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Outra tese. Ninguém notou, mas a principal surpresa da eleição foi mesmo o PT. Ah, é?!

O autor embute uma certa (para não dizer total) ironia. Mas garante que o PT foi a grande “novidade” desta eleição. Aparentemente um elogio aos petistas, o texto do veterano jornalista Paulo Moreira Leite, que já foi diretor de redação da revista Veja e atualmente é vinculado ao jornal O Estado de São Paulo, na verdade procura expor o partido. E da pior maneira possível.

Como faz isso? Ao enaltecer a capacidade dos petistas de perceberem, através de pesquisa, que ainda são identificados como o partido que mais defende os pobres, ao mesmo tempo em que cita, textualmente, os integrantes do PT comprometidos com a ética. Estes tem dificuldade para se eleger, não se elegem ou, quando conseguem, obtém votação reduzida.

Parece-me claro, ou sou mesmo muito burro, que se trata, aqui, de mais um pensamento preconceituoso do que qualquer outra coisa. Não com o PT, necessariamente, mas com os pobres, esses neófitos. Ou, repito, minha inteligência não alcançou a capacidade intelectual de PML. Será? Bem, leia você o que ele escreveu, e depois me conta:

”Acredite: a grande novidade desta eleição era o PT – e ninguém percebeu

Entre as diversas profecias divulgadas pela campanha eleitoral, nenhuma foi tão grandiosa como a visão de que o PT seria destroçado pelas urnas. Ocorreu o contrário. O partido conquistou Bahia e Pará, dois Estados importantes. Foi o partido mais votado do país na campanha para deputado federal. Foi o primeiro no voto por legenda e fez a segunda bancada de deputados federais, superado apenas pelo PMDB. “Vamos reconhecer que o PT foi o grande vitorioso desse pleito,” afirma o deputado Arnaldo Madeira, tucano de bom calibre. “Sem isso, ninguém vai conseguir olhar para o futuro e traçar estratégias corretas para 2010.”

Os próprios petistas explicam a votação por um raciocínio semelhante ao movimento que reelegeu Lula: mesmo enxovalhado por denúncias que a grande maioria do eleitorado rejeita, o PT é visto como o partido mais envolvido com a luta contra a pobreza – e colhe os benefícios dessa condição. Foi esse traço – identificação com os pobres – que apareceu num levantamento com 2300 entrevistas feitas pelo partido em março de 2006, e que orientou o conjunto da campanha.

Quem cumpriu a profecia da derrota foram parlamentares da ética, da opinião própria e da independência política. Seu símbolo maior, Eduardo Suplicy, teve uma vitória muito apertada contra Afif Domingos, em São Paulo. Hoje, dirigentes do PSDB convencidos de que, se soubessem da vulnerabilidade do adversário, teriam se empenhado mais por Afif e quem sabe teriam até vencido Suplicy.

Um deputado de grande calibre, como José Eduardo Cardozo, que teve um papel destacado na CPI, conseguiu reeleger-se mas recebeu um terço dos votos de 2002. Outros parlamentares com vida própria, como o mineiro Paulo Delgado, ou Sigmaringa Seixas, do Distrito Federal, não conseguiram renovar o mandato.

O PT de 2006 é um partido diferente. Fez campanha em volta de prefeituras, que deslocavam funcionários para comparecer a comícios e até arrumavam ônibus para transportar o pessoal. A militância ficou em casa, com disposição para votar na legenda de sempre mas sem ânimo para arregar as mangas e pedir voto – o que levou a contratação de cabos eleitorais profissionais. A festa da vitória, na avenida Paulista, foi um espetáculo frio, dadas as circunstâncias. Vi pouquíssimos carros com plásticos de Lula e, mesmo em tradicionais…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://blog.estadao.com.br/blog/?blog=22.

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