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Mídia. Editorial de site político fala (mas não usa a palavra) em birra de governo e veículos

Você encontra argumento para os dois lados: o governo e os grandes veículos de comunicação. Mas um fato existe: embora a maior parte dos jornais, revistas e TVs influentes do país tenha apoiado a candidatura de Geraldo Alckmin e editorializado suas páginas de notícias, não explicitou isso a seus leitores-espectadores (exceção feita ao O Estado de São Paulo.

O site “Congresso em Foco”, especializado nas coisas do poder, não escamoteou o fato, mas apresentou o lado dos veículos também, num editorial dos mais equilibrados, e que publicou na sua página, nesta quinta-feira. Vale a pena ler. Aqui, reproduzo alguns parágrafos, contemplando os dois lados. Dê uma olhada:

”Editorial: mídia e governo, um debate mal colocado

“…Por outro lado, o governo vive nova e grave crise de relacionamento com a mídia. As duas partes têm alguma razão quando se trata de apontar os erros da outra. Nenhuma delas, no entanto, se dispõe a reconhecer seus próprios erros.

Comecemos pelo aspecto mais óbvio da questão, os equívocos do PT e do governo Lula. No passado, foram a ameaça de expulsão do correspondente do jornal The New York Times Larry Rohter, o projeto do Conselho Federal de Jornalismo, a resistência do presidente em estabelecer um contato civilizado com a imprensa por meio de entrevistas coletivas regulares.

Mais recentemente, o presidente nacional do PT, Marco Aurélio, questionado sobre os rumos do partido, sugeriu aos jornalistas “que cuidassem das suas redações”. Repórteres da revista Veja, chamados para depor na Polícia Federal, acusaram o delegado que os ouviu de constrangê-los. Por fim, a mesma PF mandou quebrar o sigilo de dois telefones usados pela Folha de S. Paulo.

Há atenuantes em dois desses casos. No último deles, a PF alega que não sabia quem utilizava as linhas telefônicas, que foram identificadas nos extratos telefônicos de uma pessoa sob investigação. O episódio demonstra, é certo, abuso de autoridade. No mínimo, faltou critério para quebrar dois direitos essenciais, à privacidade e à liberdade de imprensa, que inclui o sigilo da fonte. Mas tudo leva a crer que a polícia, de fato, foi surpreendida ao verificar que os telefones eram da Folha…”

“…É equivocada, também, a atitude da chamada grande imprensa. Nenhum dos veículos tradicionais da mídia brasileira fez qualquer autocrítica sobre o comportamento que adotou durante o primeiro mandato de Lula. Se na campanha eleitoral os jornais dedicaram ao presidente-candidato um índice de matérias negativas bem superior ao publicado sobre outros candidatos, jornalistas influentes nas principais redações respondem que apareceu o famigerado dossiê Vedoin, e ele explicaria o tratamento desigual.

Leitores furiosos inundam a internet com reclamações quanto à conduta da mídia no período eleitoral? Coisa de petistas, reagem os dragões da imprensa. Lula se diz em Caracas “vítima do preconceito e da incompreensão” da imprensa. Em uníssono, a grande imprensa estranha o que foi apresentado como uma espécie de mania de perseguição do presidente.

Será? Que outro presidente eleito pelo voto popular foi tratado com semelhantes ironia e desprezo, sobretudo por colunistas com espaço em influentes meios de comunicação? Chamado de ignorante, despreparado, ladrão ou, um vocábulo rococó que se tornou de uso freqüente, “apedeuta”? Os preconceitos são tácitos. Do mesmo modo, a imprensa também está, literalmente, longe de compreender Lula, seja o mito, seja a figura que está por trás dele. Se quase dois terços da população se dirigem às urnas para reeleger alguém envolto em tantas notícias negativas, é porque certamente enxergam um país diferente daquele que nos últimos meses foi retratado nas páginas de jornais e revistas ou na tela da tevê…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do “Congresso em Foco”, no endereço http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=12368.

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