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Diálogo. Governo, através de Tarso, já iniciou o papo com a oposição. Inclusive com o PSDB

”Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.” Não sei se a frase é dele, mas como foi ele falando que eu escutei pela primeira vez a dita cuja, dou-lhe o crédito de autor: no caso, Juarez Soares, veterano comentarista esportivo.

Assim é que, na paráfrase, uma coisa é a campanha eleitoral; outra é o governo. Ou, por outra, o que se diz para tentar ganhar, ou evitar a derrota, não deve ser tomado ao pé da letra, depois do pleito. Melhor ainda se for esquecido. Especialmente se for ofensivo. É, na verdade, a única maneira de conviver com a oposição: não ouvir. E falar com ela, mesmo se os termos anteriores tiverem sido duros, ou até mais que isso, é uma necessidade política óbvia.

Pode-se aplicar a máxima de Juarez ao que está acontecendo no Brasil de hoje. Embora as críticas não raro ácidas, e rebatidas pelos então pretendentes à vitória, as palavra de ontem e anteontem hoje se perdem no tempo, mesmo que apenas 48 horas depois. E a governabilidade ganha foro de necessidade máxima.

O que leva, inclusive, Tarso Genro, o titular da pasta de articulação do governo Lula, oficialmente chamada Ministério das Relações Institucionais, a conversar com toda a oposição. Inclusive lideranças do desafeto máximo da última eleição, o PSDB. Tudo em nome do futuro governo.

Confira mais detalhes na página que Josias de Souza, da Folha de São Paulo, mantém na internet. Ele fala exatamente sobre essas conversas de Tarso. A seguir:

”Tarso Genro inicia contatos com líderes da oposição

Principal operador político de Lula, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) iniciou uma articulação para tentar quebrar o gelo com os adversários. Começou a fazer contatos com lideranças da oposição. Nas últimas 48 horas, falou pelo menos com dois senadores que tiveram assento no alto comando da campanha de Geraldo Alckmin: Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Heráclito Fortes (PFL-PI).

Na manhã desta terça, Tarso discou para Heráclito. Alcançou-o no celular. Abriu a conversa elogiando o comportamento dos rivais na disputa presidencial. Disse que, a despeito das diferenças, foi uma campanha de bom nível. Em seguida, manifestou o interesse em conversar a respeito de uma pauta de projetos que interessam ao governo no Congresso.

O senador, que coordenara a campanha de Alckmin pelo PFL, evitou dar asas ao diálogo. Não chegou a avançar no detalhamento da pauta mencionada pelo ministro. Heráclito contou ao blog o que disse a Tasso:

1) se o governo deseja estabelecer contato com a oposição, o diálogo precisa ser institucional. Ou seja, devem ser contatados os políticos credenciados para falar em nome do partido. No caso do PFL, o presidente Jorge Bornhausen (SC) e o líder no Senado, José Agripino Maia (RN). Heráclito lembrou a Tarso que, no alvorecer da gestão Lula, em 2003, o Planalto já adotara a tática de dialogar com lideranças isoladas, passando por cima dos canais institucionais. E a estratégia da cooptação individual descambou para os escândalos;

2) uma vez estabelecido o diálogo, não pode haver do lado petista nenhum político cuja imagem tenha sido tisnada por malfeitorias;

3) a pauta de votações precisa interessar a todos os lados, não apenas ao governo. É preciso contemplar, por exemplo, os anseios de governadores recém-eleitos.

No caso de Sérgio Guerra, coordenador da campanha de Alckmin pelo PSDB, foi ele quem ligou para Tarso, não o contrário. Deu-se na terça. Integrante da CPI das Sanguessugas, o senador tucano articulou o adiamento da reunião da comissão em que seriam ouvidos os “aloprados” Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti. Preocupava-o a ausência de quórum.

“Não encontrei ninguém do PT e liguei para o ministro”, contou Sérgio Guerra ao blog. Tarso o atendeu e concordou com a conveniência do adiamento, que acabou sendo viabilizado por uma proposta do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI. Jungmann alegou que os membros da CPI precisavam de mais tempo para analisar dados que a Justiça de Mato Grosso e a PF repassaram à comissão na antevéspera da eleição presidencial. Na manhã desta quarta, a exemplo do que fizera no caso de Heráclito, Tarso telefonou para Sérgio Guerra. O pretexto foi perguntar se tudo correra bem no caso da CPI das Sanguessugas. O senador respondeu que fora procurado pela líder do PT no Senado, Ideli Salvatti e que a coisa transcorrera a contento.

Aproveitando a ligação, Tarso manifestou o desejo de conversar sobre outros temas. Sérgio Guerra, de viagem marcada para Lisboa, disse que ficaria fora por 15 dias. E nada foi agendado. A movimentação de Tarso é uma prévia da articulação que Lula pretende deflagrar na…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/.

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