainda não existe no Brasil um “capitalismo”. Ainda prospera no país, diz Oxley da Rocha, uma lógica medieval, a do patrimonialismo. “A iniciativa privada no Brasil é pífia, para dizer o mínimo”, acusou ele. Sobre o PT, partido do presidente Lula, ressaltou que se encontra entre aqueles que se decepcionou, pois esperava uma postura diferente daquele que, segundo se pensava, seria um partido distinto dos demais. Uma das duas expectativas em relação ao mandato de Lula era a realização de uma “reforma administrativa”, com a redução de cargos de confiança, mas que isso não ocorreu.

Apesar do olhar crítico em relação ao governo Lula, Oxley da Rocha considera positivo que tenha sido colocado em pauta pelo governo federal o tema das políticas sociais. Segundo ele, hoje as ideologias estão em baixa e a única forma de diferenciar a esquerda da direita é através da “sensibilidade social”. O professor da Unisinos analisa como “golpista” o processo em que o PT e o governo Lula foram envolvidos ao longo de 2005 até meados deste ano com o sucedâneo de CPIs que expuseram as “entranhas” das diversas formas de corrupção normalmente usadas pela direita. Para Oxley da Rocha, o papel dos meios de comunicação no Brasil é de comprometimento com os setores conservadores. Disse ainda que os grandes grupos de comunicação embarcaram na tentativa de “golpe” ao governo Lula. No entendimento do professor, não se pode ter a falsa impressão de que “mídia é democracia”.

Relações institucionais

O professor Reginaldo Perez, do departamento de Sociologia e Política da UFSM, fez uma análise inicial ressaltando as relações institucionais dentro do Estado brasileiro. Para ele, o governo Lula deverá se diferenciar no segundo mandato a partir da construção de um governo de coalizão em que o PMDB é peça-chave. A lógica do primeiro mandato, conforme Perez, era de que no governo havia os ministros, considerados por ele como “figuras de proa” de um determinado partido, mas os demais escalões formados pelo que ele chamou de “controladores de rede”, ou seja, políticos (em alguns casos, oriundos do movimento sindical) que compunham os demais cargos. O que se observa, diz o professor, é que o PMDB quer mudar essa lógica, com a exclusão desses “controladores”, repartindo os prováveis ministérios apenas entre seus quadros.
BR> A relação mídia e governo foi outro ponto das relações analisadas por Reginaldo Perez. Para ele, há um aspecto de grande relevância neste relacionamento no segundo governo Lula. Segundo o cientista político da UFSM, há um tensionamento visível entre a imprensa e o governo. Ao analisar pormenorizadamente as capas da revista Veja, da qual é assinante desde o ano de 1984, Perez fez uma relação entre as capas da Veja desde a época do governo Collor, passando pelo governo FHC até o governo Lula. Em suas conclusões, Perez mostrou a simpatia explícita de Veja, através de suas capas, pela política e pelos candidatos do PSDB, em contraponto às antipatias em relação ao governo Itamar e ao governo Lula.

O Colóquio prossegue nesta quarta e encerra na quinta, 23 de novembro, sempre às 19h30min, no Auditório da SEDUFSM. O evento continuará sendo transmitido via rede mundial de computadores. Acompanhe a programação:

Quarta, 22/11
Conferencistas:
Prof. André Marenco – Cientista Político/UFRGS
Rogério Schmitt – Cientista Político/Tendências Consultoria Integrada (SP)
Moderador: Prof. Diorge Konrad – História/UFSM

Quinta, Dia 23/11
Conferencistas:
Prof. Jairo Nicolau – Cientista Político/IUPERJ
Prof. Fátima Anastasia – Cientista Política/UFMG
Moderador: Prof. João Rodolpho Flores – Ciências Sociais/UFSM

Após o debate desta quinta haverá o lançamento de dois livros: “Democracia e referendo no Brasil” – Magna Inácio, Raquel Novais e Fátima Anastasia (organizadores); e “Reforma política no Brasil” – Leonardo Avritzer e Fátima Anastasia (organizadores).”

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo