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O preço. O gasto incrível dos 513 deputados federais que o povo elegeu em outubro

Você consegue acreditar que alguém tenha gasto quase R$ 3 milhões para se eleger deputado federal? Mesmo com todas as mordomias, e se o parlamentar usasse para si todo o subsídio e mais as mordomias, inclusive os dos assessores, tudo somando perto de R$ 80 mil, ainda assim não conseguiria pagar tudo, em quatro anos de mandato. Alguma coisa definitivamente está errada.

Mas, creia, existem os que gastaram essa montanha de dinheiro. Aliás, os campeões são do Paraná: o tucano Alfredo Kaefer, que fez 158.659 votos, gastou exatamente R$ 2.949.964,25 (R$ 18,59 por voto); e o peemedebista Rocha Loures, que obteve 89.204 votos e gastou R$ 2.923.137,58 (R$ 32,76 por voto).

Geeente!!! É dinheiro que não acaba mais. Mas, ainda assim, tem um outro dado interessante. Que interesse teria uma empresa em dar taaaanto dinheiro para candidatos a deputado? Candidamente, digo: não tenho a mínima idéia. Em todo caso, você quer saber quais foram as maiores doadoras (para deputado federal, apenas, e não para governador ou presidente) deste pleito? São, as cinco primeiras:

1 – Caemi Mineração e Metalurgia (grupo Companhia Vale do Rio Doce) – R$ 8,7 milhões
2 – Grupo Gerdau – R$ 8,07 milhões
3 – Construtora OAS – R$ 4,7 milhões
4 – Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) – R$ 4,7 milhões
5 – Aracruz Celulose – R$ 4,58 milhões


É troco, não?! Pois é. Um esplêndido trabalho a respeito, com um levantamento completo por partido, pelo total, pelas despesas, pelas empresas, enfim, um raio x dos custos das campanhas dos deputados federais eleitos, tem como autores os repórteres Soraia Costa, Edson Sardinha, Renaro Cardozo e Ricardo Taffner. É deles o texto que reproduzo a seguir, publicado originalmente pelo site especializado “Congresso em Foco”. Vale a pena ler:

”O preço da eleição

Com campanhas entre R$ 5 mil e R$ 2,9 milhões, os deputados eleitos declararam ter gastado, em média R$ 507 mil. Veja quem gastou mais

Levantamento feito pelo Congresso em Foco, a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que o mandato de quatro anos na Câmara custou, em média, R$ 507.891,05 para cada um dos deputados federais eleitos em outubro.

Entre os 513 eleitos para a nova Câmara, 59 declararam ter arrecadado e gastado mais de R$ 1 milhão. Desses, oito conseguiram levantar mais de R$ 2 milhões em recursos. Em 2002, quando as 20 campanhas mais caras arrecadaram R$ 20,3 milhões, apenas cinco candidatos declararam receitas e despesas acima de R$ 1 milhão.

Neste ano, as 20 campanhas mais abastadas gastaram praticamente o dobro de recursos do que quatro anos atrás – R$ 40.177.087,03. Entre as candidaturas mais ricas, nove são de tucanos. O seleto grupo dos 20 candidatos que mais arrecadaram e gastaram na última eleição é composto ainda por três peemedebistas, dois petistas e um representante do PPS, do PCdoB, do PP, do PL, do PDT e do PTB.

A pesquisa levou em consideração as despesas e as receitas declaradas pelos 494 deputados eleitos cujas prestações de contas estão disponíveis na página do TSE na internet. Juntos, eles informaram ter gastado R$ 250.898.177,26 ao longo de toda a campanha. Até o fechamento desta edição, ainda não haviam sido divulgadas as despesas e as receitas de 19 parlamentares.

Sobrou dinheiro

Apesar do grande volume de recursos investidos, os eleitos não podem se queixar da falta de dinheiro para conquistar a simpatia do eleitorado. Pelo contrário, a julgar pela prestação de contas. Juntos, declararam ter arrecadado R$ 252.573.886,71 – ou seja, R$ 1,67 milhão a mais do que gastaram. Mesmo os envolvidos com os escândalos dos sanguessugas e do mensalão arrecadaram bem mais do que nas eleições passadas.

Segundo a legislação eleitoral, essa diferença, também conhecida como “sobra de campanha”, tem de ficar com os partidos, “de forma integral e exclusiva”, para “criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política”. A exemplo da semana passada, quando divulgou a relação completa dos financiadores da eleição dos 27 senadores que começam o mandato no ano que vem, o Congresso em Foco publica, após exaustivo levantamento, a lista dos financiadores das campanhas dos deputados eleitos.

Seja na corrida à Câmara, seja na disputa ao Senado, a maior parte dos recursos saiu de tradicionais doadores, como empreiteiras, mineradoras, metalúrgicas, siderúrgicas, bancos, usinas de álcool e açúcar e empresas ligadas ao agronegócio, além do caixa dos próprios partidos, abastecidos com recursos públicos do fundo partidário…”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, pode fazê-lo acessando a página do “Congresso em Foco” na internet, no endereço http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=12391.

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